"MORANGOS COM AÇÚCAR" PENSAR 5
Inevitável na reflexão sobre os “Morangos com Açúcar” é o nome da série. É claro que ele apela principalmente à franja adolescente e pré-adolescente do público (à franja dos vinte anos destinar-se-ão outros aspectos, como as roupas, os penteados, etc., o que, por sua vez, nos remete para saber porque é que esta idade tem cada vez menos referentes próprios – falamos de estilo, obviamente, mas não só -, tendo de optar entre ser pró-adolescente ou pró-adulta). O morango, super-fruta por excelência – vermelha, doce, comestível e comerciável em diversas formas -, passa a ideia de delícia leve, de algo que se come num instante sem complexos de culpa e sem deixar marcas no corpo. Exactamente como uma série de fim de tarde, telenovela para jovens que reduz a trama ao mínimo denominador comum de simplicidade para não exluir outros públicos.
Este é mais um aspecto sinistro. “Morangos com Açúcar” é uma série concebida por adultos desde o início para criar nos adolescentes “necessidades não necessárias” (as famosas necessidades não necessárias – oh, colegas de Economia Política, há quanto tempo, há?), ou seja, para estimular a venda de uma série de produtos derivados (cantores, revistas, livros, peças de teatro, etc.) ou não derivados (todos os dos anunciantes). Este programa está mais próximo de um anúncio do que de uma série, portanto. O busílis está aí: o que são os “morangos” do título? Nada me tira da cabeça que eles são, em suma, os arquétipos de adolescente criados e representados: com “açúcar”, obviamente, pois as suas vidas fictícias têm a animação e intensidade desejadas por todos os demais. Assim, por trás da série está todo um intuito de paternalismo e de frustração – de alguém que, em suma, não quer saber do que ser adolescente realmente significa, a não ser que sirva para vender mais uma marca de gelados.
Este é mais um aspecto sinistro. “Morangos com Açúcar” é uma série concebida por adultos desde o início para criar nos adolescentes “necessidades não necessárias” (as famosas necessidades não necessárias – oh, colegas de Economia Política, há quanto tempo, há?), ou seja, para estimular a venda de uma série de produtos derivados (cantores, revistas, livros, peças de teatro, etc.) ou não derivados (todos os dos anunciantes). Este programa está mais próximo de um anúncio do que de uma série, portanto. O busílis está aí: o que são os “morangos” do título? Nada me tira da cabeça que eles são, em suma, os arquétipos de adolescente criados e representados: com “açúcar”, obviamente, pois as suas vidas fictícias têm a animação e intensidade desejadas por todos os demais. Assim, por trás da série está todo um intuito de paternalismo e de frustração – de alguém que, em suma, não quer saber do que ser adolescente realmente significa, a não ser que sirva para vender mais uma marca de gelados.
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