Este blog está encerrado.

O autor continua a publicar em http://jvnande.com.

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o caso

Deu-se a coincidência de eu estar em Monção na mesma semana em que uma menina de dois anos morreu. Os zunzuns correm, claro. Os pais foram ouvidos no tribunal no mesmo dia da feira semanal, o que lhes garantiu público. A responsável pela Comissão de Protecção de Menores vai ter de explicar porque é que disse que a queixa foi no dia 18, quando, na verdade, foi no dia 4 e a criança já vinha referenciada pela Comissão de Viseu. Não tarda muito, alguém vai dizer que Monção não é só isto, que também temos bom vinho e termas (que, por acaso e se não estou em erro, neste momento estão desactivadas, mas isso não interessa para o caso, pois não?). Entretanto, andam homens com câmaras a filmar os sítios onde cresci. Não é que haja aqui uma inocência a ser perdida. Já ninguém a tem, é certo.

a constipação

O problema com estar-se constipado é que não se pode estar mais nada.

os vídeos

Mark Frauenfelder, do BoingBoing, escolheu os seus vídeos do YouTube preferidos de 2006. Recomendo a procura dos mesmos - este, então, está para além da barigada de riso...

A visita

Pára tudo! Alguém da National Iranian Oil Company chegou a este blog à procura desta imagem!

Mas... para é que alguém da National Iranian Oil Company quer uma foto do "Milagre Segundo Salomé"? Bem, seja como for, é algo confortável saber que o Nicolau Breyner já chegou a Teerão...

a brevidade

Não sei se foi por acaso, mas acho que o Google News revelou um excepcional sentido de ironia ao colocar no mesmo separador as notícias "[Detidos suspeitos que] ofereciam prostitutas pela Internet" e "Internet tão viciante como álcool e droga"...

parabéns ao menino jesus, não?

Esta é verdadeiramente uma canção natalícia.

feliz natal!

E, já agora, fiquem com a mensagem do Gover-nator.

o blog

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É estranho que um site como o GrungeOgre queira publicidade. Porque é que um blog que trata de "Grumpy musings about life dreams work movies TV art etc" e que não tem anúncios para o leitor clicar - ou seja, que não gera rendimento - quer publicidade? Talvez seja levar um pouco longe demais a vontade de leitores, não? O autor é um tal James Allison. Presumo que não seja este James Allison, pois não vejo razão para um escritor ter um blog para o qual não faz referência no seu próprio site, mas também já vi coisas mais estranhas... O interessante - e digo-vos que isto me mereceu mais atenção do que o próprio site - é o facto de ele ser feito com Joomla, um software open-source que tem uma comunidade portuguesa bastante empenhada.

as saídas

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De vez em quando, este sistema traz-nos ao conhecimento coisas algo invulgares. Por exemplo, a Redsevenleisure é uma empresa que organiza fins-de-semana temáticos para homens ou mulheres. O curioso é as expressões utilizadas: os homens são stags, as mulheres são hens. Ora, stag pode designar macho, mas também castrado, o que leva a ligações interessantes entre a falta de mulher e a prática de karting. Por seu lado, hen significa a fêmea galinácea - e façam o exercício de pensar em "galinheiro" enquanto lêem o pacote de ofertas para Praga. Curioso, não?

Pessoalmente, nunca me agradou a diversão feita de encomenda - e, entre "castrado" e "galinha", não serei eu a escolher...

o cartão único

A questão do cartão único do cidadão a que o Francisco se refere merece alguma reflexão. O que me parece mais importante e que realmente carece de explicação é se vai haver uma fusão entre registos civis, fiscais, eleitorais e de saúde. Estou, sem reservas, com a Constituição: "a atribuição de um número nacional único aos cidadãos" (art. 35º, nº5) é perversa e degradante para o indivíduo livre. Mas isto não se faz sem uma unificação das diversas bases de dados e, porque conheço mais ou menos o modo de funcionamento das instituições públicas, não me parece que isso esteja perto de acontecer: um "Big Brother" não é feito por um sector público indolente, desorganizado e com dificuldades de comunicação irresolúveis entre os diversos organismos. Mantenho reservas quanto à inclusão dos dados médicos, mas isto parece-me mais uma condensação num só suporte dos mesmos diferentes cartões que já existem do que a viragem para uma sociedade de autómatos com números de série. Ou seja, o cartão é anunciado como uma mini-carteira e, enquanto a menorização for só a da carteira, eu não tenho grande coisa a opor. Enfim, mantenhamo-nos atentos.

