as sondagens 2
A nova sondagem da Universidade Católica leva-me mais uma vez a lembrar as palavras de Leonor Areal: porquê divulgar projecções eleitorais, em vez de dar os números da sondagem propriamente?. É que a estimativa de resultados eleitorais (distribuindo os indecisos) dá 52% a Cavaco, 19% a Alegre e 15% a Soares, mas os números brutos (contando os indecisos) são de 35% para Cavaco, 10% para Alegre e 9% para Soares, com 23% de indecisos. Ou seja: não parece nada impossível que os indecisos decidam uma segunda volta e nada impede que qualquer candidato da esquerda seja o adversário do Cavaco Silva nessa segunda volta. O tom cauteloso do editorial de hoje de José Manuel Fernandes no Público, talvez prevendo essa mesma discussão, deixa a entender isso mesmo.
2 Comentários:
Os resultados brutos são os resultados retirados da amostra, cerca de 3000 pessoas escolhidas segundo critérios que estão explicados no artigo. Os resultados estimados surgem quando adequas os resultados da amostra à população recenseada e que poderá ir votar. Isso é sempre feito quando fazes sondagens, mesmo nos controlos de qualidade de empresas, em que não analisas toda a produção, apenas uma amostra e depois calculas os resultados estimados para toda a produção.
Referes que os indecisos podem ser significativos mas esqueces que normalmente há cerca de 5% de votos brancos e 2% nulos que não aparecem nas sondagens.
Espero ter clarificado qualquer coisa!
Saudações académicas!
Não é isso: os resultados anunciados são previsões dos resultados eleitorais, em que os indecisos são distribuídos normalmente de modo proporcional pelas várias candidaturas (o que não é, no entanto, prática geral: há quem o faça analisando a composição partidária da faixa de indecisos).
Enviar um comentário
<< Home