o poema
Na terça-feira, fui à Faculdade de Letras para uma reunião e, quando saí, vi um papel no chão com algo escrito. Era isto.
já não consigo digoObrigado, destino, por estas pequenas felicidades.
já não consigo
ler poemas
há tanto de que desgosto
a melancolia o triste a saudade
o não haver ninguém
que bem
esteja na sua idade
pessoas que são pessoas
nem boas
nem más
já isso não há
nunca houve, pode ser
mulher que grite e morda
(o)
homem que queira foder
disso não há
leio muita vergonha
e querela irresolvida
com o tempo
e a infância
e palavras produzidas
em desenho
numa folha
de papel
versos pose
texto morto
antes de
nascer
é o fim
(e eu sim
eu quero
foder)
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