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O bukowski

Então queres ser escritor?
Se não sai de ti a arder
apesar de tudo o resto,
não o faças.
a menos que sem quereres saia do teu
coração e da tua mente e da tua boca
e das tuas tripas,
não o faças.
se tens de estar horas sentado
a olhar para o ecrã do computador
ou curvado sobre a
máquina de escrever
à procura de palavras,
não o faças.
se o fazes por dinheiro ou
fama,
não o faças.
se o fazes porque queres
mulheres na tua cama,
não o faças.
se tens de estar sentado a
reescrever e reescrever,
não o faças.
se te cansas só de pensar nisso,
não o faças.
se estás a tentar escrever como outra pessoa
qualquer,
esquece.
se tens de esperar até que saia de ti
aos berros,
tem paciência.
se nunca sair de ti aos berros,
faz outra coisa qualquer.

se primeiro o tens de ler à tua mulher
ou namorada ou namorado
ou pais ou seja lá quem for,
não estás pronto.

não sejas como tantos escritores,
não sejas como tantos milhares de
pessoas que se chamam escritores,
não sejas monótono e aborrecido e
pretensioso, não te sufoques com amor
próprio.
as bibliotecas do mundo
bocejaram e
adormeceram
por outros como tu.
não os sigas.
não o faças.
a menos que te saia
da alma como um míssil,
a menos que estar parado te
leve à loucura ou
ao suicídio ou ao homicídio,
não o faças.
a menos que o sol que tens dentro
te esteja a queimar as entranhas,
não o faças.

quando for mesmo altura,
e se tu foste escolhido,
vai ocorrer
por si mesmo e assim continuará
até que morras ou que morra em ti.

não há outra maneira.

e nunca houve.

a vitória de salazar 2

O João Ferreira Dias cunha um termo: neo-salazarismo. Tem razão, está aí aquilo de que ele fala - ainda que me pareça mais velho do que neo, mas tudo bem. Eu não acho é que a vitória de Salazar no concurso da Maria Elisa seja grande sinal de coisa alguma. A primeira coisa que ouvi logo quando Salazar voltou da morte para um rol de candidatos foi uma risada e um "ainda vai ganhar este!" da pessoa que estava ao meu lado. Não o disse enquanto motivo de satisfação, mas com nervoso miudinho. As pessoas souberam instintivamente que fazer-se ganhar o Botas era fazer acontecer alguma coisa (garanto que não estaríamos a discutir a violência familiar três dias depois de ter ganho o D. Afonso Henriques). Uma chamada telefónica para um gravador não é um compromisso com nada - mas, se conseguimos fazer acontecer alguma coisa sem termos que nos comprometer com seja lá o que for, porque não fazê-lo? Está-se a discutir muito este assunto no plano político, mas pouco no plano da psicologia da sociedade de informação. Transformar uma votação que foi inconsciente e feita com risadas de gozo num manifesto político consciente de quem rejeita o estado actual das coisas é levar as coisas um pouco longe demais.

Se as pessoas deviam ou não ter tratado com ligeireza este assunto, isso é outra questão. Eu não o teria feito, não o fiz e partilho um certo desconforto com o que aconteceu. Mas um programa de entretenimento, saído da mesma Programação de onde saem o Só Visto e o Portugal no Coração, deve ser subitamente elevado a coisa séria? O que eu acho é que a blogosfera sai disto um bocadinho envergonhada. Provavelmente, não sabia da votação por SMS e exigiu Salazar, porque, no programa que imaginou (provavelmente, uma discussão de horas à volta de uma mesa com a Ana Sousa Dias), ele fazia lá sentido. Mas não fazia, pois as figuras eram de papelão e o que se queria era discutir heróis num contexto ligeiro - e agora volta-se à discussão séria de um programa que não o era antes de ser e não o será depois de ter sido. Isto é tudo demasiado ridículo.

