Os poemas antigos: Acertos Veniais, 9
Não consigo deixar de sorrir quando leio "é bolo isto". Foi talvez a minha primeira imagem que diz exactamente o que quis dizer.
Estou ameno em mansidão sem estar
Flutuo bem no voo pelo nada denso de tudo.
Que vazio bom o que eu sinto...
Que leve... leve... leve...
Sei de arrepio que cairei,
Escaqueirado no chão de lascas, como um cão faquir!
Cortado quando fazia capitais e coisas fabulosas no ar,
Traído com o gelo escarninho de um trapézio mal laminado
para algures num tempo macarrónico!
Mas, por agora,
Venho a pairar ao sabor do escuro,
E é bolo isto.
Palavras burlas são ares amenos,
Lembranças calmas de nada tépido.
Pairo... pairo tão belo...
Esqueço que não me sei, e não me sei...
Vivo para não ser
E não ser neste adeus...
Ao que há-de vir.
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