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Os poemas antigos: Acertos Veniais, 2

Este poema, escrito nos dias que passaram entre o início do anterior e a sua correcção (ou seja, até ao acrescento dos quatro versos finais), é uma excrescência chico-esperta, porque a sua suposta “tese” – é poema com argumento – não existe ou, existindo, fica escondida por entre a confusão dos elementos querer-pensar. O poema parece que quer dizer, mas acaba por não o fazer, ou seja, assume uma lógica de ocultação que não combina com a intenção de expor. A brincar, a brincar, a ligação entre pensamento e indivíduo não deixava de ser uma preocupação temática central e que continuo a desenvolver, apesar de já não lhe dar tanta importância. Mas o tom, e principalmente a pergunta na estrofe final, o falso diálogo com a “plateia” de leitores, o tom teatral presumido, são tudo coisas que me fazem querer dar uma bofetada ao autor que eu era na altura. Algo que, no entanto, continuo a achar engraçado é “os carros”, o elemento dissonante, perturbador, dinâmico: é que, onde eu escrevia, praticamente não passavam carros que pudessem “quebrar o pensar de quem pensa”. Onde terei eu ido buscar isto? Estaria a dissociar-me voluntariamente da aldeia?

Quanto mais quero pensar querer,
Mais penso que não quero querer
O que, querendo pensar, quereria.

É que, ao contrário do que quer o que pensa,
Eu não consigo pensar que o que quero
É o que quereria pensado o querer.
E enquanto os carros passarem a quebrar o pensar de quem pensa,
Quererei pensar querer o
Que, quebrado o pensar, querido continuará.

Quem quer pensar, como eu quero,
No que pensado, pensado querido
Será então?
Ninguém?! Como queiram!
Enquanto eu quiser que pense querer,
Menos pensarei no que quero pensar;
Pois além do carro que passa a quebrar,
Eu quebro sem pensar o meu passante querer.

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

O que tu queres,sei eu!!! Guilherme

5:25:00 da tarde  
Blogger Girolamo Savonarola disse...

Como se não bastasse os outros andarem a fazer recensões críticas aos amigos, o Nande resolve fazer uma prédica sobre ele próprio enquanto autor... Olha que se o JP George sabe disto trucida-te num dos seus posts futuros. ;-) Abraço

5:27:00 da tarde  

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