O artigo de Teresa de Sousa no Público de hoje perde interesse, na medida em que a Comissão não visa a representação de interesses nacionais, muito menos na pessoa do seu presidente. Ganha interesse na medida em que Durão Barroso pode representar, enquanto titular do cargo de maior importância da União Europeia, um equilíbrio de forças que trave o avanço da força dos grandes perante os pequenos e médios países. Mas a subserviência que o ainda primeiro-ministro mostrou na cimeira atlântica e em tudo o que se seguiu revela alguém que prefere demasiado a negociação diplomática e o contorno de princípios.
É claro que encontro muita ironia no facto de o presidente de um partido que preferiu a publicidade ao Euro 2004 ao combate à abstenção nas eleições europeias ser chamado para um cargo destes. A questão que se coloca, obviamente, já não é se Durão deve ou não sair. O dado está adquirido. A questão é por quem e como deve ele ser substituído. A maioria parlamentar e a visão por Jorge Sampaio de uma forma de governo de cariz parlamentar impedirão as eleições antecipadas. Apesar de tudo, não é isto que me repugna. Eu, simplesmente, não quero Santana Lopes como meu primeiro-ministro. E presumo que quem votou Durão Barroso nas últimas eleições legislativas também não o quereria. Ao fim e ao cabo, o que acontecerá no fundo será a constituição de um governo que não teve legitimação pelo voto. Pressionar Jorge Sampaio às eleições antecipadas? Isso é fortalecer a posição presidencial e enfraquecer a posição do Parlamento - algo não muito democrático.
Pergunto-me se me sentiria tão indignado se a personalidade escolhida para próximo primeiro-ministro não fosse Santana Lopes. E quanto mais me sentiria se fosse Paulo Portas?
É claro que encontro muita ironia no facto de o presidente de um partido que preferiu a publicidade ao Euro 2004 ao combate à abstenção nas eleições europeias ser chamado para um cargo destes. A questão que se coloca, obviamente, já não é se Durão deve ou não sair. O dado está adquirido. A questão é por quem e como deve ele ser substituído. A maioria parlamentar e a visão por Jorge Sampaio de uma forma de governo de cariz parlamentar impedirão as eleições antecipadas. Apesar de tudo, não é isto que me repugna. Eu, simplesmente, não quero Santana Lopes como meu primeiro-ministro. E presumo que quem votou Durão Barroso nas últimas eleições legislativas também não o quereria. Ao fim e ao cabo, o que acontecerá no fundo será a constituição de um governo que não teve legitimação pelo voto. Pressionar Jorge Sampaio às eleições antecipadas? Isso é fortalecer a posição presidencial e enfraquecer a posição do Parlamento - algo não muito democrático.
Pergunto-me se me sentiria tão indignado se a personalidade escolhida para próximo primeiro-ministro não fosse Santana Lopes. E quanto mais me sentiria se fosse Paulo Portas?
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