papa bento 2
O que o documento da Congregação para a Educação Católica (que pode ser consultado aqui) afirma é, em resumo, que a homossexualidade, quer enquanto efectiva prática, quer enquanto tendência, deve ser erradicada dos seminários. Isto não é mais do que a ponta de uma longa corda de hipocrisias da igreja católica. Primeiro, há o desfasamento entre o tratamento teológico da sexualidade e as frequentes e conhecidas tolerâncias e silêncios relativamente a sacerdotes sexualmente activos que, por vezes, mantém mesmo núcleos familiares. Se a dimensão erótica da pessoa deve ser, à partida, anulada no sacerdote, qual a necessidade de especificar um erotismo homossexual face a um heterossexual? Depois, temos os recentes e famosos casos de abusos de menores, que, como refere o padre Feytor Pinto, parecem ter sido uma grande motivação para este documento. Só que isso reflecte duas coisas: uma tentativa desesperada de ligar à homossexualidade uma voracidade sexual incontrolável e comprometedora que leva inevitavelmente a uma conduta criminosa, o que é simplesmente ridículo; um estranho modo de combater o abuso sexual de menores nos seminários, tentando anular os impulsos sexuais... dos abusados!
Especificamente em resposta ao Marco Mendes Velho, que me chama "proletário e quase estalinista" aqui e "católico desiludido", "homossexual em vias de definição" e "ex-seminarista abusado" (em alternativa) aqui, digo que a Igreja Católica não é (se é, não deve ser) um Estado dentro do Estado, sendo-lhe assim plenamente aplicável a "cartilha constitucional de direitos e deveres" que vigora para qualquer pessoa (que eu saiba, pelo menos entre nós a Concordata não se sobrepõe à Consituição). Talvez seja por não gostar de determinado tipo de estupidezes em estruturas com poder que me preocupo com este assunto. É que um estúpido sem poder é apenas isso, mas um estúpido com poder é mais: é perigoso.
Especificamente em resposta ao Marco Mendes Velho, que me chama "proletário e quase estalinista" aqui e "católico desiludido", "homossexual em vias de definição" e "ex-seminarista abusado" (em alternativa) aqui, digo que a Igreja Católica não é (se é, não deve ser) um Estado dentro do Estado, sendo-lhe assim plenamente aplicável a "cartilha constitucional de direitos e deveres" que vigora para qualquer pessoa (que eu saiba, pelo menos entre nós a Concordata não se sobrepõe à Consituição). Talvez seja por não gostar de determinado tipo de estupidezes em estruturas com poder que me preocupo com este assunto. É que um estúpido sem poder é apenas isso, mas um estúpido com poder é mais: é perigoso.
1 Comentários:
Ó Jorge não adianta explicar as coisas a gajos que são burros por natureza. Não adianta. Esses gajos até podem saber utilizar alguns truques de argumentação. Não é preciso muito, basta ler o Expresso e frequentar alguma universidade por mais reles que seja. O que os gajos se esquecem é que a Igreja Católica é uma instituição que apenas segue os seus instintos de sobrevivência num mundo que não compreende. Agarrados ao preto das palavras e da teatralidade do culto não conseguem sair do circulo. São tão calculistas como os partidos políticos, sempre com medo de avançar porque não sabem que é melhor seguir o amor do que o calculismo de ver perder a gentinha da laia conservadora muito semelhante aos gajos que te criticaram. A igreja não sabe do amor, porque o amor exige progresso, tolerância e sobretudo não ter medo. E o que constato é que a Igreja vive e sempre viverá no medo, quando poderia viver no amor. Não sei por quanto tempo... Como esses gajos têm um poder de argumentação estafado afirmo que sou católico participante no templo e na vida real.
http://casa-de-meninas.blogspot.com
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