a série: californication
Quem disser que Californication faz lembrar o velho David Duchovny de Ficheiros Secretos está a mentir. Este Duchovny, batido, com cartilagem, sexualmente explícito, nunca existiu. O Fox Mulder era um tipo obcecado com a verdade que andava à nora num mundo que sabia não conseguir controlar, mas onde tentava desesperadamente encontrar um sentido. Ora, este Hank Moody não quer nada disso. Curiosamente, ele tem muito de parecido com o Grady Tripp do Wonder Boys: é escritor, teve um grande êxito com o primeiro livro, não consegue escrever o segundo e desistiu de tentar. O desejo que o move é o de se reconciliar com a ex-namorada e mãe da sua filha, mas nada de desesperos nas tentativas - enquanto Tripp fuma erva para esquecer, Moody vai com mulheres para a cama. A procura de Mulder não tinha fim à vista. Moody tem o fim ali à frente dos olhos, mas este não quer casar com ele e, entretanto, é preciso andar por aí. Já não me lembro da última vez que houve uma boa personagem de escritor na televisão, mas, se não guinar muito para o sentimental em séries vindouras, esta poderá claramente ficar como um marco.
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