"morangos com açúcar" pensar 9
Esta semana, A Peste, blog pessoal e modesto que em dias bons tem 100 visitas, teve uma média de 260 visitas (371 page views) por dia. Na quarta-feira, elas chegaram mesmo às 550 (700 page views). A razão: na segunda-feira, a Tvi estreou o quarto ano de Morangos com Açúcar. Como há mais de um ano escrevi um post de título "Morangos com Açúcar" Pensar 4 (quarto numa linha de reflexões sobre a série), este blog aparece em terceiro lugar nas buscas no Google por "morangos com açúcar 4".
Isto é interessante, pois, não só dá a entender como funcionam as audiências na Internet, como também traz hóspedes que normalmente não vêm cá. A manifestação mais recente é a de um anónimo que diz o seguinte:
Resta só uma questão: a fé nos Morangos é mais da alma ou mais do corpo? Se fosse o Rui, o Bruno, o Luís ou o Carlos, prestaria muita atenção a isto. Ao que parece, as questões de fé não se jogam todas no mesmo tabuleiro.
Isto é interessante, pois, não só dá a entender como funcionam as audiências na Internet, como também traz hóspedes que normalmente não vêm cá. A manifestação mais recente é a de um anónimo que diz o seguinte:
fdx n gostas... n vejas nem komentes pk toda a gente e livre de ver o k kiser... e tu?!? preferes a floribela é?? curtes mais de ver akeles vestidos bue pirosos?!? força ai!Ora, eu acho que o comentário, na sua rude genuinidade (a linhagem bukowskiana não acabará tão cedo), revela uma complexidade intelectual extrema. Reparem na sugestão - ética e, obviamente, também política - de todo um sistema axiológico: a "gente e livre de ver o k kiser", mas quem "n gosta" não deve "komentar". Ou seja, a liberdade positiva de escolha, se tiver um desagrado como consequência, não deve corresponder a uma liberdade positiva de expressão. O espectador, ser passivo, é livre de escolher a forma e conteúdo do espectáculo ao qual se vai submeter, mas a reacção a essa sujeição (o momento em que a passividade progride para a actividade) deve ser vivido em silêncio e maturado no recanto da consciência individual, como um pecado. Os Cruzados dos Morangos com Açúcar, portanto, sobrevivem à sombra de uma ideologia simultaneamente religiosa, de laivos judaico-cristão, e mercantilista: a sua luta tanto expia uma culpa como compra um Paraíso, um do qual foram eliminados os vestidos "bue pirosos" da "floribela". Por outro lado, no seio desta visão maniqueísta, subsiste um solipsismo interessante: o "força ai" tem o subtexto de "eu estou no lugar certo; se queres persistir no teu erro, fá-lo, mas não te darei a mão quando estiveres a resvalar para o Inferno". A liberdade, definitivamente, não se junta aqui à fraternidade.
Resta só uma questão: a fé nos Morangos é mais da alma ou mais do corpo? Se fosse o Rui, o Bruno, o Luís ou o Carlos, prestaria muita atenção a isto. Ao que parece, as questões de fé não se jogam todas no mesmo tabuleiro.
3 Comentários:
Eheheh. Muito bem.
Se me permites, gosto também muito da ideia exposta no comentário, segundo a qual: se não gostas dos "Morangos...", preferes a Floribela. Sim, porque qualquer 3.ª via que possa implicar, por exemplo, que quer um quer o outro programa são absolutamente execráveis está excluída do pensamento do comentador.
Depois, em continuação, pretende o comentador expor o seguinte raciocínio: Gostas de Floribela, logo, gostas de vestidos pirosos. Arrojado, é verdade. Só a ignobilidade o podia traír.
Maldito racionalismo!... Esta mania de que até o insulto deve ser lógico...
fdx será foda-se?
Não, pá, "fdx" é fónix. O "d" é para enganar. Mas... Tu não gostas mesmo? Epá... isso... eu cá nunca vi, porque daqui a minha parabólica apanha mal a SIC, mas... Olha, mas já sabes, daqui a exactamente um ano, quanto a TVI estrear o quinto ano dos morangos com açucar, lá estás tu, porque escreveste do 1 ao 5. É no que dá não pensares nas consequências do que escreves. E agora vou escrever uma bela de uma posta sobre morangos, açucar, e a significancia do número quatro na cabala para ver se atraio umas pitas malucas ao Blog Anti Blog.
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