o caso verde eufémia
Parece-me que o caso Verde Eufémia está a ofender muita gente. Pacheco Pereira, por exemplo, anda a escrever há dias sobre o assunto. O mesmo Pacheco Pereira que em 2003 defendeu a invasão armada do Iraque ofende-se quatro anos depois com cem tipos a desbastar um campo de milho. Milhares de soldados a invadir ilegalmente uma nação soberana para alterar o mapa geopolítico e gerar anos e anos de confusão no Médio Oriente - bom. Cem tipos no Algarve a dar cabo de um hectare de milho - mau. Talvez alguém devesse dizer a Pacheco que a GNR não interveio porque tinha medo de estourar as armas de destruição maciça que o proprietário José Menezes escondia por baixo da terra. Quem acreditou uma vez, pode bem acreditar segunda. Mas não digo mais nada, que ele ainda vem atrás de mim com uma saca de livros...
Apesar de invasões de campos serem frequentes em Portugal (ocorrem pelo menos em todos os finais de liga de futebol), eu acho que a Verde Eufémia não deve sair incólume do que se passou. Primeiro, porque tem um bom nome para uma secção sportinguista do PCP. Segundo, porque, bem, consequências como a responsabilidade civil devem ser esperadas por quem pratica uma acção deste tipo. Mas a verdade é que eles conseguiram o que pretendiam. As pessoas interessaram-se por saber o que são transgénicos, quais as vantagens, quais os riscos, quantas plantações há em Portugal e, nesse sentido, são mais importantes as perguntas que suscitaram do que as respostas que conseguiram. Não deveriam estas plantações ser monitorizadas com especificidade pelo Ministério da Agricultura? A informação ao consumidor não deveria ser mais explícita e ser incluída, não só nos vegetais, mas também na carne? Não deveria ser explicado que, da mesma maneira que permite não usar pesticidas, o milho transgénico pode contribuir para o fortalecimento das pragas e, como tal, desequilibrar o ecossistema? Se as plantações transgénicas triplicaram em Portugal num ano e têm um risco ambiental acrescido, não deveria ser criado um observatório que controlasse o impacto ecológico das mesmas e avaliasse da sua sustentabilidade? O Zero de Conduta tem razão: há coisas a acontecerem mais importantes do que uma invasão de campo. Não se mostram, talvez porque não contém o elemento "famílias de agricultores a passarem fome", mas, de vez em quando, é bom deixarmos o melodrama e pensarmos um pouco no futuro.
Apesar de invasões de campos serem frequentes em Portugal (ocorrem pelo menos em todos os finais de liga de futebol), eu acho que a Verde Eufémia não deve sair incólume do que se passou. Primeiro, porque tem um bom nome para uma secção sportinguista do PCP. Segundo, porque, bem, consequências como a responsabilidade civil devem ser esperadas por quem pratica uma acção deste tipo. Mas a verdade é que eles conseguiram o que pretendiam. As pessoas interessaram-se por saber o que são transgénicos, quais as vantagens, quais os riscos, quantas plantações há em Portugal e, nesse sentido, são mais importantes as perguntas que suscitaram do que as respostas que conseguiram. Não deveriam estas plantações ser monitorizadas com especificidade pelo Ministério da Agricultura? A informação ao consumidor não deveria ser mais explícita e ser incluída, não só nos vegetais, mas também na carne? Não deveria ser explicado que, da mesma maneira que permite não usar pesticidas, o milho transgénico pode contribuir para o fortalecimento das pragas e, como tal, desequilibrar o ecossistema? Se as plantações transgénicas triplicaram em Portugal num ano e têm um risco ambiental acrescido, não deveria ser criado um observatório que controlasse o impacto ecológico das mesmas e avaliasse da sua sustentabilidade? O Zero de Conduta tem razão: há coisas a acontecerem mais importantes do que uma invasão de campo. Não se mostram, talvez porque não contém o elemento "famílias de agricultores a passarem fome", mas, de vez em quando, é bom deixarmos o melodrama e pensarmos um pouco no futuro.
2 Comentários:
Um pequeno reparo: não se escreve "interviu", mas "interveio"... depois não te admires se bombar por aqui o filho do Nené a reclamar que nunca pôs os cotos numa faculdade... Pior só uma sacada de lombadas do Pacheco Pereira na tola...Enfim, deve ter sido falta de atenção, com certeza...
Tem razão, sim, senhor. E depois de tanta formação em Ordem de Advogados! Fica feita a correcção.
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