Este blog está encerrado.

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o festival

Diz o El País: para o ano, o Rock In Rio é em Madrid. Do Tejo para o Manzanares?

os bloggers

Irresistível, este vídeo do Daily Show sobre bloggers (via Ponto Media).

O imdb

a lucidez

Chavela Vargas tem 87 anos e vai dar um concerto em Madrid. Diz ela:
"Siempre he hecho mucho ejercicio. Ando en bicicleta y llego donde voy. Además, tengo más de 400 canciones en la cabeza, y eso ayuda. Si me metiera a rezar rosarios estaría revieja y moriría triste".
Bem dito.

o cinema

meanings of life

De vez em quando: ainda me lembro de quando tu querias ser. Ou ter, ou fazer. O que significa que, na mente dos outros, o meu passado ainda é o meu presente - ou melhor, que sou passado no presente dos outros. O inverso também se aplica.

a selecção

Na conferência de imprensa em que Rui Costa anunciou que ia sair da Selecção Nacional, um jornalista desejou-lhe publicamente felicidades e agradeceu-lhe por tudo o que tinha feito por ela. Dias depois, numa conferência, lembro-me de ouvir a Sofia Branco expressar a sua indignação por esta, digamos, impureza. Desta vez, diz o Francisco José Viegas, a situação foi mais longe: é a própria Federação Portuguesa de Futebol que a exige.

o processo

A Apple perdeu o processo contra os bloggers-jornalistas que tinham revelado documentos internos da empresa recebidos por e-mail.

o filme

Pedro Costa delivers another challenging immersion in Lisbon slum life in "Colossal Youth," a numbing, nearly three-hour fusion of documentary and dramatic essay that will hold the Portuguese director's coterie of fans in rapt attention while proving a colossal bore to everyone else. Far-reaching study of poverty, loneliness and hope amid suffering is weighed down by its soporific structure, deliberately indolent pacing and endlessly attenuated conversations among a clutch of ill-defined personalities, limiting the film's accessibility strictly to festivals and select Euro arthouses.
Só por este superlead, parece que já consigo ver o filme: o artigo da Variety sobre o último de Pedro Costa.

a entrevista

When you start your career as part of a phenomenon so manifestly stupid and image-based as 1980s hair metal, when can you ever tell if people really like you for your music?
É curioso admitir isto, mas gostei bastante desta entevista ao Jon Bon Jovi.

a praxe

Volta e meia, lê-se sobre praxe. Nesta volta, trata-se de um artigo que faz um retrato do praxista conimbricense. O problema do artigo do JN é que deixa o caminho aberto a generalizações escusadas. Não quero defender ninguém para além daqueles que merecem uma defesa: compreendo a indignação do Francisco José Viegas, mas é injusto (principalmente para os "por centos" que restam depois de descontada a ignomínia) criar o retrato do "estudante" ou do "praxista" com base nisto, tal como seria criar assunções sobre todos os jornalistas com base nas opiniões recolhidas da percentagem de uma percentagem (ou não há divergências de opinião entre as redacções de desporto e as de cultura?, entre os regionais e os nacionais?, entre os diários e os semanários?). E não é que eu não ache uma perda de tempo - uma excrescência cultural, se se quiser - "desfiles de carros alegóricos, bênção das pastas, missas em descampados (com meninas pintadas à pressa, vestidas de homem, de cabelo escorrido), queima das fitas" e o demais. A questão que fica é se as pessoas não terão direito a essa perda de tempo. É que, apesar de tudo, ainda vai um passo entre tudo isso e um acto de coacção e agressão relativamente ao outro. Enquanto esse passo não for tomado, julgo que devo guardar o meu descontentamento para mim. E depois, ainda estão estas palavras assertivas do próprio Rui Bebiano, autor com Elísio Estanque, do estudo que deu origem ao artigo do JN.

os prémios

o blog

Nuno Júdice tem um blog.

