o filme
Não vou falar de "Scoop", que ainda não vi, mas de "Match Point", que, admito, só vi esta semana pela primeira vez. Sim, é um grande filme, mas não posso acompanhar o coro no que toca à surpresa e à renovação. Allen saiu do habitat nova-iorquino e isso justifica realmente a atenção maior, pois obriga a colocar a pergunta sobre o que é mesmo essencial na sua obra. Prova feita: não era, apesar de tudo, a cidade, mas o quadro de relações criadas no seu seio. A cidade mudou, as relações continuaram. No entanto, continuo a não perceber porque é que se gosta tanto de "Match Point" que, sendo bom, tem filiação directa em "Crimes e Escapadelas" (o tom deste é menos pesado, mas a conexão é óbvia), e não se gosta de "Melinda e Melinda" que, para mim, é bem melhor do que, por exemplo, "Através da Noite", nem que seja pelas interpretações de Radha Mitchell e - sim - de Will Ferrer. Este, como Pedro Mexia apontou no seu artigo da 6ª da semana passada, até pode imitar Allen, mas fá-lo de modo muito mais esbatido e muito menos irritante do que Kenneth Branagh em "Celebridades" e Jason Biggs em "Anything Else".
"Match Point" é poderoso e é do melhor que Allen fez, mas, como não sou dos que menoriza toda a sua obra recente (enfim, "Vigaristas de Bairro" não tem grande escapatória), também não me parece que haja um espaço intransponível entre ele e o resto.
"Match Point" é poderoso e é do melhor que Allen fez, mas, como não sou dos que menoriza toda a sua obra recente (enfim, "Vigaristas de Bairro" não tem grande escapatória), também não me parece que haja um espaço intransponível entre ele e o resto.
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