o filme: shortbus
Há coisas em Shortbus que não me convenceram, principalmente quando parece que vai entrar por aquele modo sentimentalista do indie americano, que, para mim, tem o expoente máximo nas epifanias de pacotilha da irritante Miranda July (confessem lá, quando se vê o Me and You and Everyone We Know não apetece dar uma lambada à gaja e gritar "porra, arrebita!"?).
O filme, felizmente, não se ficou por aí. É curioso notar que a importância das personagens estende-se à representação, não só do espaço privado, mas do espaço público. As cenas em exterior rareiam - não estou a ver mais nenhuma para além da alucinação de Sofia, que, de um ângulo, poder-se-á dizer "espaço interior" e que está lá, afinal, para servir uma ruptura. Curiosamente, Nova Iorque, apenas representada em maquete estilizada, não deixa de ser personagem - até porque as próprias personagens são diferentes expressões da uma maneira de existir na cidade.
É, afinal, um filme de espaços psicológicos, independentemente da escala ou do contexto físico dos mesmos. Simultaneamente, um apelo camp leva-o a um gosto visual muito wildiano pelo artifício e pelo detalhe. O sexo explícito, afinal, está lá como componente dessa elaboração e nunca deixa de servir as personagens.
Uma dica final: não percam de vista Scott Matthew. Alguns dos momentos mais comoventes do filme devem à voz dele metade da força.
O filme, felizmente, não se ficou por aí. É curioso notar que a importância das personagens estende-se à representação, não só do espaço privado, mas do espaço público. As cenas em exterior rareiam - não estou a ver mais nenhuma para além da alucinação de Sofia, que, de um ângulo, poder-se-á dizer "espaço interior" e que está lá, afinal, para servir uma ruptura. Curiosamente, Nova Iorque, apenas representada em maquete estilizada, não deixa de ser personagem - até porque as próprias personagens são diferentes expressões da uma maneira de existir na cidade.
É, afinal, um filme de espaços psicológicos, independentemente da escala ou do contexto físico dos mesmos. Simultaneamente, um apelo camp leva-o a um gosto visual muito wildiano pelo artifício e pelo detalhe. O sexo explícito, afinal, está lá como componente dessa elaboração e nunca deixa de servir as personagens.
Uma dica final: não percam de vista Scott Matthew. Alguns dos momentos mais comoventes do filme devem à voz dele metade da força.
2 Comentários:
Verdade, especialmente, na minha opinião, o momento final, a canção final, belíssima. Mesmo que fora do contexto do filme.
...gozado! Ao contrário de você, Shortbus me convenceu. E muito. como você vê, as pessoas são diferentes e sentem diferentes.
Felicidades,
Ricardo Aguieiras
www.desobedienciasexual.zip.net
aguieiras2002@yahoo.com.br
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