a censura
Graças à dica do Mário Almeida, vim a descobrir que o meu blog é censurado na China e, como tal, não pode ser acedido pelos cibernautas de lá. Sobre a China, em quase quatro anos, escrevi duas vezes e não sei se a atenção dos censores não terá a ver com o facto de numa delas criticar a política do google.cn. É possível.
Obviamente, este blog nunca seria muito lido na China - e vai daí... já se viram coisas mais estranhas (graças a uma única foto, recebo hoje mais visitas dos EUA do que de Portugal), mas pronto. Digamos o razoável: não seria muito lido. Mas não é enquanto blogger que falo, é enquanto cidadão de uma democracia. O Great Firewall Of China tem como grande vantagem lembrar-nos do que é a limitação estatal e sistemática da liberdade de expressão, porque faz-nos senti-la ao nível pessoal. E o que me custa mais é que ainda haja para quem a liberdade de expressão seja uma liberdade soft. Como se não houvesse gente a ganhar dinheiro com o que escreve e diz. Como se não houvesse quem se sustentasse com visitas ao seu site e cliques em Google Ads.
Em 2006, tive o prazer de conviver com um jovem chinês, que estudava e vivia há quatro anos em Inglaterra. Fiquei espantado com a dificuldade que ele tinha a admitir que a China era uma ditadura e que as eleições lá não eram verdadeiramente livres. Ele, um tipo novo que vivia fora, não o conseguia fazer. Obviamente, foi-lhe ensinado o medo de falar. De uma maneira perversa, é honroso saber que o professor desse saber pérfido não gosta de nós.
Obviamente, este blog nunca seria muito lido na China - e vai daí... já se viram coisas mais estranhas (graças a uma única foto, recebo hoje mais visitas dos EUA do que de Portugal), mas pronto. Digamos o razoável: não seria muito lido. Mas não é enquanto blogger que falo, é enquanto cidadão de uma democracia. O Great Firewall Of China tem como grande vantagem lembrar-nos do que é a limitação estatal e sistemática da liberdade de expressão, porque faz-nos senti-la ao nível pessoal. E o que me custa mais é que ainda haja para quem a liberdade de expressão seja uma liberdade soft. Como se não houvesse gente a ganhar dinheiro com o que escreve e diz. Como se não houvesse quem se sustentasse com visitas ao seu site e cliques em Google Ads.
Em 2006, tive o prazer de conviver com um jovem chinês, que estudava e vivia há quatro anos em Inglaterra. Fiquei espantado com a dificuldade que ele tinha a admitir que a China era uma ditadura e que as eleições lá não eram verdadeiramente livres. Ele, um tipo novo que vivia fora, não o conseguia fazer. Obviamente, foi-lhe ensinado o medo de falar. De uma maneira perversa, é honroso saber que o professor desse saber pérfido não gosta de nós.
1 Comentários:
Nunca tive dúvidas que eras um reaccionário :-)
Mais a sério ...
Infelizmente para mim, aparentemente "o professor desse saber pérfido" gosta d'A Fonte.
Tenho que tomar uma atitude.
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