o segundo livro
Há uns poucos meses, arrumando as estantes, descobri que tinha dois exemplares da mesma edição de Literatura e Fantasma, de Javier Marías. Isto não é algo que me aconteça normalmente. Já me aconteceu perder um livro e comprá-lo outra vez, comprar um livro de novo para oferecer, comprar o mesmo livro em edições diferentes por já não me lembrar que o tenho e não reconhecer a capa. No entanto, eu sei que não comprei a mesma edição de Literatura e Fantasma duas vezes e lembro-me perfeitamente da vez em que o comprei. Também não passei pela situação de alguém mo ter oferecido e eu ter calado o facto de já o ter.
A única coisa que pode ter acontecido é eu ter ensacado dois exemplares sem que nem eu nem a vendedora nos tenhamos apercebido. Isto não faz de mim um ladrão - quanto muito, um negligente. Não sou muito de roubar livros. Já os pedinchei por achar que o dono não os leria (no caso, um dono que não falava a língua em que o livro estava escrito) e, uma vez, num acto heróico, resgatei um da estante de uma loja, onde servia de mero adereço e onde nunca teria hipóteses de vir a ser lido. Portanto, salvador, pedinchador e negligente, serei eu perante a biblioteca. O primeiro impulso é pensar que serei acima de tudo proprietário, mas isso não é verdade. Neste particular, a propriedade também sou eu.
A única coisa que pode ter acontecido é eu ter ensacado dois exemplares sem que nem eu nem a vendedora nos tenhamos apercebido. Isto não faz de mim um ladrão - quanto muito, um negligente. Não sou muito de roubar livros. Já os pedinchei por achar que o dono não os leria (no caso, um dono que não falava a língua em que o livro estava escrito) e, uma vez, num acto heróico, resgatei um da estante de uma loja, onde servia de mero adereço e onde nunca teria hipóteses de vir a ser lido. Portanto, salvador, pedinchador e negligente, serei eu perante a biblioteca. O primeiro impulso é pensar que serei acima de tudo proprietário, mas isso não é verdade. Neste particular, a propriedade também sou eu.
3 Comentários:
Gosto demasiado de livros para os roubar. Fiquei, por isso, comovido com esta confissão de não ladrão! Não tenha vergonha: não roubar livros não é crime!
Este blog está um maximo,além do humor é particularmente inteligente.
Os meu parabens, fico a espera de mais...
pois eu já roubei uma vez um livro.
apenas porque não tinha dinheiro para o comprar devido aos preços altíssimos que são atribuídos. não tenho remorsos, só espero outra opurtunidade para fazer de novo!
também adoro livros... ao contrário do cláudio gosto demasiado deles para ficar sem ler por não ter dinheiro
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