Quanto à extrema-direita, sempre se esforçou por ter espaço na Comunicação Social, ainda que com manifestações de trinta pessoas. Graças a isto, a atenção da gente foi despertada. Esperemos que não o tivesse sido no mau sentido.

a vitória de salazar

Vi Salazar a ser votado o Maior Português de sempre com serenidade. Não acho que tenha exactamente a ver com protesto ao regime actual, mas com enjoo. Entenda-me quem quiser: André Breton disse que o mais simples acto surrealista consiste em ir para a rua com pistolas em punho e disparar ao acaso para a multidão o mais possível. Um tipo com barriga, que sai do emprego às cinco da tarde e tem de andar duas horas no trânsito para jantar com a mulher de quem já não gosta e com os filhos que preferia não ter tido não tem grande margem de manobra para andar aos tiros a multidões - mas pode perfeitamente votar em Salazar para o Maior Português de sempre num programa de televisão. Por isso, calma, malta.

as histórias de seis palavras

O Guardian deixou que a malta se esquecesse da iniciativa da Wired e desafiou vários escritores a contar uma história em apenas seis palavras. A minha preferida é a última, de Hilary Mantel, que reduz o limite a metade ("Mind what gap?" ... ... ...).

Já agora, será que consigo fazer outra? Deixem-me cá ver se sai algo que eu queira mesmo dizer: Miranda July num espeto: que satisfação!. Oops...

o animal

Eu gosto de cães. Cresci no campo e, ao longo da vida, sempre tive pelo menos um. Os cães não são tão chatos como os gatos, que cresciam sem controlo e pedinchavam comida o dia todo, guerreando depois por ela como rameiras. A ligação entre o cão e as pessoas não se compra: o cão foi inventado por nós. Começou por ser um lobo manso e foi cruzado ao longo dos séculos com o intuito de ajudar a sobrevivência da humanidade, da caça até aos cegos.

A perversão desta ideia pode ser pressentida na criação com fins ostensivos, para competição. Pode-se sempre contrapor que a sobrevivência que hoje se joga no plano da imagem isso impõe. Tudo bem, desde que se admita logo até que ponto é que a sobrevivência hoje se joga no plano da imagem. Mas a ideia da criação de raças com fins bélicos ou de ataque implica a autodestruição de nós próprios através de um animal com o qual era suposto colaborarmos na evolução contínua das nossas espécies. A morte de uma pessoa por quatro rottweilers, trágica e evitável, é o exemplo do medo que nos leva a, na privacidade, acumular força contra os outros, como países a juntar armamento para uma guerra que nunca existirá. De vez em quando, é bom lembrar, haverá vítimas inocentes. E poderá muito bem não haver quaisquer outras.

o dia mundial da poesia

a gorda

As pessoas que andaram comigo n'A Cabra compreenderão porque é que isto é um mito que cai. Depois, admirem-se que no Brasil elas andem a cair como tordos (magrinhos, claro).

o cds-pp

Não era suposto que o partido mais à direita fosse conservador, tipo, robes bordeaux em casa, blazers azuis e sempre de charuto? Afinal, eles são é uns doidos.

o site de encontros

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Encontros gratuitos é mesmo algo de que se gosta (até porque bons encontros é coisa por que muita gente está disposta a pagar). O Just Say Hi, sim senhor, apregoa que é gratuito, ao contrário do eHarmony - mas também é natural que uma coisa com nome de preservativo custe mais caro do que dizer olá. O tramado é que o Just Say Hi só dá para os EUA e o Canadá. Pois é: como li uma vez, pão de pobre, quando cai, cai com a manteiga para baixo.

a luta livre

Afinal, era escusado ter vindo cá o Smackdown; o PP tinha dado conta do recado.
(com Maria José Nogueira Pinto a fazer de Ashley, claro)

a revista

Já chegou a aguasfurtadas n.º10.

o sexo anal

"Ai, que susto". "Ai, se fosse o meu". Esta senhora, acho que posso dizê-lo sem receio, é um portento do audiovisual. A sua capacidade natural para comunicar sobre sexo está a par da de João Carlos Silva para o fazer sobre comida. E ela só não diz "olha o pénis a namorar com o ânus" porque isso, bem, é ridículo. Mas "ai, que susto"... (e não percam a parte 2).

o filme

a censura

Graças à dica do Mário Almeida, vim a descobrir que o meu blog é censurado na China e, como tal, não pode ser acedido pelos cibernautas de lá. Sobre a China, em quase quatro anos, escrevi duas vezes e não sei se a atenção dos censores não terá a ver com o facto de numa delas criticar a política do google.cn. É possível.

