a tortura
Apesar de não comprar camisolas ou camisas novas há anos, de andar há mais de um para substituir umas sapatilhas que já deviam estar reformadas e de ter de mandar arranjar a maioria das calças que tenho - para mim fazer compras é um sacrifício. O ar condicionado dos centros comerciais, dos supermercados e de quase todas as lojas tem o efeito simpático de me fazer arder os olhos, sem, no entanto, os avermelhar, o que poderá ser útil no dia em que queira dar uma de Édipo sem que ninguém perceba, mas que, até lá, é desconfortável como o caraças. Além do mais, depois de meia hora dou comigo a desprezar metade das pessoas que por lá andam, principalmente se estiverem contentes, e não é agradável ouvir um descontrolado monólogo interior em tom de psicho killer. Resultado: ter frequentemente de controlar o ímpeto de comprar a licença de me ir embora.
2 Comentários:
Compreendo perfeitamente essa tortura. Para além do que é por ti referido, gostaria de acrescentar mais alguns, chamemos-lhe assim, incovenientes no que diz respeito à "ida às compras": a luz, demasiado ofuscante; a caótica confluência de perfumes, a maioria de qualidade duvidosa, que torna impossível não sair de uma superfície comercial mal-disposto (não concordas?);finalmente, ainda alguém me há-de explicar por que razão uma pessoa não pode estudar e escolher a roupa à vontade (chiça, parecem sanguessugas!). É por estas e por outras que também a mim me "custa" (brutal esta ambiguidade, não?!) ter de comprar roupa. Abençoadas feiras e mercados! Adiante. Gosto do teu blog, Jorge. És mordaz quando é preciso e imparcial quando tal se justifica. Saúdo a tua decisão de publicar poemas da tua adolescência (és mais corajoso que eu!!). Voltarei para te ler.
Saúde,
João Nery
obrigado, João, volta sempre.
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