os presentes de todos nós

Não é que a Esquerda esteja propriamente a contribuir para a elevação do debate com o seu frémito de ganhar a primeira volta que mais parece um enorme tesão de mijo - mas o facto de Cavaco já ter esmoleres no terreno (talvez não por acaso, o seu ex-ministro das Finanças é um deles) revela algo da natureza pérfida do candidato e do carácter manipulatório da sua estratégia de campanha-fantasma. Cavaco já prepara fundos para uma candidatura que só ainda não admitiu porque teme perder votos à medida que vá intervindo, e isso, se não for mais nada, é de um extremo mau gosto, é de um extremo desrespeito, é de uma falta de seriedade atroz, é de um calculismo cínico de quem opera em intervalos sinuosos da lei e que não pode simplesmente ser característica de um presidente da república. Por essa e por outras razões que já explicitei, criei a imagem à direita. Se estiverem de acordo, usem-na livremente.

E a propósito de tornar as coisas mais claras, deixo uma citação desta notícia do DN: "ao recusar o referendo com o argumento de falhas no processo legislativo, o TC atira um enorme balde de água fria ao PS. É que, assim, uma nova sessão legislativa só começa em Setembro de 2006 e só aí uma resolução a pedir a consulta poderá ser apresentada na AR. Na altura, já com outro inquilino no Palácio de Belém".