Cada vez mais a passagem de ano me diz menos. Eu sei – diz-se isto como se se estivesse a pedir desculpa por uma quebra de espírito no meio de uma festa. São problemas diferentes.
Há razões que me levam a não gostar de festas de fim de ano, e advirto que não têm nada a ver com depressões pela passagem do tempo ou por solidão. Há uma certa moralidade que cai, o que revela a sua mentira. Hipocrisia, ao fim e ao cabo. Não é só para o aborto ou as drogas.
Seja como for, de tarde estive a ver o “They Live by Night”, do Nicholas Ray. A cara do actor principal pareceu-me conhecida e vim investigar – é um dos “Strangers on a Train”, do Hitchcock -, mas, no meio da busca, descubro que um dos delinquentes secundários era interpretado por um actor chamado Howard Da Silva. Um nome curioso, não? Mais um pouco de pesquisa e descubro que o homem é descendente de judeus sefarditas escapulidos de Portugal para Nova Iorque. E descobrir um português é sempre agradável.
A propósito de Nicholas Ray: lembro-me de que uma das poucas vezes em que vi o “Sex-Appeal” (aquele programa da Sic que apresentou a Elsa Raposo ao mundo, lembram-se?) foi motivada por ver a Adília Lopes dentro de um carro conduzido pelo Duck (dos Excesso, lembram-se?). Era suposto estes dois falarem sobre sexo e afins, e a doce Adília diz que nunca tinha visto um filme porno, mas que já tinha visto, isso sim, um filme com o Nicholas Ray em que ele fazia de padre e havia uma freira que lhe fazia um broche. Alguém já ouviu falar sobre isto ou a mulher pode definitivamente dizer adeus a ela mesma?
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