CURIOSA COINCIDÊNCIA 1
Tenho reparado que, no canal Viver/Vivir (face diurna de um outro, bem mais popular), há espaços de programação nacional cujo mau gosto, não só chega, como rebola nas margens do ridículo. Tecnicamente limitados - o som, então, é horrível – são normalmente programas de informação ligeira, sobre desportos motorizados ou vida nocturna. Os locutores não fazem o mínimo esforço por esconderem as raízes e os tiques radiofónicos, e o visual também não ajuda. O curioso, no entanto, não é a imitação da rádio em si mesma, mas o tipo de rádio que se imita. O Viver, Vivir glorifica os formatos das (más) rádios locais, com separadores misturados com slogans, músicas escolhidas sem critério deixadas a tocar para encher horário, nomes de patrocinadores soltos ao acaso, entrevistas feitas sem interesse, quer do entrevistado, quer do entrevistador – em suma, assiste-se ao triunfo do lugar-comum.
Por outro lado, a herança radiofónica também se nota num anúncio que agora passa nos canais generalistas, principalmente à tarde, acompanhando as emissões da Volta a Portugal. Falo do anúncio à Madeinox – Sistemas de Montagem Profissionais, em que um homem vestido de operário puxa uma fita métrica onde, em vez de números, aparecem escritos os materiais e serviços desenvolvidos pela empresa: tubagens, silicones, etc. Quando o enquadramento se acaba, o homem larga a fita, a câmara sobe para o seu rosto, ele acaba de ditar os materiais, sorri, entra o slogan e o anúncio acaba. Não há qualquer intuito de narrativa, de pequena anedota, nem de embelezar o que não é belo. À herança radiofónica juntam-se aqui outras referências, como os anúncios de televisão antigos, onde se mostrava o produto e pouco mais. Simples e estranho à primeira vista, acaba por resultar bem menos ridículo do que os programas do Viver/Vivir.
Por outro lado, a herança radiofónica também se nota num anúncio que agora passa nos canais generalistas, principalmente à tarde, acompanhando as emissões da Volta a Portugal. Falo do anúncio à Madeinox – Sistemas de Montagem Profissionais, em que um homem vestido de operário puxa uma fita métrica onde, em vez de números, aparecem escritos os materiais e serviços desenvolvidos pela empresa: tubagens, silicones, etc. Quando o enquadramento se acaba, o homem larga a fita, a câmara sobe para o seu rosto, ele acaba de ditar os materiais, sorri, entra o slogan e o anúncio acaba. Não há qualquer intuito de narrativa, de pequena anedota, nem de embelezar o que não é belo. À herança radiofónica juntam-se aqui outras referências, como os anúncios de televisão antigos, onde se mostrava o produto e pouco mais. Simples e estranho à primeira vista, acaba por resultar bem menos ridículo do que os programas do Viver/Vivir.
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