meanings of life
- Acordar, tomar banho, a casa em silêncio, eu respiro, a casa também. Se alguma vez conseguisse fazer sentir com palavras ou fosse lá o que fosse a sintonia com o mundo nestas ocasiões, seria um homem feliz.
- Ontem fartei-me do rotundo Arial nesta coisa e passei para o tímido e exacto Courier.
- Ontem, numa festa de despedida, juntei-me a muitos amigos e, deles, quatro mais próximos. A dada altura da noite, pus-me a pensar em nós e no onde estamos.
Um funcionário público, a ganhar dinheiro depois de um ano de trabalho à borla, alma serena, mas a namorada emigrada em estudo.
Um localizado na terra natal, advogado a meio do estágio, queixa-se do pouco que ganha.
Um iniciante de estágio de advocacia que espera gostar mais do que já viu, estudante de pós-graduação, a namorada emigrada em trabalho.
Um desempregado a manter as capacidades em forma, envia currículos a ver quem o quer, deixa estacionar projectos teatrais porque não arranja dinheiro.
Um desempregado prestes a iniciar o estágio de advocacia, mora com a namorada que está para acabar o curso, queixa-se de não ser para já a independência económica.
Depois pensei que, se conseguisse juntar todas as características boas e abdicar das outras, talvez conseguisse criar um ser plenamente satisfeito com a vida que tem. Deduzindo, talvez a satisfação com a vida seja um bem escasso, obrigatoriamente repartível e desigualmente repartido.
Mas lembrei-me de conhecidos de quarenta, cinquenta, sessenta e mais anos. E percebi que imaginava algo que não existe. A vida nunca está arrumada.
- Ontem fartei-me do rotundo Arial nesta coisa e passei para o tímido e exacto Courier.
- Ontem, numa festa de despedida, juntei-me a muitos amigos e, deles, quatro mais próximos. A dada altura da noite, pus-me a pensar em nós e no onde estamos.
Um funcionário público, a ganhar dinheiro depois de um ano de trabalho à borla, alma serena, mas a namorada emigrada em estudo.
Um localizado na terra natal, advogado a meio do estágio, queixa-se do pouco que ganha.
Um iniciante de estágio de advocacia que espera gostar mais do que já viu, estudante de pós-graduação, a namorada emigrada em trabalho.
Um desempregado a manter as capacidades em forma, envia currículos a ver quem o quer, deixa estacionar projectos teatrais porque não arranja dinheiro.
Um desempregado prestes a iniciar o estágio de advocacia, mora com a namorada que está para acabar o curso, queixa-se de não ser para já a independência económica.
Depois pensei que, se conseguisse juntar todas as características boas e abdicar das outras, talvez conseguisse criar um ser plenamente satisfeito com a vida que tem. Deduzindo, talvez a satisfação com a vida seja um bem escasso, obrigatoriamente repartível e desigualmente repartido.
Mas lembrei-me de conhecidos de quarenta, cinquenta, sessenta e mais anos. E percebi que imaginava algo que não existe. A vida nunca está arrumada.
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