Obviamente, este blog nunca seria muito lido na China - e vai daí... já se viram coisas mais estranhas (graças a uma única foto, recebo hoje mais visitas dos EUA do que de Portugal), mas pronto. Digamos o razoável: não seria muito lido. Mas não é enquanto blogger que falo, é enquanto cidadão de uma democracia. O Great Firewall Of China tem como grande vantagem lembrar-nos do que é a limitação estatal e sistemática da liberdade de expressão, porque faz-nos senti-la ao nível pessoal. E o que me custa mais é que ainda haja para quem a liberdade de expressão seja uma liberdade soft. Como se não houvesse gente a ganhar dinheiro com o que escreve e diz. Como se não houvesse quem se sustentasse com visitas ao seu site e cliques em Google Ads.

Em 2006, tive o prazer de conviver com um jovem chinês, que estudava e vivia há quatro anos em Inglaterra. Fiquei espantado com a dificuldade que ele tinha a admitir que a China era uma ditadura e que as eleições lá não eram verdadeiramente livres. Ele, um tipo novo que vivia fora, não o conseguia fazer. Obviamente, foi-lhe ensinado o medo de falar. De uma maneira perversa, é honroso saber que o professor desse saber pérfido não gosta de nós.

a doença

Isto é mesmo muito estranho - mas também já se sabe o que é.

os pensos higiénicos

Deambulando pela Internet, encontrei esta página, que alerta para os perigos dos pensos higiénicos tradicionais. E eu que pensava que era só o de escorrer - não, não! Felizmente - quem diria?! - há já uma vasta gama de produtos que satisfazem as necessidades de quem absorveu dioxinas a mais do seu penso.

Reparem que entre as alternativas há os "tampões ecológicos" - também chamados "sanguessugas" - ou os renovadores e modernos "pensos de tecido". Não aconselho o "copo de menstruação", que pode gerar confusões desagradáveis em festas, mas assinalo a alegria com que o site anuncia que "há ainda pessoas que referem não usar absolutamente nada ou simplesmente usar duas cuecas". Ora, as pessoas que não usam nada conheço eu bem, chamam-se "homens". Quanto às duas cuecas, creio que é mesmo necessário apurar se não é por causa do frio (e, já agora, se não serão também homens).

a comédia

Quero desde já anunciar que gosto dos PrangstGrüp (para introdução, vejam estes vídeos).

o concurso

Há pouco, estive a ver o novo reality show da TVI, "A Bela e o Mestre". Depois de algum tempo, percebi a ideia: loiras burras e intelectuais torpes tentam mudar-se uns aos outros. Não está mal, mas é coisa que já se viu.

o anúncio que me apareceu no gmail


Eu tenho uma ideia para um novo mundo, em que o ser humano rejeita a possibilidade da sobrevivência enquanto exploração do outro e decide acolher o seu semelhante como irmão numa realidade de verdadeira, livre e consciente igualdade. Só tenho uma dúvida: pode vir com doce de ovos?

a via latina

A revista Via Latina n.º4, para a qual escrevi o texto "Lendo os Cadernos de Ícaro", já está à venda. Podem comprar nestes locais ou encomendar daqui. A revista está boa, mas permitam-me evitar a falsa modéstia e dizer que estou mesmo muito satisfeito com o conto.

o filme: Frankie and Johnny

Frankie and Johnny é um dos meus guilty pleasures mais confessos: já devo ter visto este filme dezenas de vezes. Serve-me para descansar a cabeça, para momentos de manifesta melosice, para rever uma Michelle Pfeiffer que nunca mais achei tão bonita. Apercebo-me, o que acabei de escrever é curioso: na peça original, os protagonistas Kathy Bates e Kenneth Welsh eram gente bruta - aliás, só o facto de Kathy Bates ser substituída por Pfeiffer já é revelador. Ainda assim, eu gosto da escolha e acho mesmo que torna a personagem mais interessante: Michelle pode ser loira e de olhos azuis, mas a personagem Frankie não deixa de ser credível. A solidão não se mede aos palmos, muito menos aos palmos de cara.