as palavras

Uma das razões porque tenho andado a postar pouco - em aliança com as que, de vez em quando, caem em cima de mim como a-fazeres - é um desconforto sobre o estilo. Isto explica bastante. É preciso algo de purga e, principalmente, de horário.

o audiolivro

O excelente The Areas of My Expertise, do também excelente John Hodgman, está disponível gratuitamente no iTunes como audiolivro.

a canção mais antiga do mundo

Quem quer ouvir uma canção escrita há uns 3400 anos?

o presente

Ontem, puseram-me um relógio no pulso como prenda. Não foi o mesmo que darem-me um relógio - na verdade, foi mais uma chamada de atenção -, mas o curioso foi ver à noite um miúdo a também receber um relógio como prenda. Antes, a recepcionista do Maria Matos tinha sido simpática o suficiente para me deixar entrar num café sobrelotado de pessoas que queriam ouvir palavras. Valeu: Satanás aqueceu bem o café. E, por fim, procurei o filme (que grande filme - pensei mesmo que todos os dias foram dias a mais para não o ver) no melhor livro sobre cinema que folheei nos últimos tempos - e que também me deram como prenda -, mas não encontrei grande coisa. Afinal, para quê palavras?

o livro aberto

O Eduardo Pitta diz que o Livro Aberto vai acabar. Ora que raio... será que este ano acaba tudo de que eu gosto?

a dúvida

Por acaso, mais alguém pensou que a vida de Carolina Salgado poderá não estar a valer muito nos balcões de apostas?

a morte

a acusação de pinto da costa

Creio que os recentes problemas de Pinto da Costa ter-se-iam resolvido com uma melhor educação na infância. Então ninguém lhe disse que faz mal dar pontapés na Bexiga?

o filme e a crítica

E, logo depois de falar em produto cultural, leio este post da Premiere onde é aflorada uma das questões que me parece mais premente na crítica cultural: o crítico é-o necessariamente e só da especialidade que critica? Explico-me. Sem querer fazer um comentário a Borat, parece-me mais ou menos consensual que, sendo ou não um grande filme, é sem dúvida um momento cultural marcante. Compreendo o argumento da impureza, de ser um produto marcadamente televisivo que, por acaso, passa no cinema, mas, ainda assim, considero que o crítico cinematográfico, sendo o "guardião" de uma linguagem específica, deve também procurar ser cuidadoso em perceber quando um filme procura situar-se mais longe dos outros filmes e mais perto de tudo o mais. Sacha Baron Cohen criou uma personagem que, em si mesma, é uma contradição: é homófobo, mas tem sexo com homens; desconfia das mulheres, mas atravessa os Estados Unidos por paixão a uma; vem dum país atrasado, mas vagueia num mundo novo; é malcriado, mas amigável; é malvado, mas, ao mesmo tempo, inocente.

Se o filme fosse apenas um veículo da imposição da personagem Borat à consciência colectiva, já seria muito, porque este tipo de personagem é necessário para nos questionarmos sobre nós mesmos. A prova, tive-a há dias, quando, na televisão interna do Metro, passou um dos sketches do filme. A meio, olhei à volta: toda a gente tinha os olhos no monitor, toda a gente tinha um sorriso na boca. Portanto, há aqui um valor. Um crítico tem de perceber qual é, olhá-lo de frente e explicá-lo. Por vezes, um filme mau pode ser um filme importante e foi por reconhecer isto mesmo que outrora dei cinco estrelas a A Paixão de Cristo.

