Este blog está encerrado.

O autor continua a publicar em http://jvnande.com.

Se quiser ler uma selecção de textos, clique aqui.

o nande e a crise

Por causa dessa história de crise que serviu para alguém tomar fôlego na procura de um apocalipse diário e que enformará os trejeitos de contar as glórias do mundo nos meses que se seguem, andou tudo à minha volta a perceber exactamente o que vai acontecer. Tive, e continuo a ter, uma dose de peripécia no meio deste exercício de Nostradamus e, confesso, temo o momento de encarreirar no stress, mas a meteorologia está adversa e tremer de frio e de nervoso miudão ao mesmo tempo é remédio certo para o caixão.

Consultando "crise" no dicionário, é verdade que lá está a acepção económica de "rápida descida dos preços, do volume de produção ou dos rendimentos" ou a variante "crise de nervos/crise emotiva" enquanto a "descarga emotiva brusca que, na sua forma mais grave, é caracterizada por um sentimento de angústia seguido de tremores ou de rigidez muscular, de gritos ou de gemidos, e que termina por um acesso de soluços espasmódicos". Mas isto não foi nada que os DZRT não tivessem visto ainda dentro do seu prazo de consumo, e o que sabem os DZRT da vida? Ainda encontramos a definição "situação difícil do Governo, que o obriga a recompor-se ou a demitir-se", e lembramos que a queda do de Santana Lopes não precisou de uma casca de banana para ser bem divertida. Porque não havemos de rir hoje também? Talvez porque, segundo dizem, é a Esquerda que se tem de recompor enquanto o Governo faz cálculos e marca datas no calendário. Desse ponto de vista, o que temos não é crise, mas outra coisa qualquer (como este blog, aliás, que ganhou esse sufixo neste momento de crise). Ainda assim, o que me parece mais surpreendente é a definição mais próxima da etimologia grega: "alteração que sobrevém no curso de uma doença".

Assim, crise não é apanhar a gripe, mas recair. Não é torcer o pé, mas senti-lo doer quando vem chuva. Não é quebrarem-nos o coração, mas percebermos que não somos mais que nada por causa disso.

Para termos "crise", já tínhamos de estar doentes. Nada mal para momento de luzidez global, mas a porra da vida não pode ser só isto. Assim, proponho que, em vez de assassinarmos esta tal crise como hunos famintos, a acolhamos carinhosamente nos braços e a misturemos com corno de elefante - sim, corno de elefante. Obteremos então um resultado "criselefantino" - ou seja, "feito de ouro e marfim". Sei o que todos vós, economistas, membros do Governo, estão a pensar: e onde arranjar corno de elefante? Não há-de ser difícil - falem com o professor Karamba. Eu ajudava, mas sou ecologista.

0 Comentários:

Enviar um comentário

<< Home

« Home | Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »
| Próximo »


jorge vaz nande | homepage | del.icio.us | bloglines | facebook | e-mail | ligações |

novembro 2003 dezembro 2003 janeiro 2004 fevereiro 2004 março 2004 abril 2004 maio 2004 junho 2004 julho 2004 agosto 2004 setembro 2004 outubro 2004 novembro 2004 dezembro 2004 janeiro 2005 fevereiro 2005 março 2005 abril 2005 maio 2005 junho 2005 julho 2005 agosto 2005 setembro 2005 outubro 2005 novembro 2005 dezembro 2005 janeiro 2006 fevereiro 2006 março 2006 abril 2006 maio 2006 junho 2006 julho 2006 agosto 2006 setembro 2006 outubro 2006 novembro 2006 dezembro 2006 janeiro 2007 fevereiro 2007 março 2007 abril 2007 maio 2007 junho 2007 julho 2007 agosto 2007 setembro 2007 outubro 2007 novembro 2007 dezembro 2007 janeiro 2008 fevereiro 2008 março 2008 abril 2008 maio 2008 junho 2008 julho 2008 agosto 2008 setembro 2008 outubro 2008 janeiro 2009 fevereiro 2009 março 2009 maio 2009 junho 2009 julho 2009 agosto 2009