a saga

Cada vez gosto mais de ler o blog da Ágata Ramos Simões, principalmente quando descubro lá coisas como esta:
Em 2003 comecei a escrever Senhor Bentley, o Enraba-Passarinhos. Terminei-o em 2004 depois de uns meses de paragem. Eu escrevo melhor se tiver tempo para pensar nas personagens, na história. Podia tê-lo escrito num mês ou dois, mas não seria tão bom.
A 13 de Abril de 2004 enviei o manuscrito à editora Difel – recusa;
mandei-o à Temas e Debates a 17 de Maio e obtive recusa novamente;
concorri ao prémio literário de Loures – não ganhei;
remeti-o à Oficina do Livro - e de novo lá veio a carta de recusa;
despachei-o para a Âmbar (a recusa veio a 13 de Janeiro de 2005) e Asa a 9 de Novembro’04, a Asa devolveu-o a 15 de Novembro sem sequer o ter lido;
a 19 de Novembro enviei-o para a Bertrand Editora e até hoje espero resposta, tal como a espero da Bizâncio desde 27 de Novembro de 2004;
encaminhei o manuscrito, mais uma vez, para outra editora – a Cotovia – a 29 de Novembro’04 e conheci a recusa a 2 de Fevereiro de 2005;
mandei o Senhor Bentley para a Caixotim a 13 de Fevereiro e a recusa chegou a 13 de Maio’05;
da editora Âncora ela veio a 9 de Maio de 2005, depois de lhes ter enviado o livro a 10 de Março’05.
Bom, vou ser mais sucinta.
Afrontamento: mandei a 21 de Março de 2005, recusa a 6 de Abril.
Editorial Caminho: remeti o livro a 22 de Março de 2005. Sem resposta até hoje.
Relógio D’Água: 28 de Março de 2005. Sem resposta.
Presença: 15 de Abril’05. Recusa.
Editorial Notícias: 20 Abril’05. Sem resposta.

Edições Saída de Emergência: mandei o livro a 22 de Abril de 2005. Sem grande fé, esperando resultados idênticos aos anteriores.
Mas logo no dia a seguir ao editor ter recebido o manuscrito obtenho uma resposta positiva!
Em princípio Senhor Bentley, o Enraba-Passarinhos sairá no primeiro trimestre do ano de 2006.

P.S. Não contem. Eu poupo-vos o trabalho: foram 15.
[Correção: 16, aliás. A editora Q de 9 demonstrou interesse inicial, mas depois mudou de ideias. Até hoje não sei porquê.]
[Adenda: afinal foram 17. Esqueci-me de adicionar a editora Amores Perfeitos que queria que eu pagasse metade da edição.]
E são coisas assim que dão esperança a uma data de gente.

a ler

O Emanuel Graça escreve sobre Macau.

a dúvida

Será banal dizer que uma das minhas gralhas mais frequentes é escrever wikipeida em vez de wikipedia?

os fantasmas

Enquanto carregava um garrafão de água pelo supermercado, procurando o pão de forma que já tinha estado num sítio e agora estava noutro: um americano de bigode que gritou à mulher há dois dias na estação do Oriente, uma mulher baixota com uma máscara cirúrgica azul-bebé extremosamente colocada e uma mulher ainda mais baixota que lia os rótulos de mercearias com uma lupa.

a histeria

Da Holanda, o João André não compreende a histeria à volta dos Morangos com Açúcar. Caro João André, mesmo em Portugal é difícil perceber. No entanto, deixo-te algumas achegas: o fenómeno à volta da morte de Francisco Adam não deve ser entendido tanto como um sinal de luto colectivo, mas antes como uma maneira de concretizar no plano real o que até aí só existia no plano ficcional. Ou seja, o embrenhamento por parte dos espectadores dos Morangos com Açúcar (não só jovens, nem todos os jovens) no enredo e na "realidade ficcionada" da série acaba por implicar a exigência de algo concreto, que sustente e justifique esse mesmo embrenhamento. O funeral de Francisco Adam, no que toca a essa exigência, foi tão real como a sessão de autógrafos que ele tinha dado antes de morrer, com a vantagem de fazer apelo a sentimentos fortes (angústia, tristeza, revolta - para mais, aconselho seriamente ler "A Grief Observed", de C. S. Lewis). Na generalidade, foi isso - partilhar a realidade dos Morangos com Açúcar como sendo mais uma personagem - o que levou todos aqueles miúdos à cerimónia, o que, por seu lado, levou aos evidentes desvios da pose: os fãs tiraram milhares de fotografias aos actores presentes. A pessoa de Francisco Adam, triste ironia, não importa nada, foi só um pretexto para um happening.

