o preço certo em euros
Em princípio, O Preço Certo em Euros ser-me-ia incómodo apenas pela sua ideia. Explico: a RTP já tinha transmitido umas séries do concurso aqui há uns bons anos (em 1986, se não me engano; estarmos na Europa era novo, ainda não havia euros - já havia ecu's, mas esses não circulavam), apresentadas primeiro por Carlos Cruz e depois por Nicolau Breyner e que fizeram o favor de substituir o Alf de surpresa. Por várias noites, a minha mãe deixava-me ficar até depois do concurso só para ver se a série ainda ia dar, mas, depois de algumas desilusões, desistimos. No que às equivalências diz respeito, foi como se o Preço Certo me tivesse dito que o Pai Natal tinha morrido.
Agora, traumas infantis à parte: O Preço Certo em Euros é o equivalente televisivo a uma sardinhada: é o luxo possível para quem não o tem. Não é por acaso que os concorrentes são na maioria trabalhadores ou classe média baixa, ao contrário das classes qualificadas d' O Cofre. Os prémios daquele são coisas caras, mas simples, pois não escondem as suas intenções: o carro, a viagem ao Brasil, os electrodomésticos, os conjuntos de mobília. A ideologia por trás d' O Cofre é a do mundo dos negócios. A do Preço Certo em Euros é a da gincana. A prova? N'O Cofre, é raríssimo ouvir um concorrente dizer "não ganhei, paciência".
O Preço Certo em Euros tem pelo menos dois méritos. Por um lado, conseguiu transformar-se numa espécie de acontecimento que vai para além da lógica do simples concurso: os concorrentes levam ofertas gastronómicas a Fernando Mendes, fazendo assim publicidade a restaurantes, pastelarias locais e mesmo às próprias terras; Fernando Mendes ofereceu uma televisão a uma ex-concorrente que não a tinha; todo o público participa na adivinha dos preços; enfim, há um pequeno caos. Por outro, o concurso conseguiu, principalmente com a saída de Jorge Gabriel e a correspondente entrada de Fernando Mendes (espantoso como a personalidade dos dois apresentadores se adequa à dos concursos que apresentam), conquistar uma espécie de imagética própria, com as suas personagens: Cristina, a assistente sorridente e simpática; Lenka, a lasciviosa assistente checa; Joao, o assistente musculado, ingénuo e injustiçado; Miguel, o co-apresentador cúmplice; e, é claro, o rotundo Fernando Mendes, com a sua infinda bonomia e o dom de se fazer respeitar ao mesmo tempo que faz o público rir às gargalhadas.
Por ser honesto nas suas intenções, O Preço Certo em Euros é-me simpático, apesar de tudo. Nele, há algo de genuíno que transparece, como conseguiu transparecer também no 1,2,3 dos anos 80. Não posso dizer o mesmo de nenhum outro concurso actualmente em transmissão.
Agora, traumas infantis à parte: O Preço Certo em Euros é o equivalente televisivo a uma sardinhada: é o luxo possível para quem não o tem. Não é por acaso que os concorrentes são na maioria trabalhadores ou classe média baixa, ao contrário das classes qualificadas d' O Cofre. Os prémios daquele são coisas caras, mas simples, pois não escondem as suas intenções: o carro, a viagem ao Brasil, os electrodomésticos, os conjuntos de mobília. A ideologia por trás d' O Cofre é a do mundo dos negócios. A do Preço Certo em Euros é a da gincana. A prova? N'O Cofre, é raríssimo ouvir um concorrente dizer "não ganhei, paciência".
O Preço Certo em Euros tem pelo menos dois méritos. Por um lado, conseguiu transformar-se numa espécie de acontecimento que vai para além da lógica do simples concurso: os concorrentes levam ofertas gastronómicas a Fernando Mendes, fazendo assim publicidade a restaurantes, pastelarias locais e mesmo às próprias terras; Fernando Mendes ofereceu uma televisão a uma ex-concorrente que não a tinha; todo o público participa na adivinha dos preços; enfim, há um pequeno caos. Por outro, o concurso conseguiu, principalmente com a saída de Jorge Gabriel e a correspondente entrada de Fernando Mendes (espantoso como a personalidade dos dois apresentadores se adequa à dos concursos que apresentam), conquistar uma espécie de imagética própria, com as suas personagens: Cristina, a assistente sorridente e simpática; Lenka, a lasciviosa assistente checa; Joao, o assistente musculado, ingénuo e injustiçado; Miguel, o co-apresentador cúmplice; e, é claro, o rotundo Fernando Mendes, com a sua infinda bonomia e o dom de se fazer respeitar ao mesmo tempo que faz o público rir às gargalhadas.
Por ser honesto nas suas intenções, O Preço Certo em Euros é-me simpático, apesar de tudo. Nele, há algo de genuíno que transparece, como conseguiu transparecer também no 1,2,3 dos anos 80. Não posso dizer o mesmo de nenhum outro concurso actualmente em transmissão.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Home