Reparem que o filme decorre no tempo de uma semana (Domingo a Domingo), alentecendo o ritmo a partir da noite de quinta-feira, a primeira que Frankie and Johnny passam juntos. Sim, a grande história de amor entre duas pessoas solitárias acontece só durante três noites, o resto é introdução. Mas há coisas que não me saem da cabeça: a sequência em que as empregadas e os empregados do restaurante estão nos respectivos vestiários e falam sobre a ejaculação precoce de Johnny (elas) e a possibilidade da poesia em Nova Iorque (eles) - a mesma em que Kate Nelligan/Cora (pena que esta personagem não tivesse tido mais tempo de filme) é enquadrada de corpo inteiro, como se o espectador a visse no teatro, e parece ter rédea solta para oscilar entre a Pfeiffer/Frankie de um lado e a Jane Morris/Nedda do outro -, a ingenuidade brutal de um camião se revelar cheio de flores atrás dos protagonistas no preciso momento em que estes dão o primeiro beijo a sério, o Al Pacino brincalhão, sincero, imaturo (sinceramente, apetece conversar com o gajo), o Nathan Lane como melhor amigo de Frankie e a fazer rir só com um revirar de olhos.

Eu sei perfeitamente o que faz com que eu goste do filme, apesar de algum facilitismo narrativo: é que ele respeita até ao fim as personagens, as suas fragilidades - ao fim e ao cabo, a sua humanidade. Apesar de divergir da peça no sentido em que esta se passava só durante uma noite e no quarto de Frankie, o filme acaba por ter os seus momentos de maior força precisamente nas conversas entre esta e Johnny, quando ele a obriga a deixar cair a armadura. Ok, será isso - mas, então, porque é que eu fico sempre de lágrima no olho quando o locutor de rádio volta a passar a Clair de Lune?

o filme: Babel

Não me parece que Babel seja um filme mais ou menos demagógico na sua proposta do que qualquer outro - e, na verdade, havendo nele manifesto político expresso (que o há), não é verdadeiramente este que domina e orienta a narração. O tema dominante é a comunicação e, inteligentemente, Iñarritu não se esquece que falar sobre isto na era do telemóvel e da Internet implica falar também sobre as pontas soltas do mundo globalizado. Isso é interessante, mas estive para não perdoar ao filme o momento do abandono das crianças pela ama, que, para lhes salvar a vida, sacrifica a possibilidade de delas ser mãe. Nessa altura, Babel roçou o melodramático e não sei se era necessário. Percebe-se: pretende-se dizer que os underdogs do capitalismo são também os da culpa e, como tal, que a moral e a justiça vêm depois da economia. Por isso, era preciso sacrificar a ama de algum modo. Isto torna consequencial, mas não justificado, o melodramatismo e, se os miúdos tivessem morrido, a cópia d' "O Paciente Inglês" teria manchado o filme de nódoa indelével.

Foi o ponto que me pareceu mais fraco num filme coeso, bem mais controlado do que 21 Gramas. Rodrigo Prieto fez uma fotografia menos saturada e mais contida (tudo bem), Guillermo Arriaga dividiu, mais do que fragmentou, a história (ainda bem). E, já agora, reparem no momento em que Pitt ajuda Blanchett a urinar: é a adaptação de uma cena que foi cortada de "Amores Perros". Curiosamente, enquanto em Babel ela serve a reconciliação do casal, no primeiro filme de Iñarritu servia como último limiar de carinho antes do desmoronar da relação entre Daniel e Valeria.

a cidade

Isto é tudo muito certo. Ainda no fim-de-semana eu estive em Coimbra e relembrei a facilidade com que se encontra gente conhecida durante quinze minutos de passeio entre a Praça da República e a Faculdade de Direito. É, na verdade, um sítio onde se está sem querer e já não sei se pende mais para a regra ou para a excepção.

as pilas dos livros

Às vezes, blogar tem destas coisas.

a notícia: Santana nega convite para ensinar na Independente

O ex-Primeiro Ministro recusa um tacho? "É extraordinário", disse ele. Eu só posso concordar.

a notícia: "Quantos são, quantos são?!"

