as impressões de viagem
Quando se chega a Maputo, é impossível não reparar no lixo, que parece acumular-se pelas ruas de modo incontrolável. Depois, vem-se a saber que aquilo, afinal, não foi sempre assim e que, curiosamente, tem vindo a piorar desde que o município passou a cobrar uma taxa de lixo para financiar a recolha. Ou seja, a população de Maputo sente que está a pagar pelo lixo que lhe ocupa as ruas.
O lixo de Maputo serve como metáfora para o que me pareceu o maior problema de Moçambique: o laxismo, a sensação indiscriminada de que, a menos que se tome a iniciativa, algo dificilmente será feito. Esta impressão não pretende, claro está, englobar toda a gente: como impressão, anula o indivíduo e realça o geral com superficialidade q.b. Por outro lado, a colonização portuguesa tinha de ter deixado alguma marca: que outro país podia ter legado o "deixa andar" e a ânsia quase trágica de encontrar seriedade numa estrutura político-burocrática que tende a pôr perigosamente a forma à frente do conteúdo?
Moçambique ganha quando sacode os complexos e deixa vir ao de cima a convicção comovente de que há um país por construir. Há quanto tempo é que nós, europeus, inchados e cosmopolitas, perdemos esta noção: a de que Portugal é aquilo que fizermos dele? E há quanto tempo nos esquecemos da nossa língua, que no Sul é, talvez, o elemento mais importante para ajudar a definir uma coesão nacional sobre as culturas e tradições regionais? A vontade, naquele país, de seguir em frente é estarrecedora. Tínhamos todos muito a aprender uns com os outros.
O lixo de Maputo serve como metáfora para o que me pareceu o maior problema de Moçambique: o laxismo, a sensação indiscriminada de que, a menos que se tome a iniciativa, algo dificilmente será feito. Esta impressão não pretende, claro está, englobar toda a gente: como impressão, anula o indivíduo e realça o geral com superficialidade q.b. Por outro lado, a colonização portuguesa tinha de ter deixado alguma marca: que outro país podia ter legado o "deixa andar" e a ânsia quase trágica de encontrar seriedade numa estrutura político-burocrática que tende a pôr perigosamente a forma à frente do conteúdo?
Moçambique ganha quando sacode os complexos e deixa vir ao de cima a convicção comovente de que há um país por construir. Há quanto tempo é que nós, europeus, inchados e cosmopolitas, perdemos esta noção: a de que Portugal é aquilo que fizermos dele? E há quanto tempo nos esquecemos da nossa língua, que no Sul é, talvez, o elemento mais importante para ajudar a definir uma coesão nacional sobre as culturas e tradições regionais? A vontade, naquele país, de seguir em frente é estarrecedora. Tínhamos todos muito a aprender uns com os outros.
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