as memórias de José Hermano Saraiva*
Os cinco anos de namoro foram a época de maior beleza poética, de encantamento interior, de toda a minha vida. A menina de quem eu gostava era, como escrevi nuns versos que então lhe dediquei, tão doce como o 'pão da festa'. Ela não sabia o que era o pão da festa: é o bolo da Páscoa, nas Donas, aldeia da Beira Baixa em que nasceram meus pais e meus avós.A conversa entre José Hermano Saraiva e a sua futura mulher deve ter sido algo como:
- Meu amor, posso ler-te uns versos?
- Está bem...
- "Oh, menina tão modesta/És o belo pão da festa"...
- Hã? Espera - sou o quê?
- O pão da festa.
- Mas o que é o pão da festa?
- Então...
- Eu pão-pão e tu festa!?
- Não, meu amor... é o que os meus pais e avós comiam na Páscoa...
- Eu sou o que os teus pais e avós comiam na Páscoa?
- Hã... olha, deixa lá. És "bela", está bem? Muito "bela".
- Hmmm.. ok. E, quando casarmos, posso trabalhar?...
2 Comentários:
Caro Jorge,
Queria deixar-te uma palavra de apreço em relação ao teu blog.
Um espaço a voltar.
Abraço, Salvador
AA
hahaha...
Muito bom! O mundo moderno apaga um pouco do romantismo de outrora!
Parabéns pelo texto!
Abraço.
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Ei, visite meu blog também: http://escritasdogordinho.blogspot.com/
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