O autor do blogue Do Portugal Profundo foi constituído arguido de crime de desobediência na sequência de posts sobre o processo Casa Pia. (julgo que) É o primeiro caso do tipo em Portugal (, corrijam-me se estiver enganado).
ler em viagem
Ressoava como riso numa igreja.
F. Scott Fitzgerald, Crónicas de Hollywood
Era muito aborrecido pensar que o ácido sulfúrico que eu destilava não interessava a ninguém, pois hoje as pessoas preferem o ácido cítrico de uma Maitena.
Alvarez Rabo, Público
Os principais astrólogos da Índia já espreitaram os astros e viram o nome que neles está escrito como vencedor. Começa por K.
Público
[Eduardo Cintra Torres] veio (...) acusar-me de ser uma «santanete» colocada no «Diário de Notícias» para manipular e controlar o jornal a favor do Governo. (...) Conheço o Pedro Santana Lopes há muitos anos e nem ele nem eu temos culpa disso. Mas, se eu sou «santanete», por que não há-de ser ele «clarete»? Eis mais um caso flagrante de descriminação e perseguição das mulheres.
Clara Ferreira Alves, Expresso
F. Scott Fitzgerald, Crónicas de Hollywood
Era muito aborrecido pensar que o ácido sulfúrico que eu destilava não interessava a ninguém, pois hoje as pessoas preferem o ácido cítrico de uma Maitena.
Alvarez Rabo, Público
Os principais astrólogos da Índia já espreitaram os astros e viram o nome que neles está escrito como vencedor. Começa por K.
Público
[Eduardo Cintra Torres] veio (...) acusar-me de ser uma «santanete» colocada no «Diário de Notícias» para manipular e controlar o jornal a favor do Governo. (...) Conheço o Pedro Santana Lopes há muitos anos e nem ele nem eu temos culpa disso. Mas, se eu sou «santanete», por que não há-de ser ele «clarete»? Eis mais um caso flagrante de descriminação e perseguição das mulheres.
Clara Ferreira Alves, Expresso
Um tipo pôs o "Fahrenheit 9/11" na Internet para que toda a gente o possa ver antes das eleições. Ainda melhor do que isso, o homem encontrou um vídeo em que o George W. faz para a câmara o mesmo gesto que o rei de Espanha foi visto a fazer há uns meses.
P.S. Este site disponibiliza uma série de documentários sobre Kerry e Bush, incluindo o "Fahrenheit 9/11" e o "Going Upriver".
P.S. Este site disponibiliza uma série de documentários sobre Kerry e Bush, incluindo o "Fahrenheit 9/11" e o "Going Upriver".
Não quero contradizer João Cândido da Silva nas suas afirmações do Público de hoje, mas não é justo que se alargue indiscriminadamente a acusação nelas contida. Por muito que eu próprio não goste de tunas, parece-me desadequado ligar-lhes como uma necessidade a ideia de bronquice feroz. Afirmar o contrário seria como dizer que os professores universitários, supostos modelos de assunção dos "deveres, obrigações e direitos decorrentes da sua integração numa sociedade necessitada de quem ajude a zelar pelos valores essenciais que a enquadram", são uma cambada de bêbados apenas porque frequentemente vejo ébrios alguns dos que leccionam na minha universidade.
Tunas são grupos musicais com características tão próprias como as de um rancho folclórico e, como ranchos folclóricos, há diferenças de umas para outras, incluindo os rituais de praxe que adoptam. Logicamente, as tunas tendem a ser espaços de divertimento e, também aí, há diferenças de sensibilidade. O que é premente denunciar e questionar é o modo como se "aprendeu" a fazer esse divertimento através de estruturas relacionais baseadas no autoritarismo e na violência e através de formas muito particulares de consumo de álcool e demais drogas (em doses muito concentradas e de rápida eficácia) na generalidade social do hoje em dia - e não no âmbito específico das tunas, do meio estudantil ou qualquer outro.
Esse, sim, parece-me ser um ponto importante: a "javardice" de que Cândido da Silva fala não é das tunas - ela simplesmente lhe apareceu nessa forma. A javardice, tristemente, é geral.
