Baleado e esfaqueado por uma apaniguada de Papa Doc. A culpa foi do Che Guevara, que falou quando não devia e obrigou a mulher a um exemplo. O resto dos reféns saíram do anfiteatro sem olhar para trás.
sonho
Johnny Rotten insulta Greil Marcus por um livro de Greil Marcus que responde já ao insulto de Johnny Rotten.
coisa gira...
...ter ouvido Daniel Oliveira no Eixo do Mal, gravado ontem ou anteontem, a dizer que Manuel Alegre não ia de certeza candidatar-se...
I'm not the only soul who's accused of hit and run*
Mas será que, sem querer dar a sua opinião sobre os preceitos constitucionais, alguém já pensou no profundamente preocupante que é um sistema de Estado funcionar sem saber em que legislatura se encontra?
portugal
Eu leio os jornais, vejo uma prisão preventiva ser revogada a uma candidata que há tempos tinha fugido, supostamente ela sabia como tudo se ia passar, podia ter dado para o torto, ficou na PJ mais tempo do que devia, chegou-lhe a cheirar a traidores e prisão, mas a filha conseguiu que ela de lá saísse à custa de telefonemas para o tribunal.
Eu vejo televisão, vejo gente que vai governar outra funcionar puxada a uma corda chamada interesse, vejo candidatos atropelarem-se com as línguas.
As pessoas que não têm dinheiro agem como se o tivessem e as pessoas que o têm exibem-no até à náusea, até não o terem.
Quero fazer coisas, coisas boas, coisas úteis, não me deixam.
Vejo cada vez mais divulgada, cada vez merdamente mais divulgada, a ideia de "estágio não remunerado", ou uma neo-escravatura disfarçada sob a capa da ligação da honra ao trabalho, invertida e torta.
E de resto, o que fica?
Fica uma espécie de conta-atrás baixinho, uma paciência que se vai esgotando, um sentido de cidadania que já nasceu cansado, uma luta silenciosa contra a ideia, cada vez mais sedutora, de resignar à apatia, que quer atacar, quer atacar, quer atacar toda a gente.
Eu vejo televisão, vejo gente que vai governar outra funcionar puxada a uma corda chamada interesse, vejo candidatos atropelarem-se com as línguas.
As pessoas que não têm dinheiro agem como se o tivessem e as pessoas que o têm exibem-no até à náusea, até não o terem.
Quero fazer coisas, coisas boas, coisas úteis, não me deixam.
Vejo cada vez mais divulgada, cada vez merdamente mais divulgada, a ideia de "estágio não remunerado", ou uma neo-escravatura disfarçada sob a capa da ligação da honra ao trabalho, invertida e torta.
E de resto, o que fica?
Fica uma espécie de conta-atrás baixinho, uma paciência que se vai esgotando, um sentido de cidadania que já nasceu cansado, uma luta silenciosa contra a ideia, cada vez mais sedutora, de resignar à apatia, que quer atacar, quer atacar, quer atacar toda a gente.
amarante
Cartazes, muitos, e carros com altifalantes que anunciam comícios e passam canções brasileiras. No alto, o sorriso infantil de Ferreira Torres, vozes, alguém diz "como é possível?". Há jornais que escrevem que o homem é mais perigoso do que a bala que matou o Kennedy, outros que denigrem os detractores. Entretanto, a cidade cai para o Tâmega, uma mulher pergunta onde é a passadeira e solta foda-ses pesados como pedras, eu cruzo uma ponte nos dois sentidos, vejo filmes, leio poemas, gosto de ler, não faço planos.
Até domingo, estarei aqui.
sampaio dá tacadas
Li ontem que Jorge Sampaio vai "dar a tacada inaugural" num novo comedor-de-água campo de golfe. Será que, no ano que vem, será o Presidente da República a atear o primeiro fogo de Verão?
meanings of life
Um dia, merda no sapato, diz, é sorte. Carregar mobília, surpresa, não ir afinal a um sítio, ir a outro, caixas cheias, talvez nenhum, a música, fim.
Toda a gente, pecadora, toda a gente, pequenas viagens, toda a gente, os bichos mais ariscos que souberam esgueirar-se, souberam morrer, temos marcas no corpo.
Papéis, envelopes, encaixes, um cego num país novo, autocarros em quadrado, a mulher, o sono, a noite e eu, espantoso, a memória.
Toda a gente, pecadora, toda a gente, pequenas viagens, toda a gente, os bichos mais ariscos que souberam esgueirar-se, souberam morrer, temos marcas no corpo.
Papéis, envelopes, encaixes, um cego num país novo, autocarros em quadrado, a mulher, o sono, a noite e eu, espantoso, a memória.
ontem...
...isto apareceu-me de surpresa no intervalo do Kill Bill e, até acabar, não mudei mais de canal. Há algum tempo que não chorava a rir a ver uma série (não exagero e tenho testemunhas). É durante esta semana na Rtp2, à uma da manhã. Se não puderem ver, gravem ou roubem!
blogs novos
Quem disse que a blogosfera estava fraquinha? Entre novos e mais velhos, portugueses e estrangeiros, descobri ultimamente uma série de belos blogs:
A Origem das Espécies: o novo de Francisco José Viegas.
Assumidamente: um blog assumidamente lésbico, assumidamente apaixonado, assumidamente cultural, assumidamente nosso... assumidamente na penumbra!
