o filme: Guy
Não me acontece muitas vezes, mas ontem estava sozinho com a televisão em zapping e encontrei um filme que não conhecia, de que nunca ouvira falar e que me deixou colado ao ecrã até ao fim. Foi este, chamado Guy, realizado por Michael Lindsay-Hogg (o do Let It Be dos Beatles e do concerto em Central Park dos Simon & Garfunkel) e interpretado por Vincent "I am in a world of shit" D'Onofrio.
Duas coisas me prenderam ao filme. Por um lado, a premissa: uma documentarista escolhe um homem ao calhas na rua e passa a segui-lo com uma câmara por toda a parte. É invulgar, interessante: como é que ele lida com isso, como é que as pessoas que o rodeiam lidam com isso e até onde estarão todos dispostos a ir, são as perguntas que surgem. Por outro lado, o tratamento visual: o que se vê é sempre a imagem captada por alguém e eu não conseguia deixar de perguntar-me "até onde é que conseguirão levar isto? Quando terão de desistir e mudar de perspectiva? O que restará do filme quando se esgotar o filme dentro dele?". Como há uma reviravolta, revelar as respostas não é muito elegante, mas digo que a solução encontrada foi magistral. Impressionante como um ano antes do Truman Show e dois antes do Big Brother já tinha sido encontrada a resolução para o problema que este viria a colocar: implicar no acto de olhar tanto o seu sujeito como o seu objecto. Afinal, não podemos esquecer que as câmaras têm sempre, sempre alguém por trás.
Duas coisas me prenderam ao filme. Por um lado, a premissa: uma documentarista escolhe um homem ao calhas na rua e passa a segui-lo com uma câmara por toda a parte. É invulgar, interessante: como é que ele lida com isso, como é que as pessoas que o rodeiam lidam com isso e até onde estarão todos dispostos a ir, são as perguntas que surgem. Por outro lado, o tratamento visual: o que se vê é sempre a imagem captada por alguém e eu não conseguia deixar de perguntar-me "até onde é que conseguirão levar isto? Quando terão de desistir e mudar de perspectiva? O que restará do filme quando se esgotar o filme dentro dele?". Como há uma reviravolta, revelar as respostas não é muito elegante, mas digo que a solução encontrada foi magistral. Impressionante como um ano antes do Truman Show e dois antes do Big Brother já tinha sido encontrada a resolução para o problema que este viria a colocar: implicar no acto de olhar tanto o seu sujeito como o seu objecto. Afinal, não podemos esquecer que as câmaras têm sempre, sempre alguém por trás.
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