Tunas são grupos musicais com características tão próprias como as de um rancho folclórico e, como ranchos folclóricos, há diferenças de umas para outras, incluindo os rituais de praxe que adoptam. Logicamente, as tunas tendem a ser espaços de divertimento e, também aí, há diferenças de sensibilidade. O que é premente denunciar e questionar é o modo como se "aprendeu" a fazer esse divertimento através de estruturas relacionais baseadas no autoritarismo e na violência e através de formas muito particulares de consumo de álcool e demais drogas (em doses muito concentradas e de rápida eficácia) na generalidade social do hoje em dia - e não no âmbito específico das tunas, do meio estudantil ou qualquer outro.
Esse, sim, parece-me ser um ponto importante: a "javardice" de que Cândido da Silva fala não é das tunas - ela simplesmente lhe apareceu nessa forma. A javardice, tristemente, é geral.
números da peste
Mais um breve apontamento sobre a subida das propinas: se o valor anual destas continuasse a acompanhar o valor do salário mínimo nacional, cada estudante pagaria 365,60 euros por um ano de licenciatura. Como não se manteve, na Universidade de Coimbra, que aprovou em Senado o valor máximo de propina, cada estudante pagará 880 euros. Considerando que há cerca de 22.000 estudantes em Coimbra, um par de contas simples mostra que a Universidade de Coimbra recolherá, graças à subida das propinas, 11.316.800 euros, ou seja, 2.263.360 contos a mais. Será este excedente aplicado em mais, novas e melhores salas de aula, meios didácticos, acção social?
Nesse encontro, Miguel Paes do Amaral explicou como vê a televisão e a imprensa e as diferenças entre estes dois meios de informação, nomeadamente ao nível do espaço de opinião e informação e porque a televisão necessita de uma licença do Estado.É a mesma razão por que um pequeno jornal que consegue um grande contrato publicitário, digamos, com uma cervejeira se sente limitado na sua liberdade de salientar o lado negativo do consumo de álcool. É a mesma razão por que a liberdade e imparcialidade, em jornalismo, são coisas que não existem.
Quanto à fatia suportada pelas famílias, através do pagamento das propinas e admitindo um cenário em que as instituições cobram o máximo (880 euros ), o Governo calcula que este esforço represente 14,4 por cento do custo médio de um curso superior.Significa isto que, se as propinas não tivessem mais do que duplicado (lembremo-nos que até ao ano passado elas acompanhavam o valor do salário mínimo), o Estado não conseguiria garantir financeiramente um grau universitário de ensino público? Para aí caminhamos?
durão perde o til
Quando José Manuel Fernandes condena um possível chumbo do PE à Comissão Europeia de Durão Barroso, alegando que isso seria igual a comprometer "o essencial", está, porventura sem consciência, a reproduzir o raciocínio de consenso a todo o custo que é típico de Jorge Sampaio. É simples: aprovar uma lista de comissários desastrosa seria sem dúvida mais desastroso do que as más consequências de uma reprovação, e é tudo.
Paralelo: um vencedor de lotaria procura quem lhe invista o dinheiro de forma segura. Os correctores que vai conhecendo não lhe merecem confiança. O que deve ele fazer: confiar o seu dinheiro a alguém em quem não confia ou esperar até que lhe apareça alguém melhor?
Paralelo: um vencedor de lotaria procura quem lhe invista o dinheiro de forma segura. Os correctores que vai conhecendo não lhe merecem confiança. O que deve ele fazer: confiar o seu dinheiro a alguém em quem não confia ou esperar até que lhe apareça alguém melhor?
Este ano, a corrida à DG/AAC (ainda) não está a motivar o borbulhar bloguístico que motivou o ano passado. Apesar de um ressuscitar fugaz do El Cabron, ainda só um candidato-fantasma...
sim, mas existem corvos brancos?
É possível acordar às oito da manhã em Coimbra, vestir uma camisola do avesso, ir a aulas de pós-graduação, almoçar com os colegas, apanhar um comboio até ao Porto, mudar de comboio, ler José Saramago, o Público e respectivos suplementos e um jornal universitário desconhecido e só corrigir o engano em Viana do Castelo.
Para descansar: três jogos japoneses sobre um cão chamado Tobby.
Um blogger inverteu várias músicas e diz o que ouviu, o que lembra o boato sobre a morte de Paul McCartney ou o culto de sincronia entre o álbum "Dark Side of The Moon" e o filme "O Feiticeiro de Oz".
Em relação à eleições nos Eua, um grande ensaio fotográfico e um site para votar.
O Fleshbot traz-nos uma versão animada do Kama Sutra.