A Universidade de Mestre Bongo: estudos superiores em manifestações culturais inferiores da raça homo sapiens. Nihil humani mihi alienum puto.
Corpo Dormente: o novo de Bruno Nogueira e um misterioso alvim3...
Honey, where you been so long?: blues anteriores à II Guerra Mundial.
O Melhor Anjo: espaço de pensamento e reflexão sobre artes performativas (análise de espectáculos, recensões, contextos, opinião). Espaço também para o resto.
Opiniatrety: half- to Quarter-Baked Thoughts.
sound + vision: novo, de Nuno Galopim e João Lopes.
A Origem das Espécies: o novo de Francisco José Viegas.
Assumidamente: um blog assumidamente lésbico, assumidamente apaixonado, assumidamente cultural, assumidamente nosso... assumidamente na penumbra!
A Universidade de Mestre Bongo: estudos superiores em manifestações culturais inferiores da raça homo sapiens. Nihil humani mihi alienum puto.
Corpo Dormente: o novo de Bruno Nogueira e um misterioso alvim3...
Honey, where you been so long?: blues anteriores à II Guerra Mundial.
O Melhor Anjo: espaço de pensamento e reflexão sobre artes performativas (análise de espectáculos, recensões, contextos, opinião). Espaço também para o resto.
Opiniatrety: half- to Quarter-Baked Thoughts.
sound + vision: novo, de Nuno Galopim e João Lopes.
energias renováveis
Depois da interessante série de posts que ele escreveu sobre o tema, atiro daqui ao João André uma pergunta que me tem feito pensar: achas que uma subida constante no preço do petróleo poderá levar a que sejam os próprios mecanismos normais da sociedade capitalista - designadamente, a concorrência - a impulsionar o alicerçamento do sistema de produção em energias renováveis?
Explico-me melhor: com os preços das energias fósseis a aumentar, diminui a paciência das indústrias. Por um lado, têm de aumentar os preços para cobrir os maiores custos em combustível. Por outro, as vendas diminuem, pois o poder de compra dos consumidores será menor. Será que se pode prever, com base numa avaliação dos custos, em que momento é que bens produzidos com energias renováveis serão mais baratos, logo, mais competitivos em relação aos produzidos com as, nesse momento, mais caras energias fósseis (o que, por seu lado, impeliria a indústria a apoiar a investigação científica ao nível do aproveitamento económico das energias renováveis, etc., etc.).
Explico-me melhor: com os preços das energias fósseis a aumentar, diminui a paciência das indústrias. Por um lado, têm de aumentar os preços para cobrir os maiores custos em combustível. Por outro, as vendas diminuem, pois o poder de compra dos consumidores será menor. Será que se pode prever, com base numa avaliação dos custos, em que momento é que bens produzidos com energias renováveis serão mais baratos, logo, mais competitivos em relação aos produzidos com as, nesse momento, mais caras energias fósseis (o que, por seu lado, impeliria a indústria a apoiar a investigação científica ao nível do aproveitamento económico das energias renováveis, etc., etc.).
katrina
No final descobrimos que nem tecnologia, nem engenharia, nem economia, nem artilharia, nem ideologia nos podem salvar.Andei a reler os posts deste blog com um intuito: queria saber se tinha escrito alguma coisa sobre o tsunami no Índico quando este ocorreu. Como pensava, não escrevi nada, e lembro-me do porquê: na altura, estava demasiado perplexo pela intensidade do que via para poder exprimir qualquer ideia que fosse para além dessa mesma surpresa.
Mas o desastre que o Katrina está a provocar nos EUA tem algo mais. Primeiro, destruir Nova Orleães é também acabar com toda uma memória cultural (o nascimento do jazz) que hoje é comum a todo o mundo. Não afirmo que isto seja o mais importante, não sou nenhum maluco, mas sinto que, juntamente com tudo o que há de essencialmente humano no desastre (alimentação, habitação, saúde, os familiares em perigo, todas as situações-limite físicas e emocionais), há um património que se destrói, e esse património também é meu.
Por outro lado, e mais importante, o desamparo das populações durante estes dias (só hoje é que a ajuda do Governo Federal chegou à cidade) mostra que o Primeiro Mundo americano só funciona quando tudo está bem, porque, quando as coisas correm mal, é preciso andar a discutir quem é que tem a culpa e quem é que tem de ajudar primeiro. Foi dito, aliás, o mesmo do Estado-Providência. Afinal, talvez agir em prol dos outros seja uma incapacidade comum a toda a gente. Ou talvez Kanye West tenha razão e o W. não queira saber dos negros, não sei. O assunto está a ser debatido em profusão na blogosfera, mas a minha mãe não deixou de ficar chocada quando lhe disse que havia gente a morrer enquanto outros discutiam se há trezentos anos meia dúzia de sujeitos disseram ou não se se devia ajudar quem precisa. É certo que não devemos ilibar de culpas o governo estadual do Louisiana se as teve, mas porque é que o governo central dos EUA, que sempre desgostou tanto de conversas e de discutir o Direito antes de declarar guerras no exterior, não se calou mais cedo e enviou as tropas federais para o terreno?
meanings of life
Uma viagem de comboio é o que é, mais o que se nela se lê, escreve e pensa, e eu pensei que, no ler e escrever, sempre estive muito próximo de padres. Entretanto, andei a esgravatar na memória. E realmente não sabia, mas é engraçado, até à vista.
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