De resto, os Morangos com Açúcar - e ninguém me tira isto da cabeça - conseguem marcar pontos com o horário: são a típica série de fim de tarde, que se mete na cabeça das pessoas por dentro dos lençóis da preguiça e do cansaço. Ou seja, é plástico mostrado numa altura em que o espectador está particularmente susceptível à visão de plástico.

o curso

O primeiro correu bem, por isso, vou dar mais dois cursos de Iniciação à Fotografia no Ateneu de Coimbra nos fins de semana que se seguem. Vejam o panfleto para inscrições e informações.

a eurovisão

Não foi só o espectáculo divertidíssimo do Festival Rtp da Canção em que as vencedoras foram apupadas; não foi só o eco dos conflitos étnicos na Sérvia-Montenegro; não foi só o apresentador de Chipre a dizer "saudações da última capital politicamente dividida da Europa". O Festival Eurovisão da Canção, o mesmo espectáculo que gerou estrelas como Cliff Richard ou os Abba, foi vencido por um grupo de monstros finlandeses chamado Lordi e contou com os lituanos LT United, cuja canção dizia "We are the winners of Eurovision - vote for the winners". Em 2006, a Eurovisão tornou-se pós-moderna.

a urina

Ontem vi uma mulher a urinar no passeio e pensei que era uma afirmação de pobreza. Mas depois vi um homem também a urinar no passeio e percebi que era uma afirmação de emancipação.

o libelo

Augusto M. Seabra em dias bons (meus, dele e dele para mim) é um dos cronistas que gosto mais de ler na imprensa portuguesa, juntamente com Fernanda Câncio, Miguel Sousa Tavares e, muito especialmente, Rui Tavares. Por isso, e tendo em conta as alarvidades que diariamente se dizem dos fulanos, beltranos e sicranos mais inconsequentes e pífios do país na imprensa sensacionalista (e que não deixa de ter o seu lugar!), espanta a condenação a que ele foi sujeito por dizer que Rui Rio é "energúmeno". Pode-se sempre dizer que o Pùblico é um jornal que se arroga determinado tipo de responsabilidades que não podem deixar de ser tidas em conta. Mas, caramba, energúmeno? A profunda subjectividade por parte de juízes na apreciação daquilo que deve ser tido como insulto ou não é algo que não me deixa tranquilo. João Pedro George pode ter ganho na providência cautelar, mas não deixa de cheirar a poder podre no reino da Dinamarca.

AS TOURADAS

Houve manifestação na primeira tourada no Campo Pequeno depois da reabertura. Eu também não gosto de touradas, ou seja, coincido com o protesto no objectivo, mas não na razão. Não me parece que o espectáculo seja bárbaro por aquilo que acontece ao animal sacrificado. É-o por aquilo a que faz apelo no público. A tourada enquanto acontecimento apresentado a uma audiência, enquanto espectáculo, portanto, tem muito mais a ver com a morte do que com a valentia. É a morte do animal o objectivo da tourada, ou seja, aquilo que a suporta enquanto espectáculo, ou seja, aquilo que faz o público aplaudir ou apupar: o encaminhamento elegante da rês para a morte através da tortura, mas, no carácter do espectáculo, a morte é tão importante que abafa a própria tortura, que é o insulto do vivo pela sua vida e através da própria dor. Uma multidão a gritar pela morte, ou pelo encaminhamento para ela, não é bom.

os flamingos

O que “Pink Flamingos”, o “magnum opus” de 1972 de John Waters, tem de interessante é o modo como é perpassado pela ideia de encenação, posta a nu pelos diálogos exagerados, pela marcação pouco rigorosa, pelos erros de continuidade. Ao gritar “isto é falso” a cada segundo, a cada plano, o filme está a desmontar-se, a desmentir-se, enquanto objecto de “mise en scène” (precisamente, de “colocação em cena”) e a sobreviver no plano de um discurso sobre si próprio. Este traço parece-me presente em outros filmes dos anos 70, o que coloca desde logo a questão de até onde foi o trash de John Waters no que toca a influência. É que o suporte na História do cinema existe também em “The Rocky Horror Picture Show” (1975); a evidência do dispositivo persiste em “Jesus Christ Superstar” (1973). E um tipo pensa: o que houve nos anos 70 que levasse a que o objecto fizesse sua matéria o questionamento da sua própria essência enquanto objecto? Qual o elemento que me permitirá ligar a tendência estética a uma tendência histórica, por assim dizer – essa é a pergunta que me importa aqui.

