o dia
Eu e o Pedro estávamos na biblioteca, andava a estudar Processo Civil (bom professor, o Miguel Mesquita,bem mais do que eu fui aluno). A primeira mensagem foi da minha mãe, dizia que um avião tinha batido no World Trade Center, mas eu não liguei muito - pensei que fosse fait divers, um acidente com uma avioneta, algum maluco que se pusera a voar sem segurança. Depois, notei as conversas ao lado da parede, as caras de caso. Perguntei a alguém, um tipo que tinha estudado Cinema (normalmente, ia-se para o Cinema depois do Direito, ali foi ao contrário), ele sabia. Eu e o Pedro fomos para o Couraça, o único sítio com televisão ali perto. Era verdade, o mundo estava a mudar à frente dos nossos olhos. Passaram imagens de pessoas a festejar, soube-se dias mais tarde que era material de arquivo. As imagens disseram verdade e disseram mentira. Por um momento, algumas horas, lembrámo-nos que, por mais que o queiramos regular, prever ou dominar, vivemos num mundo imbuído no caos. Não há maneira de lhe dar a volta.
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