"morangos com açúcar" pensar
As personagens de "Morangos com Açúcar" não existem de duas maneiras: não existem enquanto pessoas e não existem enquanto personagens.
Não existem enquanto pessoas, porque aquelas pessoas não existem. O conflito entre adolescentes é caricaturizado, elementalizado, reduzido ao mínimo denominador comum e colocado num nível de bem-estar económico dado como generalizado. Pode-se dizer: é Cascais. Pois é. E a malta dos bairros marginais? As pessoas mais velhas? As pessoas mais feias? E aqueles jovens, não dizem palavrões? Estão confinados a um mar de mostrarem o corpo e tento na língua.
Não existem enquanto personagens, porque não há coerência. Tanto estão alegres, como tristes, tanto zangados, como reconciliados. As personagens não evoluem, são fachadas, desculpas para beliscar o público com sentimentos básicos que lhes são atirados, choques eléctricos para os sentidos se manterem alertas.
Assim, as personagens de "Morangos com Açúcar" são personagens falsas. Por um lado, querem ser personagens; por outro, bastam-se na sua inverosimilhança. São como bandeiras: vêm-se, estão lá, mas não impedem o vento de passar. O que é fascinante é o modo como o castelo de cartas não desaba, como se vai aguentando; ou então o saber que não há nada que o deite abaixo porque, em boa verdade, aguentá-lo de pé pouco importa.
Não existem enquanto pessoas, porque aquelas pessoas não existem. O conflito entre adolescentes é caricaturizado, elementalizado, reduzido ao mínimo denominador comum e colocado num nível de bem-estar económico dado como generalizado. Pode-se dizer: é Cascais. Pois é. E a malta dos bairros marginais? As pessoas mais velhas? As pessoas mais feias? E aqueles jovens, não dizem palavrões? Estão confinados a um mar de mostrarem o corpo e tento na língua.
Não existem enquanto personagens, porque não há coerência. Tanto estão alegres, como tristes, tanto zangados, como reconciliados. As personagens não evoluem, são fachadas, desculpas para beliscar o público com sentimentos básicos que lhes são atirados, choques eléctricos para os sentidos se manterem alertas.
Assim, as personagens de "Morangos com Açúcar" são personagens falsas. Por um lado, querem ser personagens; por outro, bastam-se na sua inverosimilhança. São como bandeiras: vêm-se, estão lá, mas não impedem o vento de passar. O que é fascinante é o modo como o castelo de cartas não desaba, como se vai aguentando; ou então o saber que não há nada que o deite abaixo porque, em boa verdade, aguentá-lo de pé pouco importa.
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