Hoje de manhã tive uma ideia, que pensei usar num hipotético texto futuro. Porém, o dia foi longo e, no maralhal de conversas, impressões, argumentos e sensibilidades, a ideia foi apanhada pela espuma do tempo e levada até praias doutro continente. Quanto tentei recordá-la a meio da tarde, já não consegui: no que me dizia respeito, ela tinha-se afogado.
Ao serão, lendo a última Ler, a frase "prova inédita da respectiva inexistência é Deus nunca ter acusado ninguém de plágio" fez-me pensar que já alguma coisa me tinha chamado à atenção a questão do copyright de Deus. E então, a evidência caiu-me em cima: ainda que eu não puxasse para o lado do laicismo, aquela era a minha ideia, nua, crua e estendida logo no primeiro parágrafo da crónica de Abel Barros Baptista.
Não deixa de ser curioso que um acaso destes tivesse sucedido com um pensamento que alude, por um lado, ao divino e, por outro, à usurpação intelectual. No entanto, a conclusão (teo)lógica demonstrativa de que tanto eu como Abel Barros Baptista estamos errados é simples: se algo houvesse no domínio da Criação que contradissesse a autoria de Deus sobre a mesma, essa contradição teria de ser criada pelo próprio Deus. Como tal, não existiria delito.
Ou pode-se alguém plagiar a s(S)i próprio?
Ao serão, lendo a última Ler, a frase "prova inédita da respectiva inexistência é Deus nunca ter acusado ninguém de plágio" fez-me pensar que já alguma coisa me tinha chamado à atenção a questão do copyright de Deus. E então, a evidência caiu-me em cima: ainda que eu não puxasse para o lado do laicismo, aquela era a minha ideia, nua, crua e estendida logo no primeiro parágrafo da crónica de Abel Barros Baptista.
Não deixa de ser curioso que um acaso destes tivesse sucedido com um pensamento que alude, por um lado, ao divino e, por outro, à usurpação intelectual. No entanto, a conclusão (teo)lógica demonstrativa de que tanto eu como Abel Barros Baptista estamos errados é simples: se algo houvesse no domínio da Criação que contradissesse a autoria de Deus sobre a mesma, essa contradição teria de ser criada pelo próprio Deus. Como tal, não existiria delito.
Ou pode-se alguém plagiar a s(S)i próprio?