o referendo
o comentário
o francisco adam foi uma pessoa boa para as criancas a morte dele levou a ke miutas dessas chorassem e ficassem revoltadas !!!!! nao digam parvoisses o francisco adam ta pa sempre comigo e com todos os seus fasSerá em forma de cinza?
a notícia
o vídeo 2
o vídeo
Mas isso não é o pior. O pior é que o vídeo passa ao lado de uma evidência. Como pode ser que o adolescente alucine com a Hilton a cantar-lhe ao ouvido e a roçar-se-lhe no corpo no conforto hormonal do quarto e não comece imediatamente a - tenho mesmo de dizer?
a citação, 2
as histórias de seis palavras
Will this do (lazy writer asked)?
Belo exercício. Deixem-me lá tentar:
- Não vás! - Sim, vou! - Bang, bang.
O texto
Mas consegui.
Foi difícil, mas consegui.
Podia ter ficado melhor? Podia. Há um momento a partir do qual os diálogos foram escritos quase automaticamente e temo também que, a partir daí, haja estrutura a menos. Mas isto de escrever é um teste ao próprio. As ideias narrativas surgem-me facilmente. O que me custa é limpar a estrutura e tentar criar uma linha coerente, mas simultaneamente original, que se relacione com o fim numa base de necessidade. Compreensível, mas com algo que intrigue. Na arrumação de tempo possível, fiz o melhor que pude. Talvez olhe para o texto daqui a uns tempos e decida melhorá-lo, não sei. Mas ter acabado algo imperfeito ontem à noite foi bom. Quase sempre, no fim, sinto-me a avançar.
a depressão
a floribela
o filme
"Sonho de Outono Número Trinta e Nove" é uma espécie de impressão visual sobre o livro que andava a ler na altura (Lipstick Traces, de Greil Marcus). Podem copiá-lo à vontade, enviar por e-mail, o que quiserem - todas as ligações estão aqui.
a senhora na água
Não é por acaso que o surgimento de "Story" ajuda o Shyamalan-personagem a desencravar a escrita do seu livro - uma história desencrava o ensaio socio-político (o livro) da mesma maneira que faz arrancar o ensaio estético (o filme). Percebe-se que o filme não tenha sido um sucesso comercial: as questões que invoca estão mais próximas dos storytellers do que da audiência média, como na aceitação pelo autor de que as suas ideias (e apenas as suas ideias) implicarão a sua morte. Parece-me algo que qualquer pessoa que publique a sua opinião compreenderá.
É nesta medida que este é o filme mais pessoal de Shyamalan - não pessoal no sentido "aqui está uma representação da minha vida", mas sim no sentido "aqui está uma representação daquilo que creio ser o sentido estético da minha actividade". A crítica corporativa e directa ao crítico de cinema (crítica ao crítico, portanto) retira logo qualquer átomo de ingenuidade que o filme pudesse ter. Na verdade, "The Lady In The Water" é um filme político. Política artística, sim senhor, mas político.
a adivinha
a mudança
a fotocópia
a tradução: It's Alright, Ma, (I'm Only Bleeding)
As citações desta canção n' A Peste já devem ter ultrapassado a dezena e, se não passaram, deviam ter passado. Para mim, é a canção-súmula da fase inicial do Dylan. Achei que o mínimo que podia fazer era (tentar) traduzi-la.
Tudo Bem, Mãe (Estou Só a Sangrar)
Escuro no romper da alva
Ensombra até uma colher de prata
A faca de mão, o balão da criança
Eclipsa tanto lua e sol
Compreender, tu sabes logo,
Nem vale tentar.
No gozo, fingem perigos aguçados
Apartes suicidas são rasgados
Do bocal dourado do louco
O corno oco toca palavras gastas
É para avisar
Ocupa-te a nascer ou de morrer
Estás-te a ocupar.
A página da tentação voa
Tu segue-la, a guerra encontras
Vês rugir cascatas de pena
Sentes o murmúrio mas como nunca
Descobres
Que serias
Só mais um a chorar.
Não temas então se ouvires
Um ruído estranho ao teu ouvido
Tudo bem, Mãe, estou só a suspirar.
Alguns ganham, outros perdem
Razões privadas, grandes ou pequenas
Podem ver-se nos olhos dos que dizem
Aos que vão morrer que rastejem
Outros dizem só odeiem
O ódio.
Ladram como balas as palavras do desengano
(apontam ao alvo, os deuses humanos)
Fizeram de pistolas de brincar que faíscam
A Cristos cor-de-pele que no escuro brilham
É fácil ver sem olhar para longe
Que nada é deveras
Sagrado.
Padres pregam as más vocações
Mestres ensinam que o saber espera
Pode levar às mais caras refeições
Ocultam os bons atrás dos portões
Mas até o presidente dos Estados Unidos
Deve às vezes ficar
Nu.
