o cartão único
A questão do cartão único do cidadão a que o Francisco se refere merece alguma reflexão. O que me parece mais importante e que realmente carece de explicação é se vai haver uma fusão entre registos civis, fiscais, eleitorais e de saúde. Estou, sem reservas, com a Constituição: "a atribuição de um número nacional único aos cidadãos" (art. 35º, nº5) é perversa e degradante para o indivíduo livre. Mas isto não se faz sem uma unificação das diversas bases de dados e, porque conheço mais ou menos o modo de funcionamento das instituições públicas, não me parece que isso esteja perto de acontecer: um "Big Brother" não é feito por um sector público indolente, desorganizado e com dificuldades de comunicação irresolúveis entre os diversos organismos. Mantenho reservas quanto à inclusão dos dados médicos, mas isto parece-me mais uma condensação num só suporte dos mesmos diferentes cartões que já existem do que a viragem para uma sociedade de autómatos com números de série. Ou seja, o cartão é anunciado como uma mini-carteira e, enquanto a menorização for só a da carteira, eu não tenho grande coisa a opor. Enfim, mantenhamo-nos atentos.
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