o discurso
Li o discurso de aceitação de candidatura do Barack Obama e admito que fez lágrimas jorrarem do meu coração duro de pessoa a quem pedem sempre que parta as pernas das santolas para que não escapem da cozedura. E o brilhantismo de Obama (e de quem lhe escreve os discursos, que, curiosamente, é homónimo do realizador de Iron Man) ressalta bem neste parágrafo:
Eu, que só proporia Prozac grátis ao trabalhador, admito que Obama perceba mais disto.
Somos um país melhor do que aquele em que um homem no Indiana tem de empacotar o equipamento em que trabalhou 20 anos, vê-lo ser enviado para a China e depois se engasga de comoção a explicar como se sentiu um falhanço quando foi para casa contar à família.Reparem que ele podia ter dito simpelsmente algo como "Nem mais um trabalhado despedido por deslocalização das fábricas!", mas a tónica é outra. Obama acentua o pessoal - o subtexto não é "ninguém merece a pobreza", mas sim "ninguém merece este sentimento de infelicidade".
Eu, que só proporia Prozac grátis ao trabalhador, admito que Obama perceba mais disto.
1 Comentários:
esse paragrafo, passou-me ao lado. Ouvi em directo e não li o discurso. Mas gostei mais do do Clinton e da frase que (em grosseira tradução) queria dizer que “O poder da América como exemplo é muito mais forte que o nosso exemplo de poder”. Veio esta a propósito da incapacidade do Bush em usar o “poder do diplomacia”.
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