Todos os anos, os estudantes universitários americanos têm nas praias da Florida o seu equivalente às nossas Queimas das Fitas. Na América não há tunas, mas há muita Budweiser, e Nathaniel Welch fotografou o evento.
(via Fleshbot)
(via Fleshbot)
A censura está na ordem do dia: o Boing Boing divulga como é possível censurar conteúdos na Internet com apenas uma conta no Hotmail.
cinco reflexões
1 – Aquando da saída de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia, abstive-me de criticar a decisão que o Presidente da República tomou, não convocando eleições antecipadas e chamando Pedro Santana Lopes a formar Governo. Se não era o que eu considerava mais adequado – fico tentado a dizer “apetecível” -, era, pelo menos, uma solução constitucionalmente possível e que Sampaio tinha, pareceu-me, o direito de legitimamente tomar. Em suma, considerei que seria razoável dar a Santana o benefício da dúvida que Sampaio lhe deu, formando um novo Governo dentro do quadro parlamentar existente e reservando-se o poder de dissolver a Assembleia da República e convocar eleições antecipadas para mais tarde, se necessário.
2 – Agora, o caso Marcelo Rebelo de Sousa (anos depois do primeiro, mais um Marcelo entrou nas casas dos portugueses para lhes dizer o que pensar...) mostra algo de diferente. Uma nova demissão do Governo sem consequente dissolução da Assembleia é de todo impensável, nem Sampaio estará interessado nisso. A questão, por isso, é apenas: está assegurado o regular funcionamento das instituições democráticas e, não o estando, é necessária a demissão do Governo para o assegurar?
3 – Sinto que o Governo de Santana está em manifesto desequilíbrio e que o Primeiro-Ministro não demonstra capacidade para um cabal desempenho do cargo. A sua relação de amor/ódio com os media revela laivos perigosos de vontade de controlo, a relação entre ele e os seus Ministros não é a melhor e tem demasiados inimigos dentro do seu próprio partido para conseguir uma base de apoio sólida aquando de crises como esta. Santana é, em suma, um homem isolado. Da sua reacção e do resultado da gestão desta situação depende, muito simplesmente, a sua sobrevivência política, o que não quer dizer que ele sobreviverá politicamente desde que o Governo que lidera não seja demitido. Para já, e conhecendo a capacidade de Santana para decisões que embaraçam os seus ministros, isto não parece digno de muita confiança.
4 – Não esqueçamos que o que está em causa aqui é uma atitude censória por parte do Governo. Santana Lopes poderá deixar cair o seu ministro dos Assuntos Parlamentares, usando-o como bode expiatório. O Presidente da República poderá considerar isso suficiente para sanar a crise ou não. Seja como for, o que está em causa hoje não é a mera garantia de uma maioria sólida no Parlamento que apoie um Governo: é a própria legitimidade ética do Governo para exercer a sua função de condução da administração pública e da política do país. Que condições de governabilidade tem um Governo sobre o qual recairá sempre uma acusação nem confirmada nem desmentida de censura?
5 – O Ps Porto criticou ontem a atitude de Rui Rio para com a comunicação social (tal como o Público já tinha feito em editorial), considerando que ele a pressiona de modo a que ela não possa “exercer a sua função de regulador do poder”. Ora, a comunicação social não serve para regular o poder, o que seria (e é) tão insuportável como a regulação pelo poder da própria comunicação social (entenda-se, para além da tutela do equilíbrio democrático entre os diferentes direitos, liberdades e garantias). O poder soberano é dos cidadãos, do povo, que o delega em representantes eleitos para cargos públicos. O que a comunicação social deve fazer, no caso invocado pelo Ps Porto, é informar o povo do modo como o seu poder delegado está a ser exercido, permitindo que ele aja em conformidade e tome as decisões que tenha de tomar para o exercício da sua cidadania.
2 – Agora, o caso Marcelo Rebelo de Sousa (anos depois do primeiro, mais um Marcelo entrou nas casas dos portugueses para lhes dizer o que pensar...) mostra algo de diferente. Uma nova demissão do Governo sem consequente dissolução da Assembleia é de todo impensável, nem Sampaio estará interessado nisso. A questão, por isso, é apenas: está assegurado o regular funcionamento das instituições democráticas e, não o estando, é necessária a demissão do Governo para o assegurar?
