o vilão hannibal
Voz próxima tem-me lembrado Hannibal Lecter, membro destacado das famílias dos (c)Aníbais, e que, desde "O Silêncio dos Inocentes", eu vejo muitas vezes referenciado como "dos maiores vilãos" - às vezes, "o maior". Ora, isto tem que se lhe diga: no filme de Demme, havia claramente três níveis de vilanagem. Hannibal era pura mente, o assassino-violador era puro corpo, o director da cadeia era puro poder. É fácil de ver que Lecter é vítima do director até à fuga; isso permite-lhe o entendimento com Clarice, vilanizada pelo assassino-violador. Com a libertação, Lecter rouba o poder ao director e, portanto, ascende na hierarquia dos domínios. Sem poder e sem mente, o director torna-se vítima. O assassino-violador, por seu lado, não resiste ao poder de Hannibal. Assim, este representa a vitória do raciocínio sobre o corpo, e isso é invulgar. Mas também é invulgar que num vilão haja progressão - normalmente, o objectivo é fixo, directo e claro desde o início (basta lembrar Freddy Krueger). Hannibal Lecter é um vilão memorável porque é uma personagem bem escrita. Foi o que permitiu a medíocre exploração do seu filão até hoje.
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