arlinda na berlinda
Em situações normais, não daria muita importância a Arlinda Mestre. Não é que tenha algo contra a mulher, nada disso; simplesmente, limitar-me-ia a saber o necessário para poder entender os mexericos que se adivinham sobre a afamada quinta, e pronto, chega, vai lá, Arlinda, à tua vida.
Mas, há algumas semanas, o telejornal da Sic, ainda antes da Tvi, anunciou Arlinda a Portugal como um exemplo, como alguém que ultrapassou uma infância infeliz e uma temporada na prisão e se tornou uma fotógrafa popularíssima em França, uma socialite de primeira linha, uma cantora e fotógrafa talentosa. Estranho: nunca tinha ouvido falar da senhora como fotógrafa, muito menos como cantora. Perguntei a conhecidos, principalmente àqueles que já viveram em França e podiam ter conhecimento de insider, se sabiam de algo. Nada, Ninguém tinha ouvido falar da Arlinda.
O caso começou a intrigar-me, até porque a história da mulher começou a propagar-se um pouco por todo o lado, não só na informação sensacionalista (Tvi incluída), mas também no Expresso, que, em estratégia conhecida e beneficiada pela inclusão no mesmo grupo de comunicação que a Sic, tinha sido o primeiro a dá-la (ou que a relançou - segundo Luís Ene, a Grande Reportagem já falava no caso em 2004).
Fiz então uma busca no Google (no google.fr, para não haver dúvidas). Resultados curiosos: para além do site de Arlinda, onde se mostram alguns exemplos de trabalhos fotográficos que me parecem algo repetitivos e, a momentos, demasiado ingénuos, e algumas opiniões em blogs - mas nunca anteriores à notícia ou do Expresso ou da Sic -, restam apenas algumas referências à venda on-line e ao lançamento do seu livro "Eden" e de um disco, bem como um singelo pedido de informação num fórum.
Ou seja, se Arlinda Mestre é popular em França, não o é nem entre a comunidade portuguesa, nem entre utilizadores de internet. Tudo isto cheira demasiado a charlatanice e a golpe publicitário metidos em Mala de Cartão, principalmente se tivermos em conta que poucos dias passaram até que se soubesse que Arlinda integraria o elenco da nova Quinta das Celebridades. No fundo, não é nada de surpreendente - mais um padrão erguido no caminho da informação-espectáculo. O que é extraordinário é que órgãos de comunicação como a Sic (nem falo da Tvi, que já se sabe, nem do Expresso, cuja reportagem não li) sirvam tão impunemente como peões neste joguete, perpetuando uma história mal contada e colando rótulos com tanta certeza a alguém - com base em quê? Nas palavras de própria Arlinda? O que aconteceu foi um momento de pessimo jornalismo, que serviu apenas para enganar o público pouco esclarecido da imprensa e programas cor-de-rosa. E não são coisas como esta, pequeninas, a que ninguém liga, que nos vão afundando lentamente na areia movediça?
Mas, há algumas semanas, o telejornal da Sic, ainda antes da Tvi, anunciou Arlinda a Portugal como um exemplo, como alguém que ultrapassou uma infância infeliz e uma temporada na prisão e se tornou uma fotógrafa popularíssima em França, uma socialite de primeira linha, uma cantora e fotógrafa talentosa. Estranho: nunca tinha ouvido falar da senhora como fotógrafa, muito menos como cantora. Perguntei a conhecidos, principalmente àqueles que já viveram em França e podiam ter conhecimento de insider, se sabiam de algo. Nada, Ninguém tinha ouvido falar da Arlinda.
O caso começou a intrigar-me, até porque a história da mulher começou a propagar-se um pouco por todo o lado, não só na informação sensacionalista (Tvi incluída), mas também no Expresso, que, em estratégia conhecida e beneficiada pela inclusão no mesmo grupo de comunicação que a Sic, tinha sido o primeiro a dá-la (ou que a relançou - segundo Luís Ene, a Grande Reportagem já falava no caso em 2004).
Fiz então uma busca no Google (no google.fr, para não haver dúvidas). Resultados curiosos: para além do site de Arlinda, onde se mostram alguns exemplos de trabalhos fotográficos que me parecem algo repetitivos e, a momentos, demasiado ingénuos, e algumas opiniões em blogs - mas nunca anteriores à notícia ou do Expresso ou da Sic -, restam apenas algumas referências à venda on-line e ao lançamento do seu livro "Eden" e de um disco, bem como um singelo pedido de informação num fórum.
Ou seja, se Arlinda Mestre é popular em França, não o é nem entre a comunidade portuguesa, nem entre utilizadores de internet. Tudo isto cheira demasiado a charlatanice e a golpe publicitário metidos em Mala de Cartão, principalmente se tivermos em conta que poucos dias passaram até que se soubesse que Arlinda integraria o elenco da nova Quinta das Celebridades. No fundo, não é nada de surpreendente - mais um padrão erguido no caminho da informação-espectáculo. O que é extraordinário é que órgãos de comunicação como a Sic (nem falo da Tvi, que já se sabe, nem do Expresso, cuja reportagem não li) sirvam tão impunemente como peões neste joguete, perpetuando uma história mal contada e colando rótulos com tanta certeza a alguém - com base em quê? Nas palavras de própria Arlinda? O que aconteceu foi um momento de pessimo jornalismo, que serviu apenas para enganar o público pouco esclarecido da imprensa e programas cor-de-rosa. E não são coisas como esta, pequeninas, a que ninguém liga, que nos vão afundando lentamente na areia movediça?
1 Comentários:
foi engraçado encontrar o seu blog, logo a seguir a ter visto no Site Olhares uma galeria da Arlinda.
Como fotógrafo , só posso estar mais de acordo consigo, nunca tinha visto imagens da Arlinda enquanto fotógrafa, mas conhecendo a exigência francesa pela arte , a Arlinda só deve ter exposto para os amigos e deve ter recebido muitos aplausos que a convençeram que arte fotográfica é aquilo que ela faz...coitada!!! não tem sentido de estética algum e limitasse a ser como as outras milhares de pessoas que tem uma máquina fotográfica para mais tarde recordar. O que mais me envergonha enquanto fotógrafo profissional é que a Arlinda se autodenomina Fotógrafa Portuguesa Internacional, xiiii!!! espero que ninguém a leva a sério senão...é a nossa reputação cai de rastos... Filipe
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