a peça
A sala estava quase vazia, só havia quatro pessoas a assistir, mas não se deve tomar isso como sinal de que a peça era uma masturbação criativa. Aliás, se há alguma coisa contra a qual esta peça se coloca, é a masturbação criativa. Amador, de Gerardjan Rijnders, resume-se a uma hora numa sala de estar e a um monólogo da personagem do crítico (eu pergunto-me se ela não será, afinal, a única personagem, talvez por outra razão que não a primeira que surge). O que mais me fascinou e deixou a pensar foram as acções paralelas do filho e da mulher: quanto às palavras do crítico, podem ser complemento, mas também ilustração (esta é a razão de que falava). E o crítico, D. Quixote no sentido inverso da ilusão, faz o louvor da realidade ao mesmo tempo que tudo lhe é alheio. Nesta peça, não há personagens, não há actores, só fantasmas. Vão ver, vale bem a pena.
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