E mesmo domadas as leis do caminho
É só das manhas da gente que me desvio
E, tudo bem, Mãe, eu vou lá chegar.
Sinais publicitários que te levam
A pensar que podes
Fazer o que nunca foi feito
Ganhar o que nunca foi ganho
Enquanto a vida lá fora continua
À tua volta.
Tu perdes-te e reapareces,
Descobres que não tens nada a temer
Ficas só, ninguém por perto,
E a voz confusa de longe, trémula,
Acorda-te os ouvidos e ouves
Alguém pensa que realmente
Te encontraram.
Acende-se-te uma questão nos nervos
Mas sabes que não há pergunta que satisfaça
Não desistir te faça
Manter na mente, não esquecer
Que não é a ele, a ela, a eles, àquilo
Que tu pertences.
Embora os amos façam as regras
Para os sábios e os tolos
Nada tenho, Mãe, para que viver.
Pois os que devem obedecer à autoridade
Que não respeitam em qualquer qualidade
Que desprezam os seus empregos e destinos
Falam invejosos dos que são livres
Cultivam as suas flores para ser
Só algo em que Investiram.
Enquanto alguns, baptizados em princípios
De clubes sociais restritos
A festas de polainas e gravatas,
Travestem marginais que podem criticar
Dizem só quem idolatrar E depois Deus o abençoe.
Enquanto um que canta com a língua a arder
Gargareja no coro da corrida de ratos
Dobrado disforme por alicates sociais
Não quer subir mais alto
Prefere trazer-te ao buraco
Em que está.
Mas não me zango nem culpo
Quem vive num cofre
Mas, tudo bem, Mãe, se eu não lhe agradar.
Juízas velhas olham pessoas aos pares
Limitadas em sexo, atrevem-se
A fingir uma moral, insultar, arregalar
O dinheiro não fala, pragueja
Obscenidade, quem se importa,
Propaganda, tudo é falso.
Aos que defendem o que não vêem
Com orgulho assassino, a segurança
Sopra-lhes amarga na mente,
E aos que pensam que a morte honesta
Não cairá sobre eles naturalmente,
A vida às vezes
Deve ser solitária.
Colidem-me os olhos com tumbas estofadas
Deuses falsos, eu desprezo
A mesquinhez tão má
Ando sobre as mãos algemadas
Pontapeio-a até acabar
Digo, ok, já chega,
O que podes mais mostrar?
E se se vissem os meus sonhos pensados
Punham-me a cabeça na guilhotina
Mas, tudo bem, Mãe, é a vida, só a vida.
o referendo
os recados
a moda
o romance 2.0
o cabelo
os filmes do imago 2
Never Like The First Time!, de Jonas Odell. Três depoimentos sobre a perda de virgindade, que vão do óptimo, passam pelo banal e terminam no odioso. Mais um documentário em animação, a mostrar que os tempos não estão para purismos sem jeito.
Sun In Winter, de Samuel Collardey. Um filme intimista, harmonioso e que não quer quebrar o silêncio a todo o custo. A amizade entre um agricultor e o seu aprendiz numa França nevada.
The Dentist of Jaipur, de Falk Peplinski. Ou se gosta, ou se odeia: é impossível ficar indiferente a este filme, montado como um anúncio publicitário a um dentista de rua em Jaipur. O momento central é a sanguinária extracção de um dente a uma mulher chorosa. Dependendo dos gostos, ou extremamente divertido, ou extremamente repugnante.
Os prémios do IMAGO passaram por alguns destes filmes. Tirando uma ou outra excepção, o palmarés do festival foi criterioso e representa o que de melhor passou pela Antiga Fábrica da Moagem. Omite, claro, as secções não competitivas: os filmes de Dave McKean (comparsa de Neil Gaiman), as delícias esquerdista dos suecos ATMO, o absorvente documentário The Mindscape of Alan Moore, as perversões surrealistas de Alejandro Jodorowski, a perspectiva, simultaneamente plástica e de narrativa clássica, de Nicolas Provost.
Tudo somado, foi uma semana muito boa no Fundão. Posso dizer sem receios que o IMAGO é um dos festivais mais bem organizados onde já estive.
o vandalismo
a bomba nuclear
os filmes do imago
Algumas curtas-metragens que se têm destacado na competição do IMAGO:
Cafard, de Paul Jacamon, Thomas Leonard e Guillaume Marques. Uma animação digital muito interessante, de laivos socio-psico-futuristas. Talvez a primeira vez em que a representação do ser humano em animação digital me surgiu perfeitamente enquadrada. A vontade de ser naturalista não superou a de ser expressivo.