MEANINGS OF LIFE

As frases caladas não existem no branco da página nem na forma inteligível das letras: as frases caladas estão no negro do texto, são as formas que os sinais finos e materiais escondem. O negro in-forme do texto é o inferno do silêncio, das ideias, das inconfissões, dos segredos insondáveis da alma humana e, portanto, é esse negro que vende, pois a alma humana é algo que se vende hora a hora. Se metade de uma vida for ferida de morte pela auto-comiseração, é necessário que a outra metade não se deixe viver na sombra. A reclusão é o remédio do vingador. Há frases que não são ditas porque: a), não se conhecem as palavras necessárias; b), as palavras necessárias, antes de serem frase, são uma colecção com efeito nefasto; c), porque não.

a noite

Neste preciso momento, escrevo na varanda. A noite está fria, mas só porque o dia foi quente. Respirar fundo pára o tempo.

um conto para os leitores da peste

Andei a correr os arquivos e encontrei este conto que escrevi aqui há uns tempos já não me lembro com que fim. Aqui o deixo para vosso deleite - ou não!

O PARÊNTESES

Havia uma ou outra cara de universitário que se virava para ver as feições de Joaquim Nando enquanto ele não fazia mais do que aproximar-se do balcão e pedir uma cerveja. No palco, noite fraca. Só um cantautor local que, anos antes, em tendo vinte e seis, criara sensação, mas que agora, dentista e pai de dois filhos, limitava-se a tocar ao regabofe canções sem critério. Não espantava assim que Joaquim Nando, o crítico musical que escrevera o famoso artigo “Só um Homem” aquando do concerto único que Serge Gainsbourg dera na cidade, preferisse a cerveja à atenção. Também não espantava que os universitários preferissem Joaquim Nando à guitarra do cantautor, que, na verdade, parecia mais bêbedo do que eles próprios.

Depois do concerto, sentado no sofá da sua sala, Joaquim Nando estava descalço e bebia um copo de leite morno. Detesto cerveja, pensava, enquanto levava a mão à barriga e esfregava a azia. Sentia-se velho, tinha pêlos a crescerem em sítios novos e via pior. No ouvido, a fatalidade que esperava: cada vez mais preferia Bach a Bacharach. Já o percebera nos artigos que escrevia ainda para o jornal, crescentemente densos e inseguros, e pouco demoraria até que os leitores percebessem também. Naquele sofá, Joaquim Nando tinha a certeza de ser um homem condenado.
Olhou para a estante. Os livros estavam desarrumados, caídos uns sobre os outros como uma tempestade no mar. Joaquim Nando não o via, mas sabia que, por baixo de todos os demais, escondido de propósito para não ter que olhar para ele quando tivesse de ir consultar a enciclopédia, estava o calhamaço de Greil Marcus que Cláudia deixara a meio sobre a televisão no dia em que se fora embora. Cláudia, pensou, e esfregou um pouco mais a azia. Deixou o copo de leite a meio e foi-se deitar.

Horas mais tarde, uma cantora pop dos anos 80 olhava para as luzes das fábricas no outro lado da ria enquanto tentava caminhar pelo breu das pedras do quebra-mar. Havia pescadores com canas empinadas, que discutiam em voz baixa se ela era mesmo ela. No entanto, Cláudia não os ouvia. Os pés falhavam-lhe de vez em quando, ela tropeçava. Lembrou-se do concerto em que se tinha despido para Serge Gainsbourg enquanto dançava e lembrou-se de, no fim, ter preferido Joaquim Nando ao cantor cabeça-de-couve. Dançar e despir-se e ninguém que a censurasse: bem melhor do que aqueles pescadores estúpidos com as línguas penduradas e as mulheres à espera em casa. Mas a fama acabara-lhe cedo demais.
Cláudia parou e olhou a água. Pensou no que fazer e, como todas as noites, lembrou-se: há livros ainda que não li. Levantou a cabeça: o céu clareava. Há livros que ainda não li, outra vez, um eco dentro dela. Suspirou. Caminhou de volta para o carro e entrou nele. Estava frio. Esfregou os braços com as mãos, acendeu um cigarro e arrancou, passando pelos pescadores como se, afinal, eles não existissem.

