o comediante
Quem viu o espectáculo de ontem pôde comprovar que, com 30 anos de carreira, o talento cómico do Herman atingiu uma mestria sem par. Como qualquer grande comediante, o Herman conhece tão bem o seu material que se pode dar ao luxo de improvisar a continuidade do espectáculo, de ir para um lado ou para o outro, de escolher fazer esta ou aquela piada no momento (introduzindo uma fixação pessoal, o modus faciendi de Bill Hicks era semelhante: leiam o Love All the People e comprovem). Não é por acaso que o gosto musical dele vai tanto para o jazz. Ainda por cima, o entrosamento entre o Herman e a orquestra de Pedro Duarte lembra o quarteto do Coltrane ou a selecção francesa do Euro-2000, parece que se adivinham uns aos outros.
Há quem diga que o que Herman faz não é propriamente stand-up. Bem, neste caso, ainda bem. O Herman faz um monólogo em tom de liberdade, conseguindo ser cómico sem ter de se encostar ao ritmo set-up/punchline ou, pelo menos, sabendo disfarçá-lo, o que só e indicativo de que o usa bem. Consegue-o porque a sua persona é fortíssima e o público já se sente muito confortável com ela. Como sabe esconder a estrutura do espectáculo, Herman pode ser natural e fluido e essa é a principal força do espectáculo dele, permitindo uma proximidade sem par com o público, que só é fortalecida pelo permanente tom de confidência. As pessoas saíram do Tivoli como de um jantar com um parente famoso e divertido, que desabafa o que não diria alto em mais lado nenhum, e o Herman saiu a dizer "Gostaram? Isto dá para tudo". É verdade e é por isso que o Herman mostrou porque é que é - ainda - um dos maiores homens do espectáculo portugueses. E, seguramente, o maior comediante.
Há quem diga que o que Herman faz não é propriamente stand-up. Bem, neste caso, ainda bem. O Herman faz um monólogo em tom de liberdade, conseguindo ser cómico sem ter de se encostar ao ritmo set-up/punchline ou, pelo menos, sabendo disfarçá-lo, o que só e indicativo de que o usa bem. Consegue-o porque a sua persona é fortíssima e o público já se sente muito confortável com ela. Como sabe esconder a estrutura do espectáculo, Herman pode ser natural e fluido e essa é a principal força do espectáculo dele, permitindo uma proximidade sem par com o público, que só é fortalecida pelo permanente tom de confidência. As pessoas saíram do Tivoli como de um jantar com um parente famoso e divertido, que desabafa o que não diria alto em mais lado nenhum, e o Herman saiu a dizer "Gostaram? Isto dá para tudo". É verdade e é por isso que o Herman mostrou porque é que é - ainda - um dos maiores homens do espectáculo portugueses. E, seguramente, o maior comediante.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Home