Visto ontem "India Song", de Marguerite Duras. Não é, de certeza, um filme de visionamento fácil, mas vale a pena. Ele ganha vida quando as vozes encontram o corpo a que pertencem ou quando, mesmo não o fazendo, revelam o alvo a que são dirigidas. É quando isso começa a acontecer que os fantasmas, que as personagens nunca deixam completamente de ser, nos deixam entrar no seu mundo falso, no palácio de fantasia em que, se calhar, elas nem chegaram a existir.
Acima de tudo, uma tremenda lição sobre o que é o elemento no cinema. O isolamento de tudo em relação a tudo e a repetição trazem consigo uma enorme importância e potencial de significação. Uma bela experiência enquanto espectador. E mais: o filme contém uma boa lista de lembranças para cineastas que não consigam evitar maneirismos sem justificação.
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