Ontem de madrugada


Os franceses sempre tiveram uma veia muito particular para o erotismo kitsch (estou a lembrar-me, obviamente, da invenção do soft-porn com "Emmanuelle"). "Coisas Secretas" leva essa tendência ao extremo do ridículo. A exposição incessante de repetidas práticas sexuais cria a monotonia, a princípio, e o riso a seguir. É verdade que, a dada altura, já não sabemos se nos estamos a rir do filme porque o filme quer que nos riamos dele (lembro-me do Drácula com Udo Kier e produzido pelo Warhol) ou porque ele é torpe na criação da sua própria tese estética baseada no erotismo - sempre o mesmo estafado objectivo, já desde "Emmanuelle"! Mas a sua construção é frágil, porque aposta naquilo que todos os grandes filmes sobre o amor – a bem dizer, sobre a expressão sexual, especialmente genital, do amor ("O Último Tango...", "Intimidade", etc.) - aprenderam a evitar. Deve haver sempre algo mais importante do que o sexo, sempre.
É ainda de reparar na repetição de dois ou três nomes portugueses durante a ficha técnica e sobretudo na estranha acumulação de funções em que aparecem. Uma senhora é actriz e técnica, outra trata do guarda-roupa, da cenografia e da montagem...
entretanto, nas 3 da manhã de casa, a Tvi passa um filme com um dos actores mais fascinantes que Hollywood teve – Jack Palance -, já envelhecido, acompanhado pela Glenn Close e o Christopher Warren. Há lá uma miudita loira que parece mesmo a Reese Witherspoon – mas nova demais para eles estarem tão envelhecidos – ou será que não?
CONSULTADO O IMDB : é mesmo. Trata-se de um telefilme de 1999 chamado "Sarah, Plain and Tall: Winter's End". A rapariguinha chama-se Emily Osment e, na vida real, é irmã do Haley Joel Osment. Win some, lose some...
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