"Japón", de Carlos Reygadas, é estranho e inquietante. Procura a transgressão, ou melhor, não sente a necessidade de a evitar no processo de dar a mostrar algo de novo. E, como já tudo foi visto, é preciso ir buscar o novo para além de tudo, ou seja, pela criação de um jogo de expectativas com os espectadores que passa pela criação de um espaço de silêncio entre eles e o filme. A distância serve de caixa de ressonância para aquilo que se vê.
Durante o visionamento, lembrei-me de Cormac McCarthy ("Child of God" - ou "Filho de Deus", por cá - também é de pobreza e sujidade) e de "O Vento Levar-nos-á", de Abbas Kiarostami (o intruso que se vai filiando lentamente na Natureza invadida).
Não é um filme simpático ou agradável. Mas é. de certo modo, viral, porque inocula e deixa marca. Vejam, vejam.
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