o roubo
Era uma vez, tu vestias-te muito bem, atiravas cêntimos aos vagabundos quando estavas na maior, não atiravas? As pessoas avisavam-te e diziam-te "cuidado, boneca, vais cair". Tu pensavas que elas estavam no gozo. Rias-te de toda a gente que andava por aí. Agora não falas tão alto, agora não pareces muito orgulhosa de cravares tostões para comeres.
Como é estares sem casa, como uma perfeita desconhecida, como uma pedra a rolar?
Certo, andaste na melhor escola, Menina Solitária, mas nela só te embebedavas. Ninguém te ensinou a viver na rua e agora descobres que tens de te habituar. Disseste que nunca farias compromissos com o vagabundo misterioso, mas agora percebes que ele não está a vender álibis quando lhe olhas fixamente para o vazio dos olhos e lhe perguntas se quer fazer negócio.
Como é estares por conta própria, sem saberes o caminho para casa, como uma perfeita desconhecida, como uma pedra a rolar?
Nunca te viraste para veres os sobrolhos franzidos dos malabaristas e dos palhaços quando eles vinham fazer números para ti. Nunca compreendeste que não é bom, não deves deixar as outras pessoas divertirem-se por ti. Costumavas cavalgar o cavalo cromado com o teu diplomata, que trazia no ombro um gato siamês. Não é tramado quando descobres que ele não era de confiança depois de te ter tirado tudo o que podia roubar?
A princesa no campanário e todas as pessoas bonitas estão a beber, pensando que conseguiram. Trocam todos os tipos de presentes preciosos e coisas, mas o melhor é tu levantares o teu anel de diamantes, o melhor é empenhá-lo, querida. Costumavas rir-te tanto do Napoleão esfarrapado e da linguagem que ele usava, vai ter com ele agora, ele chama-te, tu não podes recusar. Quando não se tem nada, não se tem nada a perder. Agora, és invisível. Não tens segredos a esconder.
Como é estares sem casa, como uma perfeita desconhecida, como uma pedra a rolar?
Certo, andaste na melhor escola, Menina Solitária, mas nela só te embebedavas. Ninguém te ensinou a viver na rua e agora descobres que tens de te habituar. Disseste que nunca farias compromissos com o vagabundo misterioso, mas agora percebes que ele não está a vender álibis quando lhe olhas fixamente para o vazio dos olhos e lhe perguntas se quer fazer negócio.
Como é estares por conta própria, sem saberes o caminho para casa, como uma perfeita desconhecida, como uma pedra a rolar?
Nunca te viraste para veres os sobrolhos franzidos dos malabaristas e dos palhaços quando eles vinham fazer números para ti. Nunca compreendeste que não é bom, não deves deixar as outras pessoas divertirem-se por ti. Costumavas cavalgar o cavalo cromado com o teu diplomata, que trazia no ombro um gato siamês. Não é tramado quando descobres que ele não era de confiança depois de te ter tirado tudo o que podia roubar?
A princesa no campanário e todas as pessoas bonitas estão a beber, pensando que conseguiram. Trocam todos os tipos de presentes preciosos e coisas, mas o melhor é tu levantares o teu anel de diamantes, o melhor é empenhá-lo, querida. Costumavas rir-te tanto do Napoleão esfarrapado e da linguagem que ele usava, vai ter com ele agora, ele chama-te, tu não podes recusar. Quando não se tem nada, não se tem nada a perder. Agora, és invisível. Não tens segredos a esconder.
2 Comentários:
ainda na sexta vi a 2.ª parte do "No Direction Home". muito grande, o raio do homem.
abraço.
Nem mais. Grande documentário que a RTP2 permitiu acabar de ver.
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