"La Mala Educación"
Devo confessar que, desde "La Ley del Deseo", não me lembro de ver um filme de Almodóvar tão distintamente homo-sexual, o que não deixa de ser curioso, pois, tanto num como noutro, um dos ângulos dos triângulos de relações que se vão formando é um realizador de cinema. É claro que, ao contrário do que as revistas e os jornais da especialidade têm vindo a dizer desde que se soube que Gael García Bernal ia começar uma colaboração com o realizador espanhol, o interesse principal do filme não é a transformação de Che em Sara Montiel, mas sim o jogo de espelhos que se cria entre o Almodóvar real e o Almodóvar representado que é a personagem de Enrique Goded. É também estimulante assistir, mais uma vez, à visão do renascimento do passado "kitsch" (de Espanha) num presente (ou passado que para todos os efeitos o é) de travestis, transexuais e toxidependentes. Enfim, como com Woody Allen, já se sabe o que se vai ver quando se vai ver Almodóvar, e, ao mesmo tempo, estamos sempre tão perdidos como as personagens.
(e, já agora, vejam aqui as belíssimas fotografias de cena)
(e, já agora, vejam aqui as belíssimas fotografias de cena)
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