os efeitos
Ainda sobre o Efeito Borboleta e outras histórias, duas coisas curiosas aconteceram aqui.
Primeiro, é sempre uma surpresa boa ver, mesmo junto ao meu nome, o do amigo João Sousa André, antigo comparsa de séries e outros bês.
Segundo, as divisões no meu texto devem-se ao facto de, como é habitual, ter lido distraidamente as regras do passatempo e, por isso, ter acabado por editar um texto que era maior e indivisível. Não fiquei insatisfeito com o resultado final, mas, para prova e memória futura, aqui o deixo.
OS VOOS DOS MOSCARDOS
Um padre desliga a box da Tv Cabo, detonando uma bomba num jogo de futebol.
Um ciclista desconhecido procura o seu nome no Google, alimentando um ladrão de Moçambique.
Se Santana abre uma torneira, Durão derrama uma lágrima.
Um escritor de romances de amor é assaltado porque Francisco José Viegas se descalçou para sentir a textura de uma areia meridional nos pés.
Quando Conan O'Brien sobe para a sua mesa, uma sexagenária decide que vai recomeçar a fumar.
Eu toco uma campainha em Portugal e assim mato Kim Jong-il.
"Quem é que ele pensa que é?", diz uma vendedora de bilhetes em Santa Apolónia, e um homem dá um beijo na testa da filha gaditana. Chegou, por fim, essa hora.
A actriz olhou só mais uma vez para a Broadway, mas não deixou de haver tempestade no falso deserto de sal dos Andes.
Mãe, toca o orvalho no quintal só mais uma manhã - faz desaparecer o cocó de cão das ruas da minha cidade.
Tony Hoagland pensa em Frank O'Hara. Escreve, de uma assentada, três poemas. O mundo ganha uma hora de sono.
Eu aprendi a dizer "name-dropping" e, ups, duzentos operários fabris no desemprego!
O músico diz "não foi para isto que se fez o 25 de Abril". Nesse momento, o cocó de cão reaparece nas ruas da minha cidade.
Uma baleia engole um pescador indonésio 33 minutos depois de um primo distante (do homem, não da baleia) se imolar pelo fogo numa aldeia palestiniana.
Um homem chamado Joseph Grand decidiu imitar o seu homónimo do livro de Camus e pensa na frase que reescreverá no resto da vida porque, num cinema abandonado de Bombaim, um rapaz e uma rapariga beijam-se e choram ao mesmo tempo.
O padre liga novamente a box da Tv Cabo, impedindo que algo de interessante aconteça até 2011.
Em 2011, o mundo acaba, mas outro na fila logo lhe toma a vez.
Primeiro, é sempre uma surpresa boa ver, mesmo junto ao meu nome, o do amigo João Sousa André, antigo comparsa de séries e outros bês.
Segundo, as divisões no meu texto devem-se ao facto de, como é habitual, ter lido distraidamente as regras do passatempo e, por isso, ter acabado por editar um texto que era maior e indivisível. Não fiquei insatisfeito com o resultado final, mas, para prova e memória futura, aqui o deixo.
OS VOOS DOS MOSCARDOS
Um padre desliga a box da Tv Cabo, detonando uma bomba num jogo de futebol.
Um ciclista desconhecido procura o seu nome no Google, alimentando um ladrão de Moçambique.
Se Santana abre uma torneira, Durão derrama uma lágrima.
Um escritor de romances de amor é assaltado porque Francisco José Viegas se descalçou para sentir a textura de uma areia meridional nos pés.
Quando Conan O'Brien sobe para a sua mesa, uma sexagenária decide que vai recomeçar a fumar.
Eu toco uma campainha em Portugal e assim mato Kim Jong-il.
"Quem é que ele pensa que é?", diz uma vendedora de bilhetes em Santa Apolónia, e um homem dá um beijo na testa da filha gaditana. Chegou, por fim, essa hora.
A actriz olhou só mais uma vez para a Broadway, mas não deixou de haver tempestade no falso deserto de sal dos Andes.
Mãe, toca o orvalho no quintal só mais uma manhã - faz desaparecer o cocó de cão das ruas da minha cidade.
Tony Hoagland pensa em Frank O'Hara. Escreve, de uma assentada, três poemas. O mundo ganha uma hora de sono.
Eu aprendi a dizer "name-dropping" e, ups, duzentos operários fabris no desemprego!
O músico diz "não foi para isto que se fez o 25 de Abril". Nesse momento, o cocó de cão reaparece nas ruas da minha cidade.
Uma baleia engole um pescador indonésio 33 minutos depois de um primo distante (do homem, não da baleia) se imolar pelo fogo numa aldeia palestiniana.
Um homem chamado Joseph Grand decidiu imitar o seu homónimo do livro de Camus e pensa na frase que reescreverá no resto da vida porque, num cinema abandonado de Bombaim, um rapaz e uma rapariga beijam-se e choram ao mesmo tempo.
O padre liga novamente a box da Tv Cabo, impedindo que algo de interessante aconteça até 2011.
Em 2011, o mundo acaba, mas outro na fila logo lhe toma a vez.
1 Comentários:
Foi um prazer ver que foste outro dos premiados Jorge e apenas me pergunto que fazem as minhas brincadeiras ao lado da tua escrita. Seja como for, grande abraço e aprecia o livro (eu começarei a lê-lo quando chegar a Portugal dentro de duas semanas).
Abraço
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