Elogio do casmurro
Relativamente aos blogs que se tornam livro, ainda não comprei nenhum. Não é que ache que não faz sentido comprar por 15 euros algo que está disponível na net - é melhor dizê-lo, senão, não havia editor no mundo que quisesse uma Internet a existir. Simplesmente, ainda não folheei nenhum bligo (bela palavra, hã) que me interessasse enquanto leitor de livros (admito desde já: ainda não li o bligo da Rititi e só conheço o blog muito de raspão; perdóname, Barata Silvério!). No entanto, o ainda recente Casmurro produz em mim um efeito original: é o primeiro blog que pressinto naturalmente vocacionado para bligo. Desde o início, criou uma estrutura dialéctica característica (os diálogos com Groucho, a poesia, o discurso sobre si próprio) e revela-se como algo de muito interessante: um blog de ideias que são mais do que as ideias de qualquer outro blog, porque não depende delas: o Casmurro não vai dizendo as ideias que vai tendo, as ideias que vai tendo é que fizeram o Casmurro, e continuarão a fazê-lo até que o bligo chegue, pondo o certo no certo.
2 Comentários:
é o que dá a pressa. Obrigado!
Eu diria até que a linha orientadora do casmurro funciona melhor em livro não fossem as necessidades dialécticas da narrativa.
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