Não quero contradizer João Cândido da Silva nas suas afirmações do Público de hoje, mas não é justo que se alargue indiscriminadamente a acusação nelas contida. Por muito que eu próprio não goste de tunas, parece-me desadequado ligar-lhes como uma necessidade a ideia de bronquice feroz. Afirmar o contrário seria como dizer que os professores universitários, supostos modelos de assunção dos "deveres, obrigações e direitos decorrentes da sua integração numa sociedade necessitada de quem ajude a zelar pelos valores essenciais que a enquadram", são uma cambada de bêbados apenas porque frequentemente vejo ébrios alguns dos que leccionam na minha universidade.
Tunas são grupos musicais com características tão próprias como as de um rancho folclórico e, como ranchos folclóricos, há diferenças de umas para outras, incluindo os rituais de praxe que adoptam. Logicamente, as tunas tendem a ser espaços de divertimento e, também aí, há diferenças de sensibilidade. O que é premente denunciar e questionar é o modo como se "aprendeu" a fazer esse divertimento através de estruturas relacionais baseadas no autoritarismo e na violência e através de formas muito particulares de consumo de álcool e demais drogas (em doses muito concentradas e de rápida eficácia) na generalidade social do hoje em dia - e não no âmbito específico das tunas, do meio estudantil ou qualquer outro.
Esse, sim, parece-me ser um ponto importante: a "javardice" de que Cândido da Silva fala não é das tunas - ela simplesmente lhe apareceu nessa forma. A javardice, tristemente, é geral.
Tunas são grupos musicais com características tão próprias como as de um rancho folclórico e, como ranchos folclóricos, há diferenças de umas para outras, incluindo os rituais de praxe que adoptam. Logicamente, as tunas tendem a ser espaços de divertimento e, também aí, há diferenças de sensibilidade. O que é premente denunciar e questionar é o modo como se "aprendeu" a fazer esse divertimento através de estruturas relacionais baseadas no autoritarismo e na violência e através de formas muito particulares de consumo de álcool e demais drogas (em doses muito concentradas e de rápida eficácia) na generalidade social do hoje em dia - e não no âmbito específico das tunas, do meio estudantil ou qualquer outro.
Esse, sim, parece-me ser um ponto importante: a "javardice" de que Cândido da Silva fala não é das tunas - ela simplesmente lhe apareceu nessa forma. A javardice, tristemente, é geral.
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