Carnivore Reflux. Outra animação, em estilo mais clássico. Os poderosos do mundo juntam-se para um jantar carnívoro que termina em... vómito. O mais interessante é o modo como adopta o tom de uma história infantil, através de uma narração em verso. No entanto, a leitura política "adulta" impõe-se. Uma sátira muito divertida.
Morrer, de Diogo Camões. Uma curta-metragem portuguesa, manufacturada na Escola Superior de Teatro e Cinema. Um olhar próximo sobre o método da morte, ou melhor, sobre a preparação do luto a partir das macas de uma morgue. Apesar de não se livrar de alguns tiques (na minha opinião, teria feito sentido resistir à tentação de deixar a melancolia e o sentimento brotarem do meio do tom clínico), procura a documentação do que está para lá da aparência, e isso só lhe fica bem.
Ouch!, de Ken Wardrop. Relatos sobre circuncisões tardias. Para um homem, algo custoso de ver, o que só demonstra a sua eficácia. Muito simples, mas não deixa de ser um filme bem-disposto.
Pé na Terra, de João Vladimiro. Documentário feito no âmbito do Projecto Criatividade e Criação Artística, da Gulbenkian, no curso dado pelos Ateliers Varan. Retrata-se o cultivo de hortas ao pé de Olaias (estarei enganado na estação?, se assim for, perdoem-me), por baixo da linha do Metro. A revelação de um estilo de vida absolutamente rural no meio do subúrbio lisboeta é uma descoberta curiosa e, mais uma vez, a proximidade do olhar é espantosa. O cineasta conhece o seu lugar e não se coíbe de incluir um plano em que ele próprio dá lume ao sujeito que o acompanha. Com isto, ele afirma, honesto, mas nada inocente, que ele está ali, que a sua presença é influenciadora do que se vê e que, afinal, se tudo é verdade, também nada é verdade.
L'isle, de Chiara Malta. Começa por ser um documentário sobre o processo artístico de um animador. Depois, a animação toma conta do documentário, e é já o animador que documenta o processo de trabalho da documentarista. No final, nas cores saturadas de um Super 8 (formato despojado, como o documentário, mas de imagem estilizada, como a animação), faz -se uma espécie de retrato conjunto e percebe-se que, afinal, tudo é uma história de amor.
McLaren's Negatives, de Marie-Josée Saint-Pierre. Revisita a obra do animador escocês-canadiano Norman McLaren através do tratamento visual de imagens de arquivo do próprio. Pode ser que o interesse venha mais do retratado do que do retrato em si mesmo, mas, se assim for, tem sempre o mérito de perceber onde estava o interesse.
The Mechanicals, de Leon Ford. Numa abordagem próxima de "Delicatessen" ou da sequência final de "ABC do Amor", faz-se uma fábula cómica nada inofensiva, onde se proclama a necessidade absoluta de o conforto de uns ser o trabalho de outros. Muito bom.
Hibernation, John Williams. Uma visita à psique infantil, a puxar para a lágrima, mas sem ser gratuito. Depois da morte de um amigo, duas crianças vestem-se de ursos e tentam encontrar uma maneira de fazerem os mortos reviver através de choques eléctricos. Triste e encantador.
Le Fil des Coups, de Benoît Tételin. Drama psicológico sobre uma operadora de linhas de ajuda a menores, em que as esferas do físico e do espiritual se juntam: a relação filial surge marcada por uma inevitável violência, o sexo pela alienação, a ajuda pelo distanciamento.
Medianeras, de Gustavo Taretto. Numa Buenos Aires literalmente atafulhada de prédios, uma história de amor improvável entre uma decoradora de coração partido e um web-designer tímido acontece. Também infuenciado por Woody Allen, é um dos filmes mais divertidos que passou pelo festival.
Bawke, de Hisham Zaman. Alguns temas têm marcado as competições do IMAGO deste ano. No que toca às relações entre pais e filhos, este foi sem dúvida um dos mais tocantes e comovedores. De laivos neo-realistas e algo melodramático (só se lhe pode apontar isso), é, em suma, um filme sobre um dilema: salvar um filho pode querer dizer renunciar ao filho?
Terra Incognita, de Peter Volkart. Juntamente com Rabbit, é talvez o mais impressionante e mágico filme que passou pelo festival. Um manancial de referências literárias e cinematográficas passam por aqui, mas o filme é bem mais do que uma mera colagem e consegue criar um universo de espantosa coerência, apesar do seu tom de fantasia científica.
Rabbit, de Run Wrake.O mais fino espécime de humor negro no festival. Numa abordagem inconoclasta que, por coincidência ou não, lembra o blog Monkey Fluids, cromos dos anos 50 são transformados numa história de tentação próxima da da galinha dos ovos de ouro. Espantoso.
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