o caiga quien caiga
Caiga Quien Caiga, formato argentino, foi um excelente programa de humor na Espanha da viragem de século, um balão de oxigénio com que a Telecinco ocupou as tardes de domingo durante a era PP, com uma liberdade e sátira notáveis. Foi o programa que a versão televisiva do Inimigo Público nunca conseguiu ser, que as Noites Marcianas nunca sonharam ser possível. Há quem diga que o Aznar e a mulher se cansaram de ser gozados e pediram ao colega Berlusconi (então primeiro-ministro de Itália e big boss do grupo internacional de media a que a Telecinco pertencia) para puxar o tapete, o que explicaria o fim estranho do programa em 2002. Aqui, o joker Pablo Carbonel faz talvez a mais hilariante entrevista ao Prince que já se viu.
A mais-valia de Caiga Quien Caiga era, acima de tudo, a direcção cómica que lhe era dada pelo elenco. Para além de Carbonel, destacavam-se os apresentadores El Gran Wyoming, Juanjo de La Iglesia e Javier Martín, mas também Tonino, o entrevistador mais dead-pan à face da Terra, para além da mini-banda do Maestro Reverendo - artistas, escritores, jornalistas, músicos, era tudo gente que não estava ali a fazer fretes e que conseguia fazer daquele programa um exemplo maior de ritmo cómico e de gozo algo anárquico. Parecia que no estúdio estava tudo ao molho: audiência, apresentadores, músicos, bonecada. Quando se perseguem políticos para que estes ponham os óculos do programa, muito facilmente se pode resvalar para o escândalo e a palhaçada, mas a verdade é que o Caiga Quien Caiga espanhol foi a coisa mais parecida com o Daily Show que vi... antes sequer de ter visto este!
E confesso que ver o equilíbrio do casting para a versão portuguesa pender para personas televisivas que se popularizaram em telenovelas, reality-shows e programas cor-de-rosa me deixa triste com as vistas curtas da malta. Não é que eu ache que essas pessoas não são capazes de outros registos - algumas já se viram a fazê-los muito bem ou, não se tendo visto, mostraram-se muito capazes de o conseguir -, mas deixa-me céptico quanto ao facto de esse caminho estar sequer a ser considerado por quem manda.
A mais-valia de Caiga Quien Caiga era, acima de tudo, a direcção cómica que lhe era dada pelo elenco. Para além de Carbonel, destacavam-se os apresentadores El Gran Wyoming, Juanjo de La Iglesia e Javier Martín, mas também Tonino, o entrevistador mais dead-pan à face da Terra, para além da mini-banda do Maestro Reverendo - artistas, escritores, jornalistas, músicos, era tudo gente que não estava ali a fazer fretes e que conseguia fazer daquele programa um exemplo maior de ritmo cómico e de gozo algo anárquico. Parecia que no estúdio estava tudo ao molho: audiência, apresentadores, músicos, bonecada. Quando se perseguem políticos para que estes ponham os óculos do programa, muito facilmente se pode resvalar para o escândalo e a palhaçada, mas a verdade é que o Caiga Quien Caiga espanhol foi a coisa mais parecida com o Daily Show que vi... antes sequer de ter visto este!
E confesso que ver o equilíbrio do casting para a versão portuguesa pender para personas televisivas que se popularizaram em telenovelas, reality-shows e programas cor-de-rosa me deixa triste com as vistas curtas da malta. Não é que eu ache que essas pessoas não são capazes de outros registos - algumas já se viram a fazê-los muito bem ou, não se tendo visto, mostraram-se muito capazes de o conseguir -, mas deixa-me céptico quanto ao facto de esse caminho estar sequer a ser considerado por quem manda.
4 Comentários:
Este comentário foi removido pelo autor.
http://www.youtube.com/watch?v=PCRUZcVu_Pw - Milla
http://www.youtube.com/watch?v=5ovu1YUZuRk - blur
agora sim, os links.
Também sou uma saudosista do CQC (leioa-se cê-cu-cê :) )! Era um programa e pêras. Sempre achei que aquele formato nunca seria possível em Portugal... e continuo a achar. Por um simples motivo - nós não temos o charme airoso e a leveza de espírito de quem se sabe rir de si próprio. Não sabemos fazê-lo. Acho que aquele programa não terá paralelo nem sequer ém España.
Lembro-me de uma entrevista que o Pablo Cabonell fez aos Blur e - milagre - encontrei-a no you tube!
Fica aqui para te rires um bocadinho mais, uma Milla Jovovich com a Elsa Pataky no meio!
apesar de reformulado e com novos apresentadores, o CQC espanhol dá de novo há uns meses (desde o euro, acho) noutro canal. ocasionalmente com a mesma piada e genialidade de antes.
sem palavras para isso da júlia pinheiro. demasiado mau para ser verdade.
um abraço.
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