3 – Sinto que o Governo de Santana está em manifesto desequilíbrio e que o Primeiro-Ministro não demonstra capacidade para um cabal desempenho do cargo. A sua relação de amor/ódio com os media revela laivos perigosos de vontade de controlo, a relação entre ele e os seus Ministros não é a melhor e tem demasiados inimigos dentro do seu próprio partido para conseguir uma base de apoio sólida aquando de crises como esta. Santana é, em suma, um homem isolado. Da sua reacção e do resultado da gestão desta situação depende, muito simplesmente, a sua sobrevivência política, o que não quer dizer que ele sobreviverá politicamente desde que o Governo que lidera não seja demitido. Para já, e conhecendo a capacidade de Santana para decisões que embaraçam os seus ministros, isto não parece digno de muita confiança.
4 – Não esqueçamos que o que está em causa aqui é uma atitude censória por parte do Governo. Santana Lopes poderá deixar cair o seu ministro dos Assuntos Parlamentares, usando-o como bode expiatório. O Presidente da República poderá considerar isso suficiente para sanar a crise ou não. Seja como for, o que está em causa hoje não é a mera garantia de uma maioria sólida no Parlamento que apoie um Governo: é a própria legitimidade ética do Governo para exercer a sua função de condução da administração pública e da política do país. Que condições de governabilidade tem um Governo sobre o qual recairá sempre uma acusação nem confirmada nem desmentida de censura?
5 – O Ps Porto criticou ontem a atitude de Rui Rio para com a comunicação social (tal como o Público já tinha feito em editorial), considerando que ele a pressiona de modo a que ela não possa “exercer a sua função de regulador do poder”. Ora, a comunicação social não serve para regular o poder, o que seria (e é) tão insuportável como a regulação pelo poder da própria comunicação social (entenda-se, para além da tutela do equilíbrio democrático entre os diferentes direitos, liberdades e garantias). O poder soberano é dos cidadãos, do povo, que o delega em representantes eleitos para cargos públicos. O que a comunicação social deve fazer, no caso invocado pelo Ps Porto, é informar o povo do modo como o seu poder delegado está a ser exercido, permitindo que ele aja em conformidade e tome as decisões que tenha de tomar para o exercício da sua cidadania.
O caso Marcelo, mais do que um caso de censura, revela as falácias na exigência de manter uma informação independente no seio de grandes grupos cuja acção se pauta por interesses económicos e, simultaneamente, mostra como o feitiço se pode virar facilmente contra o feiticeiro quando a esfera política utiliza os media como instrumento privilegiado de propaganda. Ao mesmo tempo, é curioso como, perante um Estado que cada vez mais vai privatizando os serviços públicos cuja garantia lhe é tradicionalmente atribuída, as manobras censórias passam mais por riscos de insucesso negocial do que por demonstrações autoritárias de força. Ou seja, um Estado que cada vez mais é um privado deixa de fazer coisas como Estado para passar a fazê-las como privado. O nosso tempo deve ser de premente pensamento de reorganização política, ou seja, a crise não surgiu com o caso Marcelo, é o caso Marcelo que resulta da crise.
porque isto pode-se dizer
No passado Domingo, Marcelo Rebelo de Sousa criticou o Governo do partido do qual já foi presidente, considerando-o pior do que o de António Guterres, de cujo partido Marcelo nunca foi presidente. Hoje, depois de uma conversa entre o comentador e o presidente do grupo Media Capital, anuncia-se que Marcelo abandonará a Tvi. Por muito que o Governo diga que a Tvi não é do tipo de se deixar pressionar, algo não cheira bem aqui. E Marcelo, sendo professor de Direito, tem ainda maior obrigação de pôr a sua posição de cidadão que possivelmente viu o seu direito à liberdade de expressão violado por forças governamentais à frente da diplomacia partidária, em que, de resto, nunca se mostrou muito interessado.
Hoje à tarde, no descanso de casa, Petânia não me largou.
In their defence, the men say all of the girls consented, and that women on the island start having sex at an early age, anyway. Women on the island agree it's true.Se juntarmos a isto o facto de todos os habitantes das Pitcairn dependerem dos arguidos para o abastecimento de produtos básicos, percebemos a importância do caso. Leia-se a série de artigos no Independent e no New Zealand Herald.
Nem todos podem ser tão afortunados como Pacheco Pereira, mas pode-se sempre consultar a Hypnerotomachia Poliphili aqui.
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