A notícia: o livro da filha de Bush

Pensamento de George: "Bolas, e ainda não acabei o outro..."

o blues

E, uma vez que até nos estamos a aproximar do Coimbra em Blues e estamos, não percam de vista Black Snake Moan. Estreou há dias nos Estados Unidos e bem que promete - leiam a crítica da Slate ou, se não querem, leiam só isto:
We open on a scene of Rae (Ricci) desperately banging her boyfriend (Justin Timberlake), who's Iraq-bound with the National Guard. Moments after seeing Ronnie off with a promise to be true, Rae is getting dirty with a burly black drug dealer. That same night, she gets high at a party, has semiconsensual sex on a football field, and is subsequently raped, beaten, and left for dead by Ronnie's best friend.
It's hard out there for a ho — until Rae meets Lazarus, the embittered farmer and former bluesman played by Samuel Jackson, who finds Rae by the side of the road and takes her in. Sprawled half-conscious on the couch inside Lazarus' country shack, Rae displays signs of "the sickness," a kind of erotic fever whose symptoms include writhing in panties and scratching at one's thighs. Lazarus, determined to drive out the demons from this suffering young woman, submerges her in an ice-cold bath (actually a terrible way to treat a fever, but let's hope no one is watching this movie for first-aid advice), reads to her from the Bible, and eventually padlocks her to the radiator with that large, clanking chain.
Se isto não vos chega, ouçam a banda sonora completa (e excelente) do filme no site. Ou, pelo menos, vejam-me este trailer.

o dormir nu

A sério que isto dá que pensar. Ponderemos o culo al aire.

a lembrança

Hoje, às 18h30, estarei aqui.

o humorista

É um humor que induz à reflexão; não provoca o riso fácil, e sim o contido, melancólico. Freud, que, por seu judaísmo, se interessava pelo tema, dedicou boa parte de "O Chiste e Sua Relação com o Inconsciente" à análise de historietas judaicas. Nelas assinala a ansiedade misturada ao ceticismo. Este pode atingir as expectativas mais transcendentes, como a espera do Messias. Uma anedota, por exemplo, termina assim: "Não se preocupe. Deus nos protegeu do Faraó e de outros inimigos. Ele nos protegerá do Messias também".
Aqui, Moacyr Siclair escreve sobre Borat e o humor judaico.

os conselheiros

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Por outro lado, os conselheiros financeiros que não promovam a sua actividade da maneira mais correcta estão bem sujeitos a uma viagenzita a Londres de vez em quando. Se bem que não me pareça uma actividade tão perigosa como, digamos, ser ex-namorada de um gigante do futebol, o aconselhamento financeiro pode levar a situações incómodas que oscilam entre OPAs fracassadas e irritaçõezinhas febris. Ambas devem ser evitadas e encaradas com reserva por quem não tenha acumulado muitas milhas aéreas e, principalmente, por quem não tenha vocação para o conselho.

os quartos

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Há três coisas que podem levar alguém a querer reservar um quarto de hotel em Londres: turismo, trabalho ou a orquestração de um alibi para proteger o autor de um crime. Poderia incluir aqui a fuga que evita o normal funcionamento da justiça - ou seja, o mau - mas, ao que sei, não há acordos de não-extraditação jeitosos com a Inglaterra. Portanto, fiquemo-nos pelo alibi. Em qualquer uma daquelas hipóteses, é obrigatória uma visita à Tate Gallery, e Woody Allen bem o soube no seu Match Point. Ou seja, se vai visitar Londres, mesmo que o faça para esconder um crime hediondo, por favor, faça-o com arte. Os londrinos agradecerão e pode ser que os jornais de escândalos se tornem mais interessantes: em vez de uma fotografia de Fátima Felgueiras e o título "ELA SÓ QUER BEBER CAIPIRINHAS!", poderemos ter a imagem do amigo leitor sob um encorajador "ELE SÓ VÊ LUCIEN FREUD À FRENTE!".

o novo talento

E, realmente, andar eu para aqui a mostrar Joseph Campbell e Lenny Bruce e o caraças - as verdadeiras descobertas, é o Bruno Raposo que as faz.

O filme da semana

Por razões profissionais, ando atento a Christopher Vogler e à teoria da Viagem do Herói de Joseph Campbell. Aqui fica "The Hero's Journey", um óptimo documentário sobre aquele que é uma figura-chave no surgimento do actual padrão narrativo.
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