cinquenta e três parêntesis
Este texto é a minha contribuição para A Cabra de hoje, número especial de férias.
1.
já estava farto de vê-la passar a passar a sempre mesma hora saia muito mini nos meses de verão as camisas com cores de nomes novos fúchsia e coisas choque o andar ternário um dois três a prometer-me coisas desconhecidas coisas novas de outro sexo e farto de vê-la passar como a dar-me bofetadas cheias de mulher na cara abri a porta de casa e o andar ternário dela um dois três e chamei olha tu porque passas todos os dias como se não houvesse mais lugares bons para passares e apesar do tudo na minha puberdade te agradecer os altos e baixos de nervosismo começam-me a doer cheios de mulher na cara e ela parou uma parou duas e às três re andou e eu entrei na casa e nos dias seguintes àquela hora havia silêncio e eu com remorsos das minhas palavras passei a encher a mesma hora com músicas antigas e para nunca mais ternárias.
2.
ele compreende não o que faço à noite quando vou sozinha à casa de banho ele incapaz e parece que feito de tudo menos do que preciso quereres que não se tocam compram ou medem ele é uma pergunta não ele é uma declaração solta no mundo as costas dele suadas à noite quando vou sozinha à casa de banho dizem o que ele é ele é uma frase sozinha a dizer-se sozinha ele é um rochedo solto do mundo a rebolar e ele não saberá o que são os pêlos que me nascem nas pernas a cor real do meu cabelo o mau cheiro e o quente longo do meu sangue ele não saberá porque eu vou nua à casa de banho a meio da noite enquanto ele dorme e o suor dele ressona e o resto dele é dele demais para fazer perguntas.
3.
calma cada um estamos os dois no seu lado da rua e até nos cruzarmos o sol ainda vai alto e demora a descer ela calma julgo que vem como e eu vejo como pele e há uma e outra velha lenta que passam também mas a linha entre nós está traçada e eu cabelo cabelo ela olhos tapados nós os dois e arriscarei talvez um aceno arriscarei um sentir-me importante e sorrir ela demorará a quebrar eu sem desistir e o sol desce e nós mais perto eu sozinho ela não sei vamo-nos encurtando um do outro vamo-nos pressentindo mas pode ser ocorre-me que ela puta presumida que me aprecie na medida do desprezo e pode ser ocorre-me que eu menos do que quero e me vai apetecer nela e a distância entre nós cada vez menos e há o momento em que é menor mas eu afasto o rosto ela afasta o rosto e o modo da distância desdobra-se e eu ela fomos adeus um para o outro.
4.
e eu dele já estou farta mas agora estranho agora o momento parece que não sou eu nem ele tudo foi mudou e agora importa pouco não saber o que será melhor ou pior ou a falta de nos tocarmos e as bocas que não se encostam o que importa é só ele não sabe responder ao que eu não lhe sei perguntar e esse é o ponto final eu e ele sentados eu não falo ele não já nos sabemos e não pouco há a dizer portanto e eu dele já estou farta ele também de mim dele o silêncio é nosso filho e pode ser que as coisas mudem mas eu não acredito porque um num outro amamos o que é vil e baixo e mau e nunca mais eu sei que nunca mais por isso é o nunca mais entre nós o haver flores entre eu e ele e eu.
1.
já estava farto de vê-la passar a passar a sempre mesma hora saia muito mini nos meses de verão as camisas com cores de nomes novos fúchsia e coisas choque o andar ternário um dois três a prometer-me coisas desconhecidas coisas novas de outro sexo e farto de vê-la passar como a dar-me bofetadas cheias de mulher na cara abri a porta de casa e o andar ternário dela um dois três e chamei olha tu porque passas todos os dias como se não houvesse mais lugares bons para passares e apesar do tudo na minha puberdade te agradecer os altos e baixos de nervosismo começam-me a doer cheios de mulher na cara e ela parou uma parou duas e às três re andou e eu entrei na casa e nos dias seguintes àquela hora havia silêncio e eu com remorsos das minhas palavras passei a encher a mesma hora com músicas antigas e para nunca mais ternárias.
2.
ele compreende não o que faço à noite quando vou sozinha à casa de banho ele incapaz e parece que feito de tudo menos do que preciso quereres que não se tocam compram ou medem ele é uma pergunta não ele é uma declaração solta no mundo as costas dele suadas à noite quando vou sozinha à casa de banho dizem o que ele é ele é uma frase sozinha a dizer-se sozinha ele é um rochedo solto do mundo a rebolar e ele não saberá o que são os pêlos que me nascem nas pernas a cor real do meu cabelo o mau cheiro e o quente longo do meu sangue ele não saberá porque eu vou nua à casa de banho a meio da noite enquanto ele dorme e o suor dele ressona e o resto dele é dele demais para fazer perguntas.
3.
calma cada um estamos os dois no seu lado da rua e até nos cruzarmos o sol ainda vai alto e demora a descer ela calma julgo que vem como e eu vejo como pele e há uma e outra velha lenta que passam também mas a linha entre nós está traçada e eu cabelo cabelo ela olhos tapados nós os dois e arriscarei talvez um aceno arriscarei um sentir-me importante e sorrir ela demorará a quebrar eu sem desistir e o sol desce e nós mais perto eu sozinho ela não sei vamo-nos encurtando um do outro vamo-nos pressentindo mas pode ser ocorre-me que ela puta presumida que me aprecie na medida do desprezo e pode ser ocorre-me que eu menos do que quero e me vai apetecer nela e a distância entre nós cada vez menos e há o momento em que é menor mas eu afasto o rosto ela afasta o rosto e o modo da distância desdobra-se e eu ela fomos adeus um para o outro.
4.
e eu dele já estou farta mas agora estranho agora o momento parece que não sou eu nem ele tudo foi mudou e agora importa pouco não saber o que será melhor ou pior ou a falta de nos tocarmos e as bocas que não se encostam o que importa é só ele não sabe responder ao que eu não lhe sei perguntar e esse é o ponto final eu e ele sentados eu não falo ele não já nos sabemos e não pouco há a dizer portanto e eu dele já estou farta ele também de mim dele o silêncio é nosso filho e pode ser que as coisas mudem mas eu não acredito porque um num outro amamos o que é vil e baixo e mau e nunca mais eu sei que nunca mais por isso é o nunca mais entre nós o haver flores entre eu e ele e eu.
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