o filme: death proof
Sobre Death Proof, não sei até que ponto não será um filme moralista. O trio que sucumbe a Stuntman Mike é o das mulheres nocturnas, lascivas, com vícios, e não parece ser por acaso que elas (principalmente Julia e Arlene) passam a noite à espera de um homem. Pelo contrário, o trio vencedor, o das mulheres diurnas, atléticas, masculinizadas, independentes, vence porque se iguala a Stuntman Mike - porque, de certo modo, elas são o homem que ele é mais o que perdeu com o passar dos anos. Isso, e porque têm um carro melhor. Isto, afinal, é grindhouse.
Por outro lado, em ambas as histórias são as mulheres que se deixam levar pela música as que acabam encurraladas pelos homens (na primeira história, é óbvio; na segunda, não esqueçamos que é a mesma Lee que esteve a gozar um iPod a que fica na quinta com o campónio). É como se Tarantino dissesse "com os homens, só se safam as mulheres que forem mais homens do que eles" - ao mesmo tempo, no entanto, que castiga o homem que observa, o Stuntman Mike que, no fundo, está ali como qualquer outro homem que olha para aquelas mulheres, incluindo o espectador e o próprio Tarantino. E é espantoso como, num filme com uma essência narrativa tão diminuta, é o olhar do realizador que nos dá isto tudo.
Por outro lado, em ambas as histórias são as mulheres que se deixam levar pela música as que acabam encurraladas pelos homens (na primeira história, é óbvio; na segunda, não esqueçamos que é a mesma Lee que esteve a gozar um iPod a que fica na quinta com o campónio). É como se Tarantino dissesse "com os homens, só se safam as mulheres que forem mais homens do que eles" - ao mesmo tempo, no entanto, que castiga o homem que observa, o Stuntman Mike que, no fundo, está ali como qualquer outro homem que olha para aquelas mulheres, incluindo o espectador e o próprio Tarantino. E é espantoso como, num filme com uma essência narrativa tão diminuta, é o olhar do realizador que nos dá isto tudo.
0 Comentários:
Enviar um comentário
<< Home