O protesto

Não há razão nenhuma para que se proíba a manifestação organizada pelo PNR em Vila de Rei. Ninguém tem monopólio sobre a liberdade. Mas seria interessante saber porque é que o PNR acha que tem. Esse, aliás, é o problema da extrema-direita: reclama para si algo que nega aos demais.

as palavras

o regime

No livro que leio ("Marketing do Livro. Materiais para Uma Sociologia do Editor Português", de Jorge Manuel Martins), o período da Ditadura é frequentemente designado como "Antigo Regime". Isto não deixa de ser curioso: não é, aliás, a primeira vez que vejo chamar àquela o nome do regime político superado na Revolução Francesa. Sempre contraditório, este país. Nação antiga, República antiga, revolução nova.

a surpresa

Estava a olhar para o largo em frente, a música fazia a tarde mais quente e mais lenta. De repente, duas pessoas com blocos de apontamentos na mão entraram no largo a fazer barulhos estranhos. Depois, percebi: os rapazes eram diminuídos mentais e imitavam os gestos e os ruídos do estacionamento de um carro. Os blocos de apontamentos eram os volantes.

a profissão

Ao sair da conta de Hotmail, entra-se automaticamente na página do Msn, onde são anunciadas pequenas notícias. Hoje, apareceu-me isto: as cinco carreiras mais glamorosas (piloto de aviões, executivo, produtor cinematográfico, pivot de telejornal e modelo). Querem saber a minha opinião? Tudo tretas. Em "The Tingler", o realizador William Castle utilizou o "Percepto", um sistema que dava choques eléctricos aos espectadores em determinadas partes do filme para aumentar o susto. Meus amigos, não deve haver emprego melhor do que esse: eu até pagava para ser o operador de choques eléctricos.

a editora

Sim, como dizem o Diário Digital e a Rtp, estou num projecto de editora on-line. Afinal, se as há para discos, porque não para livros? Com a Sinapses, vamos tentar divulgar o uso do livro electrónico de uma maneira concisa e criteriosa enquanto meio para a divulgação de novos autores.
Editar um livro na Sinapses é simples: basta que o trabalho original seja aceite. (...) O trabalho será avaliado por nós e, se passar em vários critérios - inovação, qualidade estilística, originalidade, entre outros - a Sinapses encarrega-se então de o paginar e transformar num e-book. Os e-books estarão disponíveis no nosso site e podem ser descarregados gratuitamente por qualquer pessoa, copiados e redistribuídos. Estes livros electrónicos têm a aparência de um livro convencional e poderão ser impressos numa impressora comum. Alguns livros poderão mesmo chegar a ter uma edição impressa. A Sinapses oferece espaço a patrocinadores em cada livro impresso. Mediante uma tabela de preços, uma instituição ou empresa pode decidir apoiar a publicação de um livro impresso. Em troca, é-lhe disponibilizado um espaço de divulgação. A Sinapses reserva-se ao direito de rejeitar patrocínios que considere inadequados ou desajustados aos conteúdos dos livros.

a prova de conhecimentos

A este e-mail
Na sequência da sua candidatura a um estágio profissional neste Departamento, comunica-se que dispõe de 48 horas para informar, por e-mail ou por fax, sobre a sua disponibilidade para prestar provas de conhecimentos a realizar oportunamente.

A falta de resposta no prazo referido é considerada desistência do estágio.

Desta desistência será dado conhecimento ao IEFP.

O tipo de prova, data, hora e local da sua realização, serão comunicados posteriormente, por e-mail, a todos os candidatos que informem da sua disponibilidade para a prestação de provas.
respondi assim
Exmo. Sr.,

para uma prova hipotética, estou sempre hipoteticamente disponível. A verdade é que neste momento estou a fazer um curso em Lisboa (a expensas próprias, incluindo os custos de deslocação Coimbra-Lisboa), o que é um pouco limitativo em termos de horários, mas, se a comunicação do "tipo de prova, data, hora e local da sua realização" não for feita no dia anterior ao da própria prova - como já me tem acontecido com outros organismos públicos -, julgo que não haverá problema.