o jogo

A Francisca (bon voyage para ela!) considera um sinal dos tempos que eu ande a ler revistas de videojogos. Realmente, confesso que ando devagar a tentar saber mais sobre o assunto depois de ter deixado de jogar consolas há uns dez, onze anos. Por enquanto, já descobri uma coisa muito interessante na última Mega Score: o jogo Super Columbine Massacre RPG, criado por Danny Ledonne. Quem não sabia nada sobre isto, provavelmente teve, ao ler o título,  a mesma reacção de repulsa que eu tive: como é possível fazer uma porcaria de um jogo a partir de Columbine? A exploração da violência pode atingir esse ponto do absurdo? Pois a minha perspectiva inverteu-se depois de ter lido a entrevista a Ledonne nas páginas da revista e de ter jogado o jogo, que é distribuído gratuitamente na Internet. O seu criador publicou uma  declaração de intenções com as seguintes palavras:
With ‘Super Columbine Massacre RPG!,’ I present to you one of the darkest days in modern history and ask, “Are we willing to look in the mirror?”.
É precisamente de olhar para o espelho de que se trata aqui. A experiência da violência já não se consegue através dos produtos culturais passivos tradicionais (filmes, televisão), porque, desde a noite de 1896 em que a multidão se assustou com o comboio a chegar numa cave de Paris, o espectador tem operado o distanciamento entre aquilo que percepciona e aquilo que experimenta. No entanto, o produto cultural produzido por Ledonne tem a vantagem de, ao colocar o jogador (que, por definição, toma decisões) no papel de assassino dentro do contexto de um acontecimento reconhecível para além da sua circunstância fáctica - reconhecível enquanto fenómeno cultural -, o fazer reflectir exactamente sobre a realidade que transcende o jogo. Ao optar por gráficos básicos e citando aqui e ali  (incluindo no título) o Super Mário RPG,  Ledonne não só faz um discurso sobre a própria matéria do jogável como também evita que a ideia de maléfico se disperse numa profusão de animações 3D que não existem para além delas próprias. Os dois comentários no fundo do site do jogo são particularmente eloquentes: ele é marcante no uso do videojogo enquanto meio legítimo para a expressão de pensamentos sérios e, em boa verdade, dificílimo de jogar. Não porque seja custoso chegar ao fim (não é), mas porque há um peso constante da memória em todos os actos que se fazem. Ao jogarmo-lo, estamos a pôr-nos em causa. Nunca houve um Sonic The Hedgehog que me fizesse sentir o mesmo.

o portugal atómico

O giro de Portugal é que não precisa de inventar coisas novas para ter problemas: já tratou de tudo no passado. Porquê discutir o sim ou o não à energia nuclear se os quatro milhões de toneladas de resíduos das antigas minas de urânio da Urgeiriça estão prestes a invadir o Mondego em forma de lamas radioactivas e prontos para contaminar tudinho até à Figueira da Foz? O problema já era conhecido e o nosso primeiro-ministro, que foi ministro do Ambiente e, ainda por cima, é natural do Centro, não pode alegar distracção. Portanto, a questão que se coloca é: como explicar ao país que todo o seu equilíbrio bio-ecológico está em risco?

o filme

Ao que parece, o documentário Into Great Silence, que passou pelo doclisboa deste ano, está a ser um sucesso de bilheteira em Espanha, chegando a ultrapassar o polémico Borat. Como é que esta proeza é conseguida por um filme "sem música, excepto os cânticos do mosteiro, sem entrevistas, comentário, material adicional", "um filme sobre a consciência, a presença do absoluto e a vida de homens que devotam as suas existências a Deus na forma mais pura"? Há um comentário dum espectador no artigo do El País que me parece particularmente elucidativo:
"Soy profesor y me paso la vida mandando callar. La temática de esta película me interesa. Va contracorriente de la cultura mediática actual de ruido y más ruido".
Era disso que falava ontem. Num mundo recheado de informação em movimento e de apagamento moral, nada mais natural do que a atracção do público por um objecto em que o que mais importa é o silêncio e a regra.

meanings of life

Neste momento, a pergunta é: dando-se a circunstância de se ser uma só criatura no espaço-tempo, como considerar a distância entre todas as palavras ditas e não ditas e o lugar-momento onde elas se realizam?

a editora

A Livros de Areia tem sido, das editoras portuguesas, uma das que melhor tem utilizado a Internet como meio de divulgação e promoção. Para além de precursora nacional no que toca aos trailers de livros, oferece agora aos leitores um curioso ensaio imprimível de Matthew Rossi como prenda de Natal. Como leitor e amigo, só me resta agradecer e retribuir os votos.

ah, bom, então tudo bem

a sic comédia

Desagrada-me que se retire a SIC Comédia da gama de canais da TV Cabo para se acrescentarem mais dois canais de informação. Afinal, quantos canais de informação passará a haver? Seis? Sete? As audiências estariam assim tão baixas que justificassem a medida? O panorama televisivo vai sair disto empobrecido. Pode ser que esta petição não valha de muito, mas, ainda assim, serve para marcar uma posição. Assine você também.

o ikea 3

Hoje pensei: será que há uma ligação entre os móveis de-montagem-amadora do Ikea e o Luteranismo da Suécia? Não passará afinal o Protestantismo de um "do it yourself" com a Bíblia? E será que à saída das igrejas luteranas também se vende bolachinhas de gengibre?
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