Espero que esta resposta satisfaça plenamente quer os senhores, quer o IEFP, do qual, aliás, não recebo qualquer tipo de subsídio, nada tendo assim a perder. Além do mais, estou certo de que terão já comunicado ao IEFP que toda esta urgência é exigida aos candidatos quatro meses depois da abertura das vagas. Claro que não espero que os senhores pensem que as pessoas têm uma vida própria à qual é preciso dar continuidade, longe de mim esperar tal. Contem então comigo para essa prova de conhecimentos, seja ela qual for.

Com os melhores cumprimentos,

Mário Jorge Vaz Nogueira Nande
O que mais se podia dizer?

a viagem

Saí de Valença às 9h39 da manhã,

(o comboio não chega a Monção; já chegou: quando tinha sete anos, corríamos para a rede de arame da escola para vê-lo chegar e partir)

li a "Os Meus Livros" de Março, que tinha pescado no Congresso no dia anterior e que tinha a entrevista ao Rhys Hughes, primeiro autor galês a lançar um livro em Monção. Acabei "O Jazz" de Morley Jones e, enquanto arranjavam o comboio em Aveiro,

(atraso de 1h15 para consertar o motor de um Intercidades - ainda bem que não tinha pressa...)

comprei ovos moles para oferecer e uma sandes para comer. Até Coimbra, ainda li a "Antologia Breve" de William Carlos Williams e escrevi,

(abençoado comboio; abençoa-me, Pinto)

dormi, tomei um café, cheguei a Lisboa às 17h e o Nicolau Breyner faltou à aula que devia ter dado porque estava em Bucelas a gravar. Sim, são dias estranhos.

a cinemateca

Vasco Pulido Valente escreveu ontem sobre Bénard da Costa no Público. Valente trabalhou com Bénard e, por isso, reconhece-lhe uma "estatura intelectual e profissional" que "não se improvisa ou substitui com facilidade" e "que não caduca por lei" e, por isso, "o dever do Estado é não o afastar gratuita e cegamente".

Não contesto isto. Até pode ser verdade. A Cinemateca tem mais coisas a fazer do que tem feito, é certo, mas Bénard não tem de ser um milagreiro e até pode ser que seja "um grande servidor do Estado". Agora, o que não deixa de ser incontornável é que Valente, neste artigo, defende um estatuto de excepção para o dirigente de uma instituição de cariz público. Não está em causa a excelência do desempenho desse dirigente, se bem que possamos sempre perguntar se o facto de ele não ter assegurado uma adequada transição no lugar não será, assim mesmo, uma falha.

O curioso é mesmo ser Pulido Valente a dizer isto. Ou pensará ele, sempre que escreve sobre amiguismo, que os amiguistas não têm as suas razões?

a segurança social

O Francisco José Viegas diz que a penalização dos celibatários que o Governo planeia com as novas regras da segurança social "não é apenas uma questão de baixa natalidade, fiscalidade ou de segurança social. É uma discriminação negativa para quem opta por viver como quer viver". É bem dito. Mas, para quem, como eu, começou recentemente a vida contributiva (estranha opção de palavras), a questão premente que se coloca é outra. Enquanto estudava no Secundário, puseram-me reformas atrás de reformas que serviram só para complicar a vida, a mim, aos meus colegas e a quem veio a seguir, e que de nenhum modo ajudaram a uma melhor aprendizagem, antes criaram a confusão de não se saber no início de um ano lectivo como seríamos avaliados no seu fim. Fiz a universidade porque, de certo modo, me foi dito que assim mais facilmente entraria no mundo de trabalho, mas, enquanto advogado, conheci pessoas com trabalhos não qualificados a ganhar dez vezes aquilo que eu ganhava. Agora, que me inscrevi como "Outro Artista" nas Finanças para passar uns recibos de trabalhos criativos, vejo-me obrigado a inscrever-me na Segurança Social. E eu pergunto: com o exemplo que o Estado me tem dado no seu modo de se relacionar comigo, o que me garante sem sombra de dúvida que as minhas contribuições garantirão uma assistência médica capaz e uma pensão de reforma satisfatória? Para quê e o que estarei eu a pagar?

o congresso

A nova TV Viana fez uma peça sobre o Congresso de Literatura do Alto Minho.
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